CD/EP/LP

BIRDFLESH – All the Miseries (2021)

BIRDFLESH (Suécia)
“All the Miseries” – EP 2021
Everlasting Spew Records – Importado
9/10

A desgraceira não pode nunca deixar de existir. Enquanto existirem malditos bastardos como esse suecos, decidindo tocar algo tão terrivelmente agressivo assim, o mundo da música ainda irá continuar um bom tempo por aí. “All the Miseries” traz 13 músicas novas e 11 músicas ao vivo (como bônus). São 24 músicas em um EP. hahahha Dane-se se não gostam. Isso aqui é lindo para os ouvidos. Bateria nervosa, guitarras ríspidas e não recomendadas para apreciadores do Kenny G e a cereja do bolo, vocais desgraçados guturais e cantados de forma medonha em todo o material.


Vamos convir que uma banda formada em 1992 vai ter expertise mais do que suficiente para chutar bundas nesse nível e o BIRDFLESH tem feito isso com maestria. O melhor que a banda tem a oferecer é a sua autenticidade construída por anos de dedicação ao caos musical e ao grindcore com pitadas de thrash e crossover, o que gera uma música totalmente energética. Os samplers usados aqui e ali cumprem seu papel. Gostei da armadilha criada pela faixa de abertura “Gore Emsemble”, que engana o ouvindo com um começo mais trabalho, mas que logo enfia o pé na sua orelha e arranca sua cera de ouvido com a unha não cortada do dedão. Gosto dos momentos da ejaculação precoce causada por músicas ultra rápidas como a singela “High on Carnage”, que traz até um sampler do Exterminador do Futuro. Você nem percebe e “Radioctive Madness” já está contaminando seu ambiente.

“Spinebreaker” é punk e pronto. Acabou. 15 segundos de alegria em um evento. Mais death metal é a fudida “People of the Leprosy”. Música foda e riffs idem. A pancadaria se manifesta na energética “Slaughterchild”. Uma das minhas favoritas. “Pissboy” é a música. Sem meios termos. Só distorção na sua cara. “Sayonara Sensei” é a minha música favorita por causa de sua selvageria e energia. Hahahaha e a flautinha soa ridícula e ainda assim não poderia estar em nenhuma outra parte. Aqui é o seu lugar. Fechando a lista das inéditas temos a esporrenta “Hell Satan Bro Stalker” que fecha com uma marreta uma obra que já não foi construída seguido normas técnicas.

As faixas ao vivo são um caso à parte. Tudo absurdamente underground, começando pelo som captado. Mas ainda assim a qualidade é muito boa e dá para ouvir tudo. Músicas como “Anal Misery” e “Flying Penis” (hahahahaha) são a prova cabal que temos aqui a trilha sonora perfeita para a tradicional família brasileira. Passando a régua, “All the Miseries” é um puta lançamento e só não é perfeito porque é um EP. hahahahaha Voltem para o estúdio e gravem mais músicas seus bastardos….

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