Entrevistas

ROTTEN TOMB – Sobre uma Estreia Magnífica, Death Metal Chileno de Elite  

Conversamos com os membros da banda sobre a curta discografia, seu impressionante álbum de estreia e as brilhantes perspectivas para o futuro

ROTTEN TOMB, bem-vindos ao The Old Coffin Spirit Zine / Portal! É um prazer tê-los em nossas páginas. Alguns de nossos leitores podem não estar familiarizados com a banda, então vocês poderiam nos fornecer um histórico, e nos contar um pouco mais sobre a sua concepção?

A: Hail! Primeiramente, nós agradecemos o espaço que você nos proporcionou, para tornar-nos conhecidos no Portal. O ROTTEN TOMB deu seus primeiros passos em 2016, após a dissolução naquele mesmo ano da banda “HADES” (Iquique/Chile), onde ambos “C.” e “Deathbringer” foram guitarristas. Pouco antes dessa ruptura, os membros da “HADES” estavam planejando alterar o estilo de Death Metal para algo mais sombrio, na veia de ícones tais quais IMMOLATION e INCANTATION, e na época eles chegaram até a criar alguns riffs. Uma vez que a “HADES” não mais existia, o “C.” e o “Deathbringer” decidiram juntos criar uma outra banda, resgatando os riffs que poderiam nunca ter sido utilizados, os quais acabaram tornando-se partes das músicas “Possessed by Death” e “Mortuary Desires“, ambas da Promo de 2016.

A banda é oriunda de Iquique – Tarapacá, na região Norte do Chile. Nós sabemos que o país tem dado origem a diversas bandas de metal de qualidade superior. E quanto à sua região específica, existe uma cena significativa? Vocês nos recomendariam outras bandas locais?

A: Até antes do início da Pandemia, Iquique tinha a cena mais ativa nessa parte do país, havia eventos com regularidade e bandas, e os headbangers de outras regiões sempre vinham para os shows. Infelizmente, ainda há uma série de restrições que nos impedem de retomar as atividades de shows, especialmente devido à falta de locais apropriados, mas sabemos que esforços têm sido feitos no sentido de tornar Iquique uma vez mais a locomotiva do Metal no norte do Chile. Há diversas bandas que nós poderíamos recomendar, mas para mencionar somente algumas: ATOMICIDE, SCIENTIAM TEMPLUM, OCCULT FORCE, ASSAULT, EXCISED, METAPHYSIS, MILITIA OF DEATH, apesar que a maioria delas está atualmente inativa, com exceção de ATOMICIDE e SCIENTIAM TEMPLUM.

OROTTEN TOMB tem estado ativo desde 2016, lançando um bom número de Demos, alguns EPs e até mesmo um Álbum Ao Vivo em 2018. Este ano representa um marco fundamental, com o seu primeiro Álbum completo de estúdio sendo lançado. Quão importantes foram aqueles primeiros anos para o desenvolvimento de vocês enquanto banda?

A: Os primeiros anos foram cruciais e representaram um processo completo, primeiro para moldar totalmente o nosso estilo e segundo, em função da busca por membros para as gravações e shows ao vivo. Apesar de termos pensado, após o lançamento do nosso primeiro EP, em começarmos a compor as músicas para um Álbum Full, uma série de eventos ocorreu, nos forçando a postergar o prazo da gravação. Uma delas foi a proposta do DEATH DIVISION para lançarmos um segundo EP sob o formato de 7”, e isso explica, juntamente com o nosso desejo de manter os nossos seguidores atualizados, o motivo de termos lançado Demos, com o propósito de demonstrar os nossos avanços e progresso alcançados com nosso trabalho. Isso também explica o Álbum Ao Vivo, pois queríamos mostrar ao público como soávamos ao vivo. Enfim, podemos dizer neste momento que estamos em perfeito equilíbrio como banda, e acreditamos que isso se reflete bem no “Visions of A Dismal Fate“.

