
Bruxa Fest- 7 anos (Floripa Ato ll)
Vazio (BM/São Paulo), Deadnation (Death Metal/SC), Voorish (Black Metal/SC)
Data- 07/06/2025
Local- Célula Showcase/Florianópolis-SC
Fotos By- Walter L. Bacckus
Fim de semana frio e com chuvas em Santa Catarina, eu quase perdi esse evento na capital Florianópolis. Na minha cabeça seria no início de julho e não no início de junho de 2025.
Felizmente na véspera do show entrei no Instagram e vi um post da banda paulista Vazio, comentando sobre o show no próximo dia. Já era quase meia-noite quando vi a notícia e mandei uma mensagem para o nobre amigo,Erlon Lima perguntando se ele estava afim de ir até Florianópolis, prestigiar um show e felizmente ele aceitou, e assim fizemos!
Esta foi a segunda passagem dos paulistas da horda Vazio em Florianópolis, na primeira vez infelizmente, não consegui ir.(2022) Essa noite seria representada pelas vertentes mais extremas do submundo com muito death e black metal. Chegamos no Célula Showcase e tinha pouca gente, chegamos cedo! Encontrei amigos e amigas, e aquele clima de ficar conversando,tomando uma cerveja e ansioso pelo show. Felizmente o público começou a chegar aos poucos e quando a primeira banda subiu ao palco já tinha um bom público na casa.

Às cortinas se abrem e coube Deadnation abrir o evento. Banda da cena do Sul do estado catarinense, formada por: Rafael Spilere/Guitarra, Jefferson Pereira/Guitarra, Franco de Castilhos/Baixo,Gustavo Oliveira/Bateria e contando atualmente no vocais com um manezinho da ilha da magia, William Bernardo.(Misdeed)
Esse foi o quinto show dele com a banda e mostrou que está muito bem no posto de frontman e muito bem entrosado dentro dessa nação morta. Os caras executam um poderoso death metal brutal, violento e com uma pegada na linha sueca, ou seja: muito peso, bruto, mas com bastante passagens melódicas e cadenciadas. Perfeito para bater cabeça! Os caras, concentraram em tocar o full length “Following The Path Of Death”.(2023) O som da Deadnation é aquele death metal apodrecido em cemitérios que carrega muito de Dismember, Entombed e muitas outras bandas do clássico metal da morte dos anos 90. Sim, nada de novo aqui, felizmente!
Para cultuadores do old school não importa, o que realmente vale aqui é a devoção ao estilo é bem tocado é agressivo. Riffs poderosos e bateria com partes rápidas e cadenciadas, mas com bastante blast beats. Abriram com: Sade’s Eyes,Sick And Sordid Mind, Redrum e Blood Spill. Com a entrada do novo vocalista William às músicas ao vivo ganharam mais versatilidade com seus vocais, o cara vai do semi-gutural para rasgado e em algumas partes com passagens mais limpas. O cara tem uma técnica absurda e também agita muito no palco e tem carisma.
O ponto ruim da apresentação foi que o baixista,Franco de Castilhos sofreu muito para acertar o seu baixo com a aparelhagem da casa e acredito que o problema estava no cabo. Felizmente na quinta faixa tudo resolvido e mandam Returning From Hell, é incrível que o que já era bom ficou melhor ainda e dando mais peso a toda violência sonora que vinha do palco.
O vocalista apresenta uma nova música “Burned Alive” que sairá em single em breve. Fechando o set as três últimas músicas: Killing For Kill, Pierced By Nails e Braindead. Engraçado que o público estava mais tranquilo e mais contido na apresentação do Deadnation. Prestando mais atenção nos músicos e a banda saiu muito bem aplaudida do palco. Apesar da banda ainda ser relativamente nova, despertou de sua catacumba em 2016, está no caminho certo e representando com orgulho o death metal tradicional e old school catarinense.
Ás cortinas se abrem e os blackmatellers do Voorish surgem no palco com toda agressividade e visual carregado, que tão bem representa o black metal. Os integrantes todos com vestimentas pretas e corpse paint, e executando um gélido e obscuro metal negro. Praticamente tocaram na íntegra o seu full length autointitulado de 2024.

