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MADNESS METAL FEST – Nocturnall (Ger), Axecuter, Murdock, Slammer, Mesmeryze (Balneário Camboriú/SC)

Fotos: Agenda Metal

Slammer

A segunda visita dos alemães do Nocturnall ao Brasil começou na quinta-feira, na cidade de Cascavel (PR), sexta-feira em Curitiba, e no sábado em Balneário Camboriú. (SC)

Pela primeira vez a máquina de guerra teutônica atacava as terras catarinense na “capital do Atlântico sul” com a tour “Serpent Death Over Brazil 2023”, em Bal. Camboriú, no Bunker 663. Uma casa nova e que eu não conhecia ainda. Um lugar bem legal. Pequeno e bem organizado, no centro da cidade e de fácil acesso. Um bom público apareceu no local. Inclusive uma gurizada nova, e isso eu sempre gosto de destacar, e bater na tecla, e lembrar: precisamos renovar o público e respeitar essa nova geração. É óbvio, que também apareceu a velha guarda da região! Convidados para dividir o palco com os alemães,as bandas brasileiras: Murdock (Tijucas/SC), Axecuter (Curitiba/PR), Slammer (Curitiba/ PR), Mesmeryze (Itapema/SC). E também o VJ metal prata da casa Klaus Peter alegrando os metalheads presentes, antes e depois, com os melhores vide-clips do metal mundial. Também encontrava – se várias bancas de merchandising, fazendo a alegria de todos!

A primeira banda a subir no palco e abrir o evento foi a Murdock. Banda que iniciou suas atividades em 2019 e tem um álbum lançado “Entre Tigres e Lobos” de 2021. Formado por: Guilherme Sezoski / guitarra/voz, Rafael Rau / guitarra, Pholl Gregório/ baixo e Juninho na bateria. Os caras executam um stoner doom e com uma pegada setentista, é nítida a influência de Black Sabbath, e algo de grunge também. Os caras, são bons músicos com bons riffs, bateria pesada, baixo segurando os graves, letras em português e agradou o público.

A segunda banda a subir no palco no Bunker 663, foi os curitibanos da Axecuter. Eles estavam apresentando o seu novo baixista Ivan Pellicciotti, ( Ex – Vulcano) e também produtor, e dono do estúdio curitibano, O Beco. Pelo histórico o cara entende das coisas. O power trio sofreu um pouco para regular os instrumentos com o técnico de som e no final deu tudo certo. 

Axecuter

O público já estava na frente do palco e ansiosos e a banda já começou com tudo abrindo o seu set-list tocando uma trinca poderosa “Metal is Invincible/ No Gods No Devil (Worship Metal) e Banger Prevail. Todas faixas do Debut – CD “Metal Is Invincible” de 2013. E o público cantava os refrões junto, agitando muito. Já de cara notava – se que a nova formação está mais rápida e furiosa ao vivo. Representando o último trabalho de estúdio, o aclamado “Surrounded by Decay” de 2020, as músicas “Separate Ways & Darkness In Bottles”, foi matador! Daniel Danmented vocal e guitarrista, estava com muita raiva. As músicas com ótimos riffs, bases poderosas e o Jeff Verdani arregaçando tudo no comando das baquetas. Toca muito esse cara! Essas duas faixas têm uma certa influência do velho kreator e, com o novo baixista Ivan, essa pegada ficou mais na cara. Continuando o show com Dying Source e Innocence Is Our Excuse, o público curtiu muito essas faixas. E fechando a apresentação com a música que encontra – se no Split – CD “Headbangers After Life” de 2016, que dividiram com os cariocas do Flagelador. Mas antes o polêmico e sem papas na língua Danmented, disse : Sim, essa faixa é sobre segregação! Posers pra lá e nós aqui. Não queremos quantidade e sim qualidade. E mandou. “Attack” com muita fúria, raiva, peso; e os insanos metalheads quebraram tudo na pista !

Resumo : na minha opinião o Axecuter é um grande representante do que chamamos de “true metal” e uma das melhores bandas do sul do Brasil no estilo – e porque não do Brasil, né ?

O novo baixista encaixou – se muito bem na banda e pelo o que eu vi no Madness Metal Fest a banda tá bem entrosada e muito mais rápida, agressiva e furiosa.

Os metalheads estavam esperando para ver os teutônicos, a divisão panzer alemã em ação com seu unholy black/thrash metal no litoral da Santa Bela Catarina pela primeira vez, e o Noctunall não decepcionou. Fizeram um show mortal, rápido e totalmente underground, e sem frescura. 