O “Visions of a Dismal Fate” é de fato um Álbum de estreia impressionante e esmagador. Como foi o processo de gravação em Santiago? Sei que algumas músicas são originais de alguns dos lançamentos anteriores.

A: Extenuante é uma palavra com a qual podemos descrever o processo. Sendo originários de Iquique, nós tivemos que viajar num domingo cedo para Santiago (uma distância de quase 1.500 Km, ou 915 Milhas) para gravar no estúdio “DM6 Studios”, onde o “Pablo Clares”, que gravou, mixou e masterizou o álbum mora; Ele nos encontrou e nos permitiu ficar no estúdio para pouparmos tempo e recursos, evitando a procura por outro espaço para nos hospedar. Dedicamos segunda e terça-feira ao descanso e ensaios, então na quarta-feira iniciamos as gravações da bateria e as primeiras partes das guitarras, levando mais ou menos doze horas. Na quinta gravamos todo o restante das partes das guitarras, incluindo riffs, solos, harmonias e dobras, etc. Na sexta os vocais foram gravados, e no sábado, finalmente gravamos o baixo juntamente com os backing vocals, nos quais participaram: “B. Nekroskull” (CADAVERIC CULT, PUTRID INVOCATION) dando suporte na “Internal Fear” e “Johan M.” (HORRIFYING) na “Near End“. O processo de gravação como um todo nos tomou quatro dias de praticamente zero descanso.

“C.” e “Deathbringer” são os compositores principais da banda. Como eles costumam trabalhar na criação de material novo? Os outros membros têm a oportunidade de adicionar suas ideias e toques pessoais às músicas?

A: Normalmente, um dos dois chega com um riff ou um conceito genérico para uma música nova, aí ambos trabalhamos em cima disso até que tenhamos um esqueleto da música. Então nos juntamos no estúdio particular do “Deathbringer” para gravá-la com melhor qualidade e acrescentar o baixo, vocais e faixas programadas de bateria. Uma vez concluído o processo, nós enviamos a música ao restante da banda para que eles deem as suas opiniões, e eles começam a tirar a música. Quando criamos as músicas, damos total liberdade ao “Utukku” e ao “A. Prophaner” para que contribuam da forma que melhor lhes convier, e de fato as linhas de bateria das demos passa por uma modificação drástica nas versões finais.

A arte de capa matadora do “Visions of a Dismal Fate” foi criada pelo artista Chileno “Alonso Wiltschek”, que também é guitarrista da VIOLENT SCUM, uma banda de Death Metal de Santiago. Como ele criou essa ilustração? Que tipo de direcionamento vocês deram a ele? Ele teve a oportunidade de ouvir as Demos do álbum enquanto ele trabalhava?

A: As ideias iniciais que enviamos ao “Alonso” eram aquelas de pinturas e desenhos contendo a morte em larga escala, do tempo da Peste Negra. Apesar desses exemplos não terem sido seguidos literalmente, acreditamos que o “Alonso” tenha feito um trabalho excelente na representação de uma Morte massiva e imponente, sobre os corpos débeis que a cercam e trabalham em seu favor, portanto não hesitamos em utilizar o trabalho dele como a capa definitiva, sem quaisquer ressalvas. Como você mencionou, na época do contato e do envio das imagens de exemplo, também enviamos as demos completas do álbum, para que ele pudesse tomar como inspiração adicional e pudesse relacionar a arte à nossa música, tanto quanto fosse possível. Nem preciso dizer, o resultado foi mais que extraordinário.

O álbum como um todo soa realmente sólido, e a produção acertou em cheio, nítida, mas mantendo ao mesmo tempo os níveis devidos de imundície e crueza. Como vocês chegaram ao “Pablo Clares”, o cara responsável pelo processo de produção? Vocês estão satisfeitos com o resultado?  