Esse é o terceiro ou quarto show que assisto deles é nítido que a cada apresentação a banda está mais coesa, mais brutal, técnica e obscura. Músicas como:Pray, Satan’s Fall e You Are Nothing, são músicas poderosas. Com letras que versam sobre misantropia, morte e ódio.
Em Dark Ages o vocalista Devil From Chaos, chama ao palco Willian Bernardo (Deadnation/Misdeed) e fazem um dueto bruto,agressivo e maléfico. E o metal negro, frio e obscuro segue com Right Way, Over My Hands e minhas duas preferidas da banda: My Fellings e Make It Real. Voorish entrega um show sombrio e atmosférico.
Riffs cortantes, passagens brutais, viajantes e com bastante melodias. Eu diria que o som dos caras tem muito de Dissection, Satyricon, Dark Funeral e algumas influências dessas bandas mais novas de black metal como Uada. A banda mescla bem a cena norueguesa dos anos 90 com bandas contemporâneas do estilo, sem perder a maldade e as raízes do velho metal negro.
A banda sai do palco com dever comprido. É incrível, como nosso cenário metálico está muito bem representado com ótimas bandas, fazendo um trabalho sério com posturas e respeito pelo espírito underground
Fechando a noite fria em Florianópolis a banda mais comentando do black metal brasileiro dos últimos anos. Apesar de ser uma banda nova no cenário, despertou em 2016, o Vazio carrega já um certo respeito e admiração no submundo. Seus membros são pessoas ativas dentro do cenário com bastante posturas e conhecimento da causa underground.
Já fizeram tour no velho continente, dois full length, um ep e dois Splits, no currículo. Muitos shows pelo Brasil e agora aterrissaram na ilha da magia e com certeza foram abençoados pelas velhas bruxas de Floripa e trouxeram o caos e a obscuridade ao palco da célula Showcase.
Ás cortinas se abrem e Renato Gimenez,vocais e guitarra, Eric Nefus, guitarra, Daniel Vecchi, bateria e Nilson Slaughter, no baixo, iniciaram sua apresentação com duas músicas do novo discos, “Necrocosmo”, de 2024, a faixa que abre o disco, “Escuridão, Seja Minha Guia” e “Cerimônia dos Espíritos primordiais”. A cerimônia segue com: Ritual de Destruição e o Chamado dos Mortos.

É incrível como a banda incorpora e sente a música no palco. É algo espiritual, principalmente o vocalista Renato, o cara literalmente é possuído por forças obscuras e cósmicas. É algo surreal e a banda transmite essa força macabra, essa energia obscura ao público presente. Agora era a vez da música que leva o nome do primeiro disco e mandam, “Eterno Aeon Obscuro” e “Necrocosmos”, nome do último trabalho.
Com temática voltada ao ocultismo, a morte e o caos, com letras em português. O som da Vazio nos remete ao black metal nórdico e bandas como Emperor, Mayhem, Darkthrone, fazem presente em suas influências, mas o som dos paulistas é único e com muita identidade própria.
Metal negro, crú, fúnebre e ocultista. Instrumental coeso, denso e obscuro. E o ritual espiritual segue com as músicas “Oráculos De Ossos” e “Funeral Astral”. Sem dúvida nenhuma o Vazio é uma grande banda de black metal e os vocais de Renato são assustadores, cadavérico, mórbido e realmente a impressão que se tem é que o vocalista é possuído por uma entidade em cada frase que ele vocifera.
Fechando o show deles com dois hinos macabros “Elementais da matéria Escura” e “Eterno Vazio”. Que ritual carregado de uma energia negra com guitarras poderosas, riffs cativantes e gélidos. Bateria forte e matadora, e um baixo pulsante, soando consistentes.
As legiões das chamas negras aceitaram a oferenda, a cerimônia e o ritual ao metal negro foi perfeito! Os paulistas saem do palco aplaudidos e o público pedindo bis, mas a banda não voltou para a saideira. Show perfeito!
