CD/EP/LP

ROTTEN TOMB – Visions of a Dismal Fate (2022)

ROTTEN TOMB (Chile)
“Visions of Dismal Fate” – Lançado 01/03/2022
Crypts of Eternity Productions (Peru) / Death Division Rituals (Chile) – Importado
9,50/10

A arte de capa grita Metal Extremo Old School. A ilustração matadora do chileno “Alonso Wiltschek” remete automaticamente à capa do clássico atemporal “South of Heaven”, do SLAYER.

 Só que o ROTTEN TOMB não é uma banda de Thrash Metal. O som concebido pelo quarteto de Iquique, no Chile, é um Death Metal old school colérico e cativante, envolto permanentemente em uma camada espessa do mais genuíno e ameaçador Doom Metal.

 A atmosfera resultante evoca o início de PARADISE LOST e outras lendas do Doom, principalmente as versões mais sufocantes e pestilentas originárias dos Estados Unidos, como AUTOPSY, WINTER e CIANIDE.

 O aguardado e recém-lançado primeiro álbum completo de estúdio “Visions of a Dismal Fate” é uma aula de altíssimo nível. A banda fundada em 2016 passou seus anos primordiais desenvolvendo sua sonoridade, e entrega uma obra madura e incontestável. Mantém os holofotes do submundo extremo voltados ao seu país de origem, uma das mais respeitadas e prolíficas escolas da atualidade.

 Não se trata pura e simplesmente de Death Doom Metal criado e executado com zelo e precisão. O ROTTEN TOMB diferencia-se pela técnica soberba do quarteto, com as guitarras corrosivas de “C.” e “Deathbringer”, que se aproveitam dos segmentos cadenciados para produzir leads e solos grandiosos, com uso irrepreensível de melodias perversamente elaboradas.

 O já mencionado “Deathbringer” é também responsável pelos excelentes vocais. Os competentes “Utukku” (Baixo) e “A. Prophaner” (Bateria) completam o lineup. O trabalho do veterano “Pablo Clares” (gravação, mixagem e masterização) deixou o som do disco bem equilibrado, emanando proporcionalmente nitidez, crueza e podridão.

 Os trinta e oito minutos do álbum são homogêneos em termos de qualidade, e as composições apresentam variações significativas, resultando em uma audição totalmente satisfatória e prazerosa. Ainda assim, cabem alguns destaques individuais:

 “Devourer of Life” é a colossal faixa de abertura, oscila memoravelmente ao longo dos seus cinco minutos e meio entre as partes velozes e vagarosas, mantendo peso descomunal e contendo alguns dos riffs mais letais do álbum.

 As partes cadenciadas magníficas de “Forgotten Graveyard”, os riffs em tremolo doentios e magnéticos de “Denial, Desolation, Resignation”, a insanidade da percussão e as guitarras brilhantes de “Internal Fear” …a destruição promovida por “Emptiness” em sua totalidade, uma das melhores da obra. Se essa aqui não te despertar os instintos mais primitivos, tenha os números de telefone dos serviços de emergência à mão, e confira urgentemente se você ainda tem pulso.

 Não há como concluir a resenha sem classificar o trabalho como espetacular. A banda está lapidada, e certamente destinada à grandeza em meio aos nove círculos do sulfuroso reino do Death Doom. Quem os acompanha desde o início não tem a menor dúvida disso.

 Selos e gravadoras Brasileiras, atentem-se a este álbum. O público brasileiro merece uma edição nacional caprichada.

 Altamente recomendável aos fãs de INCANTATION (EUA), AUTOPSY (EUA), DISMA (EUA), DEAD CONGREGATION (GRE), CRUCIAMENTUM (GBR), FUNEBRARUM (EUA), GOREMENT (SUE), GRAVE (SUE), FOSSILIZATION (BRA), MORTIFERUM (EUA).   

 Tracklist abaixo, duração total de 38:07 minutos:

1 – “Devourer of Life”

2 – “Human Paradox”

3 – “Forgotten Graveyard”

4 – “Denial, Desolation, Resignation”

5 – “Internal Fear”

6 – “Emptiness”

7 – “Near End”

8 – “Pest Winds”

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