A: Absolutamente satisfeitos com o resultado. Desde o primeiro momento em que o “Pablo Clares” ouviu as nossas demos, ele já sacou a sonoridade que estávamos almejando, então não tivemos que nos preocupar em oferecer muitos direcionamentos na época da gravação. Isso, quando somado ao fato dele ser um cara que também ouve, e curte o som da velha escola do Death Metal, fizeram com que ele acertasse precisamente no som do álbum. Se tinha algo que nós desejávamos influenciar no mix, era em relação ao reverb e o delay nos vocais, o restante é tudo mérito do “Pablo”.

Enquanto eu resenhava o disco, eu mencionei o quão sólido e uniforme ele é, e como a barra do nível de qualidade foi colocada lá no alto ao longo do Play. Sendo assim, escolher faixas favoritas não é, sob nenhum aspecto, tarefa simples. Após ouvir o álbum muitas vezes, eu escolhi duas: “Devourer of Life” e “Emptiness”. O que vocês podem nos dizer a respeito dessas duas composições? Vocês têm suas preferidas pessoais?

A:Devourer Of Life” sempre foi pensada e vista como um tema de abertura, devido à sua introdução e subsequente queda no tempo. Além de estar de acordo com a estrutura musical que nós habitualmente compomos. É um ótimo cartão de visitas, tornando compreensível o estilo que queremos demonstrar, uma vez que ela consiste em partes velozes, lentas e densas com solos melódicos e caóticos, tudo dentro da própria música.

Emptiness” possui uma estrutura um tanto mais complexa, em nossa opinião, com alguns riffs atonais, utilizando as cordas mais altas das guitarras, mudanças de tempo mais abruptas e também um solo melódico que contrapõe a atonalidade de algumas partes.

C.: Mesmo antes de gravá-la, a minha preferida era “Internal Fear“, mas com o resultado final do álbum, agora eu não poderia escolher apenas uma sem pensar muito a respeito.

Deathbringer: Uma das minhas músicas preferidas sempre foi “Denial, Desolation, Resignation” por causa da composição e dos riffs no estilo do IMMOLATION. Eu também poderia mencionar, considerando o álbum finalizado, a “Near End“.

Quando damos uma boa conferida nos lançamentos anteriores, é fácil encontrar material de qualidade. Podemos esperar pelo lançamento de uma Compilação, em algum momento adiante, englobando todas aquelas faixas? Seria certamente uma notícia legal para a maioria dos fãs e seguidores, especialmente os novos.

A: Até o momento, não tínhamos pensado nisso, mas não é uma má ideia fazer algo do tipo num lançamento futuro. Talvez, se algum selo se oferecesse para compilar os dois EPs e o Álbum Ao Vivo, nós consideraríamos, já que as Demos não fariam sentido. No entanto, estamos focados atualmente em apresentar o nosso álbum atual, e na preparação do segundo.

A banda tem trabalhado com dois selos: “Death Division Rituals” do Chile e “Crypts of Eternity Productions”, do Peru. Vocês estão felizes com a forma com a qual os dois selos têm apoiado e promovido a banda até aqui?

A: Nós já temos um bom tempo trabalhando com o “Death Division Rituals”, eles lançaram a maioria do nosso material e nunca tivemos nenhuma reclamação sobre como trabalhamos, tudo tem sido muito harmonioso. Com relação ao álbum, ambos os selos têm feito um ótimo trabalho na promoção e contatando outros selos para distribuição, muito antes até do lançamento, então estamos mais que satisfeitos com os esforços e trabalho deles. Nós agradecemos especialmente ao “Death Division Rituals”, já que eles pagaram pelas despesas da gravação do álbum, e também tiveram a iniciativa de lançá-lo no formato Vinil 12”, que é o objeto de desejo de muitos colecionadores hoje em dia.

A linha de Death Doom Metal do ROTTEN TOMB é intensa, vigorosa e sufocante, mas as guitarras soam sempre ricas e refinadas, garantindo a vocês uma vantagem importante quando comparados a uma infinidade de outras bandas. Quais são suas referências e influências mais importantes, quando se trata de bandas e músicos?

