CD/EP/LP

SUTURA – Dawn of Cursed Souls (2021)

SUTURA (Brasil)
“Dawn of Cursed Souls” – CD 2021
Awakening Records – Importado
8/10

O SUTURA é uma banda de Death/Black Metal que vem na ativa desde 2016, formada em Nova Friburgo, na região serrana do estado do Rio de Janeiro.

 Seu segundo álbum de estúdio “Dawn of Cursed Souls” foi lançado em abril desse ano pelo selo chinês “Awakening Records”. A formação atual é um quarteto, contando com “Luciano Galvão” (Guitarra, Vocais), “William Delta X Toledo” (Bateria), “Nathan Azevedo” (Guitarra) e “Erik Amorim” (Baixo).

A banda pratica um Death/Black de dosagem melódica elevada, extremamente bem-feito, fundamentado principalmente na sonoridade da escola sueca dos anos 90. Por uma razão ou outra, eles haviam passado totalmente por baixo do meu radar até aqui, então é hora de corrigir isso.

Começando pela arte de capa do “Dawn of Cursed Souls”, um belíssimo trabalho gráfico. A ilustração lembra automaticamente as tropas odiosas de “Sauron”, marchando do reino sombrio de “Mordor” em direção ao mundo dos homens, buscando vingança e aniquilação total do inimigo, no terceiro e derradeiro capítulo da trilogia de “O Senhor dos Anéis”.

A faixa título é a primeira, abrindo com riffs massivos e morosos, acompanhados pela percussão. A erupção de metal extremo, veloz e precisa, se impõe furiosamente. As guitarras têm o timbre matador inconfundível da escola sueca, grave e ultra agressivo, mas abrem espaço para melodias bem sacadas, conferindo textura irresistível ao som. Os vocais são bastante dinâmicos, oscilando bem entre as características mais próximas ora do Death, e ora do Black Metal. Cozinha excepcional, bateria e baixo soam ambos afiados e executados com boa técnica.

Sacramental Bleed” tem solos velozes em seu início, e o instrumental brilha nos andamentos médios, com o riff principal do tema se destacando. Ótimos leads das guitarras, construídos com extremo bom-gosto, grande faixa! “Under the Black Mark” aqui a máquina de riffs sombrios continua detonando, os vocais adicionais fazem um bom trabalho na faixa. Um solo melódico no ponto remete ao EDGE OF SANITY, outro destaque automático do álbum.

Death’s Fathom” é um interlúdio com guitarras acústicas e o som de trovões ao fundo, evocando a tempestade da capa do álbum. “Haunted by Old Ghost” depois da calmaria, vem a tormenta. Faixa agressiva e de refrão grudento. Mais uma em que a banda brilha conjuntamente nas desacelerações, onde o peso recebe o contraponto preciso das melodias.

Where Shadows of Death May Lie” a abertura instrumental é lenta e atmosférica, porém o ataque impiedoso rapidamente retoma as rédeas. Composição fenomenal, faixa que se destaca sob todos os aspectos. Os solos de guitarra mais legais do álbum estão aqui, um puta trampo.

 “Chaos and Demise” belos duelos das guitarras, ritmo acelerado, vocal bem encaixado e de ótimas variações, lembrando até a pegada de algumas bandas de Black Thrash. “Suffering Cage” passa a ideia inicial de ser mais um interlúdio acústico, mas engana bem. O instrumental cheio de sangue nos olhos ressurge e encorpa progressivamente, liderado por guitarras empolgantes, de dobras sinistras. A pegada foda da reta final lembra DISSECTION.

 “Worms in Disguise” segue igualmente furiosa, com variações rítmicas certeiras. Em todas as passagens, sem exceção, a banda mantém o peso intacto, e evolui preservando osom interessante, e de fácil assimilação.

O segundo álbum de estúdio do SUTURA foi uma excelente descoberta, os caras honram o nome do Brasil com seu som matador, e mostram-se preparados para firmar seu nome nas cenas nacional e internacional. Espero que eles consigam divulgar melhor o trabalho, porque ele merece reconhecimento. Indicado a quem curta os suecos de UNANIMATED, EDGE OF SANITY, HYPOCRISY, SACRAMENTUM, DISSECTION, UNLEASHED e DISMEMBER.

O disco é composto por nove faixas, que totalizam 38:19 minutos de duração:

1 – “Dawn of Cursed Souls”

2 – “Sacramental Bleed”

3 – “Under the Black Mark”

4 – “Death’s Fathom”

5 – “Haunted by Old Ghost”

6 – “Where Shadows of Death May Lie”

7 – “Chaos and Demise”

8 – “Suffering Cage”

9 – “Worms in Disguise”

Destaques: O tema título que abre o álbum é certeiro, ótima escolha. A terceira “Under the Black Mark” é épica, com belas melodias e riffs memoráveis. A sexta “Where Shadows of Death May Lie“ e a oitava “Suffering Cage” fecham os destaques individuais, em um álbum marcado pela consistência, qualidade das composições e performance afiada do quarteto.

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