CD/EP/LP

HATH – All That Was Promissed (2022)

Meu primeiro contato com os norte-americanos do HATH, o álbum “All That Was Promised” saiu na semana passada via “Willowtip Records”, gravadora que lança quase que exclusivamente bandas de Death Metal, especialmente as que apresentem sonoridades diferenciadas.

 Pode-se dizer que é exatamente o caso do HATH. Eles fazem um Death/Black Técnico e Progressivo, com elementos de Sludge, algo pouco comum mesmo hoje em dia.

 Impossível deixar passar despercebida a arte de capa do disco, a cargo de “Adam Burke”. Conseguiu a proeza de criar, mesmo abusando de cores extremamente marcantes e vibrantes, uma ilustração mórbida e desoladora.

 O primeiro elemento de destaque na banda e no álbum é a bateria do fundador e engenheiro de som “AJ Viana”, que também toca no COGNITIVE. O trampo do cara é magnífico, linhas muito limpas, intricadas, do tipo que exigem muito técnica e fisicamente. Como na estupenda “Kenosis”.

 Em termos instrumentais, não tem como negar a qualidade do lineup. O baixo de “Greg Nottis” soa impactante durante todo o álbum, as guitarras de “Peter Brown” e “Frank Albanese” são criativas e afiadíssimas no desenvolvimento dos riffs e solos. Ouça, por exemplo, o que a dupla de guitarristas faz na faixa “Death Complex”, uma das melhores do Play.

 Com relação aos vocais, divididos entre “Greg Nottis” e “Frank Albanese”, as bases extremas são ótimas, mas há momentos em que utilizam vocais limpos que não combinam muito com o som, como em “Decollation”. É perceptível uma desagradável influência Hardcore em diversos pontos. Uma pena, porque essa faixa é agressiva e evolui bem, apesar dessas deslizadas.  

 Outra faixa que se destaca individualmente é a quarta “Iosis”, uma viagem de pouco menos de seis minutos sob estrutura pouco convencional, de guitarras fabulosas em todos os segmentos, desde os riffs primordiais até as harmonias e os leads.

  A oitava “All That Was Promised” dá nome ao trabalho, e tem início sonolento, abusando dos elementos progressivos. Revela-se forte ao passo que decola, com o baixo se destacando junto à percussão. Coube à peça de encerramento “Name Them Yet Build No Monument” fazer um belo papel, mesclando todos os elementos absorvidos pela banda numa monstruosidade de alma progressiva.

 Faltou um pouco mais de consistência para que o novo álbum do HATH fosse ainda melhor. Isso pesa muito num disco de mais de cinquenta minutos. É um ótimo disco, de qualquer maneira. Certamente agradará a fãs de SULPHUR AEON (ALE), do BEHEMOTH (POL) da duvidosa fase atual, NE OBLIVISCARIS (AUS), SARPANITUM (GBR), MITHRAS (GBR), ULCERATE (NZL), IMPERIAL TRIUMPHANT (EUA).

 Tracklist a seguir, duração total de 51:36 minutos:

1 – “The Million Violations”

2 – “Kenosis”

3 – “Lithopaediac”

4 – “Iosis”

5 – “Decollation”

6 – “Death Complex”

7 – “Casting of the Self”

8 – “All That Was Promised”

9 – “Name Them Yet Build No Monument”

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