A: Agradecemos pelas palavras! Nossas influências são uma amálgama de estilos de Death Metal que foram criados ao longo dos anos. Temos influência significativa de IMMOLATION e INCANTATION, pra começar, mas também de bandas como PARADISE LOST, ou da Cena Escandinava em menor escala, como DISMEMBER, SENTENCED, ENTOMBED, PURTENANCE, e até bandas mais atuais de Death Metal como DEAD CONGREGATION, EXCORIATE e VENENUM, por exemplo.

Como têm sido os shows do ROTTEN TOMB no Chile até agora? E como vocês estão aguardando o festival “Total Death Over Mexico”, programado para julho? Até onde eu sei, este será o primeiro show internacional de vocês, correto?

A: Exatamente, o “Total Death Over Mexico” será a nossa primeira apresentação fora do Chile e, por isso, estamos nos preparando desde já, ensaiando o setlist com músicas de toda a nossa curta discografia. Teremos alguns shows antes em Arica, Iquique e Santiago, os quais nos ajudarão a retomar a prática de tocar ao vivo, já que não pudemos subir aos palcos por dois anos, e desejamos demonstrar o nosso melhor nível nesses shows.

Vocês curtem o Metal Brasileiro? Em caso positivo, quais são suas bandas preferidas? Vocês conhecem alguma de nossas bandas mais recentes, e menos famosas?

A: Pode até soar repetitivo, mas no Brasil o SEPULTURA e o SARCÓFAGO são nossos favoritos, de longe. Mas também gostamos de MUTILATOR, KRISIUN, SEXTRASH, MYSTIFIER, DORSAL ATLÂNTICA, HEADHUNTER DC, GRAVE DESECRATOR, EMBALMED SOULS, EMINENT SHADOW, etc. Elas possuem uma cena lendária, que pavimentou a fundação para o metal sul-americano tal qual ele é conhecido.  O POISONOUS (Death Metal de Salvador/BA) é uma banda recente da qual gostamos bastante, também, e neste momento não conseguimos nos lembrar de outras bandas jovens que tenhamos ouvido, mas aceitamos sugestões com toda satisfação!

Eu já estava sabendo que vocês possuem um bom número de músicas novas, prontas para o álbum seguinte. Quando vocês pretendem lançá-lo? Há outros planos para o futuro próximo?

A: Após o México, se não tivermos nenhum outro show agendado até lá, pretendemos começar a ensaiar as músicas novas para o próximo álbum, nós já as temos em Demos, então precisamos apenas praticar. Este próximo consiste (pelo menos até agora) em oito músicas e uma introdução. Esperamos que seja gravado no próximo ano, para que possamos lançá-lo no final de 2023 ou no mais tardar em 2024. Não podemos afirmar com certeza se alguma coisa aparecerá até lá, mas ao menos por enquanto, estes são os nossos objetivos.

Em poucas palavras, o que vocês diriam sobre os assuntos polêmicos a seguir?

A Invasão Russa sobre a Ucrânia: Nós já estamos vivendo em meio a uma pandemia; precisamos apenas acrescentar uma outra Guerra Mundial ao cardápio para vivenciar a mesma insanidade que foi enfrentada durante os piores anos da humanidade;

Religiões Organizadas: Lavadores Cerebrais Capitalistas que só visam o lucro, para pessoas fracas que depositam a sua esperança em algo que não existe.

O Futuro da Humanidade: Em total declínio e sem qualquer indicativo de melhora;

O Estado Atual do Metal Extremo: Há um pouco de tudo; há algumas cenas brutais, das quais não se deve tirar os olhos, mas também existem outras moralistas demais para a música que elas tocam.

Muito obrigado ROTTEN TOMB pelo seu tempo e atenção, e parabéns pelo álbum matador. Fiquem à vontade para deixar uma mensagem a todos os nossos leitores!

