CD/EP/LP

MESLAMTAEA – Weemoedsklanken (Adv. 2022)

MESLAMTAEA (Holanda)
“Weemoedsklanken” – CD 2022
Babylon Doom Cult Records – Importado
9/10

DATA DE LANÇAMENTO/RELEASE DATE: 25/02/2022

A arte tende a não respeitar fronteiras impostas pelas inseguranças humanas. Às vezes isso segue caminhos tortuosos, outras vezes oferece resultados que abrilhantam a experiência de audição de uma música e no caso do MESLAMTAEA, essa experiência se valeu da classificação “unorthodox black metal”, mas o resultado final rompe essa caixa estilística e vai além. “Weemoedsklanken”, cuja tradução do holandês é “sons de melancolia” é um álbum realmente muito interessante.

As músicas mesclam bem uma sonoridade mais tradicional do metal negro, mas também trazem experimentalismos em torno de arranjos e vocalizações que deixam a música da banda muito rica. O MESLAMTAEA foi formado em 1998 pelo multi instrumentista Floris (Asgrauw, Schavot, Sagenland e Annwfyn) e após duas décadas como único membro, foram adicionados o vocalista Ward (Asgrauw) e posteriormente Izzy, que toca o “flugel”, um instrumento de sopro que faz parte da família do trompete. A banda vem trabalhando na criação de uma sonoridade que tem em sua essência o típico som da segunda geração do black metal norueguês, mas também coisas que nos remetem à bandas como o Fleurety e Ulver.

Weemoedsklanken” é um álbum que ousa em suas estruturas, não seguindo linhas retas, mas pegando trilhas, subindo e descendo, experimentando e oferecendo um black metal que prende a atenção do ouvinte. Ouça, por exemplo, a intrincada e emocional “Grauwe muren”, uma música que abarca diversos sentimentos, é complexa, flerta com um feeling mais obscuro, mas tem uma atmosfera latente. Outra música que gostei muito foi “Schone lei”, uma composição que soa um pouco como o Enslaved atual, mas também flerta com a complexidade musical de um Voivod. O uso do trompete se faz presente em “Moegestredem”, criando um início bastante original, que se completa com uma composição belíssima e o uso desse instrumento acaba sendo um plus que me lembrou bastante o trabalho do John Zorn, obviamente sem toda aquela loucura.

Algo mais leve vem na última faixa “Uiteengevallen”, que soa quase como um soft jazz, algo totalmente inesperado em uma banda de black metal e por isso mesmo um momento muito provocativo e interessante. Os riffs que vem na sequência são de uma enorme profundidade obscura. Repito: que experiência musical interessante. Uma banda que irei me aprofundar mais em sua discografia. O tracklist desse álbum é:

  1. Weemoed (4:19)
  2. Rad des Tijds (5:17)
  3. Grauwe Muren (4:31)
  4. Schone Lei (5:12)
  5. Moegestreden (5:09)
  6. Nevelsluiers (5:20)
  7. Verstoten (6:25)
  8. Uiteengevallen (4:45)
    Total: (41:36)

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