A: Mais uma vez, obrigado pelas suas palavras e pelo interesse em promover a banda por intermédio do “The Old Coffin Spirit Zine/Portal”. É perceptível que você buscou informar-se antes de formular as perguntas, e isso é algo pelo qual agradecemos. Esperamos poder tocar no seu país em algum momento. Nós também agradecemos o apoio daqueles que acabaram de nos conhecer, e ainda mais a todos aqueles que têm nos seguido desde as primeiras demos. Mantenham-se ligados nas nossas páginas e mídias sociais, porque tudo isso está apenas começando!

Lineup

C. – Guitarra, Composição

Deathbringer – Guitarra, Composição

Utukku – Baixo

A. Prophaner – Bateria

ENGLISH VERSION:

We talked to the band members about their short discography, the impressive debut album and bright prospects for the future

ROTTEN TOMB, welcome to The Old Coffin Spirit Zine / Portal! It’s a pleasure to have you on our pages. Some of our readers may not be familiar with the band, so would you provide us with some background, and tell us more about its conception?

A: Hail! First of all, we appreciate the space you’ve given us, to make ourselves known on your portal. ROTTEN TOMB takes its first steps in 2016 after the breakup in that same year of the band “HADES” (Iquique/Chile), where both “C.” and “Deathbringer” were guitarists. Shortly before that breakup, “HADES” members were planning to change the Death Metal style for a darker one, in the vein of icons such as IMMOLATION and INCANTATION, and back then they even managed to create some riffs. As “HADES” no longer existed, “C.” and “Deathbringer” decided to create another band together, rescuing the riffs that could have never been used, which ended up being parts of the songs “Possessed by Death” and “Mortuary Desires” from the 2016 Promo.

The band comes from Iquique – Tarapacá, in the Northern region of Chile. We know the country has been originating several top quality extreme metal bands. What about your specific region, is there a significant scene? Would you recommend us any other local bands?

A: Up to the start of the pandemic, Iquique had the most active scene in this part of the country, there were regular events and bands, and bangers from other cities would always come to the shows. Unfortunately, there are still many restrictions which unable us to resume gigs’ activities, especially due to the lack of venues, but we know efforts are being made in order to make Iquique once more the spearhead of Metal in northern Chile. There are several bands we could recommend, but to mention a few: ATOMICIDE, SCIENTIAM TEMPLUM, OCCULT FORCE, ASSAULT, EXCISED, METAPHYSIS, MILITIA OF DEATH, though most of them are currently inactive, except for ATOMICIDE and SCIENTIAM TEMPLUM.

ROTTEN TOMB has been active since 2016, releasing a good number of Demos, a couple EPs and even a Live Album in 2018. This year represents a critical landmark, with your first Full-Length Album coming out. How important were those first years to your development as a band?

A: The first years were crucial and a full-circle process, both to fully define our style and in the search for members to record and play live. Although at first we had thought, after releasing our first EP, about starting the composition of songs for a Full-Length, a series of events were taking place, and forcing us to extend the deadline to record them; one of which was the proposal of DEATH DIVISION to release a second EP in 7” format, and that explains, along with our desire to keep our followers updated, why we were releasing Demos, in order to show how our work was advancing. That also explains the Live Album, as we wanted to show how we sounded live. However, we could say at the moment that we are in perfect balance as a band, and we believe it is well demonstrated in “Visions of A Dismal Fate“.

Visions of a Dismal Fate” is indeed an impressive, crushing debut album. How was the recording process in Santiago? I’m aware some of the songs were picked from a few previous releases.

A: Strenuous is a word with which we could describe the process. Being from Iquique, we had to travel on a Sunday morning to Santiago (a distance of nearly 1.500 Km or 915 Miles) to record at “DM6 Studios”, where “Pablo Clares”, who recorded, mixed and mastered the album lives; He met us and allowed us to crash in his studio to save time, and avoid looking for another place to stay. We dedicated monday and tuesday to rest and rehearse the album songs, then on wednesday we started recording the drums and the first part of the guitars, which took about 12 hours. On thursday we recorded all the rest of the guitars parts, including riffs, solos, doubles, etc. On friday the vocals were recorded, and on saturday, finally the bass was recorded along with the backing vocals, in which participated: “B. Nekroskull” as support in “Internal Fear” and “Johan M.” in “Near End“. The whole recording process as such took 4 days without much rest.

“C.” and “Deathbringer” are the band’s main composers. How do they usually work creating new material? Do the other members get the opportunity to add their ideas and personal touches to the songs?

A: Normally one of the two sends a riff or a general idea for a new song, and then both of them work on it until we have the skeleton of a song. Then we get together at “Deathbringer’s” home studio to record it with better quality and add the bass, voice and programmed drums tracks. Once this process is finished, we send the song to the rest of the band for their opinions, and they begin getting the song out. While we make the songs, we give “Utukku” and “A. Prophaner” total freedom to contribute in a way that best suits them, in fact the drums of the demos undergo drastic modifications in the final versions.

The sick artwork for “Visions of a Dismal Fate” was created by the Chilean artist “Alonso Wiltschek”, who’s also the guitar player for VIOLENT SCUM, a Death Metal band from Santiago. How did he create this piece? What kind of directions did you give him? Did he get to listen to the album’m demos while he was working on it?

A: The initial ideas which we sent to “Alonso” were those of paintings and drawings depicting death in large numbers from the times of the Black Death. Although these examples were not taken literally, we believe that “Alonso” did an excellent job representing a massive and imposing death over the weak bodies that surround him and work in his favor, so we did not hesitate leaving his work as a definitive cover without making remarks. As you mentioned, at the time of contacting him, and sending the example images, we also sent him the complete demo, so he would take in more inspiration and relate the art as much as possible to our music. Needless to say, the result was more than remarkable.

The whole album sounds really tight, and production’s spot on, crisp yet keeping the proper levels of foulness and filth. How did you get to “Pablo Clares”, the man behind the production process? Are you satisfied with the result?

A: Absolutely satisfied with the final result. From the moment “Pablo Clares” heard our demos, he already assumed the sound we were looking for, so we did not have to give him too many guidelines at the time of recording. This, when added to the fact that he is someone who also listens to and enjoys the sound of the old school of Death Metal, ended up hitting the nail on the head with the album’s sound. If there was something that we could influence in the mix, it was only in the reverb and delay of the vocals, all the rest should be credited to “Pablo”.

While reviewing the album, I mentioned how solid and uniform it is, and how high the quality bar has been set throughout the Opus. Therefore, picking favorite tracks is not, by any means, a simple task. After listening to it many times, I’ve chosen a couple: “Devourer of Life” and “Emptiness”. What can you tell us about their compositions? Do you have any personal favorites off the album?

A:Devourer Of Life” was always thought of as a starting theme for its introduction and subsequent time drop. In addition to complying with the musical structure that we usually compose; it is a good cover letter to understand the style we want to show, since it consists of fast, slow and dense parts with melodic solos and chaotic solos within the same song.

Emptiness” has a somewhat more complex structure in our opinion, with some atonal riffs, using the highest strings of the guitar, more abrupt time changes and also a melodic solo that counteracts the atonality of some parts.

C.: Even before I recorded it, my favorite was “Internal Fear“, but with the final result now I could not choose a favorite without thinking a lot about it.

Deathbringer: One of my favorite songs has always been “Denial, Desolation, Resignation” for the composition and riffs in the IMMOLATION style. I could also mention, considering the final result of the album, the track “Near End“.

When we take a good look at the band’s previous releases, it is easy to find quality stuff. Can we expect to see a Compilation release, somewhere in the future, containing all of those tracks? It would certainly be great news for most fans and followers, especially the new ones.

A: At the moment we had not considered it, but it is not a bad idea to do something like this in a future release. Perhaps, if some label offers to compile both EP’s and Live Album, we would consider it, since the demos would not make sense. Though, at the moment our focus is on presenting our current album and preparing the second.

The band has been working with two labels: “Death Division Rituals” from Chile and “Crypts of Eternity Productions”, from Peru. Are you happy with how both labels have been supporting and promoting the band, up to this point?

A: We already have quite some time working with “Death Division Rituals”, it has put out most of our releases and we have never had any complaints about the way we work, everything is very harmonious. As far as the album is concerned, both labels have been doing a great job in promoting it and contacting other labels for distribution, way before its release, so we are more than satisfied with their efforts and work. We especially thank “Death Division Rituals”, as they have paid for the album’s recording expenses, and also took the initiative to release the 12″‘ vinyl version, which is something many collectors yearn for these days.

ROTTEN TOMB’s brand of Death Doom Metal is intense, powerful and suffocating, but the guitar playing sounds always rich and refined, granting you an important edge when compared to a plethora of bands. What are your most important references and influences, when it comes to bands and musicians?

A: Thank you for those words! Our influences are an amalgam of Death Metal styles created over the years. We have enough influence from IMMOLATION and INCANTATION to begin with, but also from bands like PARADISE LOST or the Scandinavian scene to a lesser extent, such as DISMEMBER, SENTENCED, ENTOMBED, PURTENANCE, through more current Death Metal bands such as DEAD CONGREGATION, EXCORIATE and VENENUM, for example.

How are the ROTTEN TOMB shows in Chile going so far? And how are you anticipating the “Total Death Over Mexico” festival, scheduled for July? I understand that’s gonna be your first international gig, right?

A: Exactly, “Total Death Over Mexico” would be our first presentation outside of Chile and for that, we are preparing ourselves from now on, rehearsing the setlist with songs from all our short discography. We have some previous shows in Arica, Iquique and Santiago, which will help us to resume the practice of playing live, since we have not been on stage for two years, and we want to demonstrate our best level at the shows.

Do you enjoy Brazilian Metal? If so, what are your favorite bands? Are you familiar with any of our more recent, lesser known acts?

A: It may sound repetitious, but Brazil’s SEPULTURA and SARCÓFAGO are our favorites by far. But we also enjoy MUTILATOR, KRISIUN, SEXTRASH, MYSTIFIER, DORSAL ATLÂNTICA, HEADHUNTER DC, GRAVE DESECRATOR, EMBALMED SOULS, EMINENT SHADOW, etc. They have an extremely legendary scene that laid the foundations of South American metal as it is known. POISONOUS is a recent band that we liked quite a bit too, currently we can’t remember other young bands we’ve heard, but we would gladly accept suggestions!

I was told you guys already have a good number of new songs, ready for a next album. When do you intend to release it? Are there any other plans for the near future?

A: After Mexico, if we do not have any more gigs booked by then, we intend to start rehearsing the songs for the next album, we already have demoed them, so we just need to practice. This one will consist (at least so far) of eight songs and an intro. We hope to record it next year, so we can release the new album by the end of 2023 or later in 2024. We can’t say for sure if anything else will come out in between, but at least now, those are our goals.

In a few words, what would you say about the following controversial subjects?

The Russian invasion of Ukrayne: We are already living through a pandemic; we just need to add another World War to the menu to live the same that was endured during the worst years of humanity;

Organized Religions: Profit-seeking Capitalist Brainwashers, for weak people who put hope into something that doesn’t exist;

The future of Mankind: In total decline and without any hints of improvement;

The current state of Extreme Metal: There is a bit of everything; there are some brutal scenes from which you shouldn’t take your eyes off, but there are also others too moralistic for the music they play.

Thank you so much for your time, ROTTEN TOMB, and congratulations on the killer album. Feel free to leave a message to all our readers!

A: Again, thank you for your words and interest in promoting the band through “The Old Coffin Spirit Zine/Portal”, it is noticeable you have taken the time to inform yourself when writing the questions, and that is appreciated. We hope to be able to play in your country at some point. We also thank the support from those who have just gotten to know us, and even more to all of those who’ve been following us since the first demos. Stay tuned to our pages and social media network, because this is just beginning!

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