Os alemães são muito gente boa, tranquilos e acessíveis a todos que os procuravam para tirar uma foto ou mesmo trocar uma ideia. Antes, tiveram problemas com a aparelhagem, e até regular tudo e deixar do jeito certo, demorou um pouco. O que, inclusive, deixou os alemães irritados, principalmente o baterista John Berry. Mas tudo deu certo e os caras fizeram um set list longo com 17 petardos do mais puro metal germânico, cobrindo toda sua discografia. Apesar de os caras terem só três álbuns oficiais lançados em estúdio, têm muitos eps e splits lançados pelo submundo. E, atualmente, divulgando o último trabalho de estúdio, “Serpent Death” (2021). Invoker (vocal), Avenger (guitarra), Incinerator (baixo) e John Berry (bateria), executaram um poderoso thrash black metal germânico.

Nocturnal B.C.

O show inicia com a faixa que abre o último álbum “Black Ritual Tower” e Satanic Oat do Debut – álbum “Arrival Of The Carnivore” de 2005. Era hora de “Beast Of Hades” com seus riffs poderosos e aquela introdução que nos remete ao velho Slayer. Os insanos metalheads foram à loucura com a velocidade, fúria e a maldade dessa faixa. E rolou as primeiras rodas insanas na pista. E sem dó os germânicos mandam: Preventive War, Tormentor, Damnators Of Hand. Era nítida a felicidade dos músicos tocando para aquela platéia ensandecida e barulhenta. John Berry inicia o chamado nos tambores invocando todos os espíritos a baterem cabeça na faixa “Temples Of Sin”, faixa com riffs que vêm do inferno, bateria seca e paradinhas típicas do velho e clássico thrash metal. Simplesmente, espetacular! O panzer alemão vai destilando mais fúria, peso, velocidade e riffs mortais em “Atomic Warfare”. Mais um clássico dos subterrâneos “Rising Demons” disco lançado em 2004 e que teve relançamento no Brasil pela kill Again Records. Faixa matadora! Apesar do vocalista Invoker cantar muito bem e seu vocal pútrido ser poderoso, fiquei imaginando como seria ouvi – la com a vocalista “Tyrannizer” que gravou em estúdio. O vocal dela deixa a música muito mais obscura e destruidora. E sem descanso segue a devastação teutônica com “Thrash Attack e “Nuclear Strike”. Com toda história dos caras, dentro do underground. Eles sabem muito bem como entregar um show foda e tecnicamente são ótimos músicos.

Nocturnal B.C.

Voltaram ao novo disco “Serpent Of Death” e tocaram duas faixas desse disco que já é um clássico do thrash black metal teutonic.”The Iron Throne” e Void Dweller” que me fizeram lembrar de Celtic Frost, Venom e Slayer. É uma aula de metal rápido, sujo e maléfico. Caminhando para o fim do show “Swarm Of Insects”, e o público só ficou prestando atenção nos músicos e o baterista Berry espancou seu kit sem dó e sem piedade, tamanha a fúria e técnica desse cara. Chegou a vez da música “Storm Of The Graves” com um instrumental longo e com ótimos riffs, bases matadoras, bateria rápida e vocal podre é também um clássico na voz da antiga vocalista. E mais rodas de mosh pit na pista. As duas ultimas músicas do set e o ritual negro estava chegando ao fim. “Merciless Murder” e The Curse Of Souls” pôs fim a um show devastador dos alemães por Balneário Camboriú. O público pediu bis e infelizmente a Blitzkrieg germânica finalizou uma noite histórica para a cena underground da região do grande vale catarinense.

Mais uma banda representando o metal brasileiro e a cidade de Curitiba. Era a vez dos carniceiros do Slammer e do batalhador Eduardo Urso. Perdi o início do show e não consegui escutar a faixa “1986”. Divulgando o Debut – álbum auto – intitulado de 2021. Peguei-os já iniciando a faixa “Sons Of Evil” uma música com ótimos riffs e bateria direta e o vocal característico de Eduardo Urso que além do vocal, também segura os graves do baixo. A próxima faixa é “Ignis Corpora” que música foda! Tem uma pegada na linha de Black Sabbath e Candlemass principalmente pelo vocal de Urso. Uma pena que o baterista Búfalo exagerou no etílico e deixou o já citado, Eduardo Urso, e o guitrrista Tiagonha em maus lençóis. Errou várias vezes os andamentos da bateria, e isso os deixou bem preocupados e nervosos. Mas os metalheads estavam ali para curtir o Slammer acima de tudo e o Eduardo anuncia a próxima música “This Heaven Doesnt’ Living in Me” com um riff matador, bateria rápida e o vocal ríspido e agressivo. Slammer já está há mais de 20 anos no submundo e o som dos caras é foda! Heavy Metal com o velho espírito. No meio tem uma passagem de baixo foda! Pena que realmente o baterista não estava ajudando os seus companheiros de banda. Era a vez de “The Curse Of Abbadon” e com uma base foda e uma virada de bateria, com uma paradinha matadora no prato. E o baterista, de novo estragou um momento foda! Essa música é linda, com um refrão que cola na cabeça. Tem influências de Black Sabbath e Venom. Eduardo Urso dedicou o show daquela noite ao André “Pomba” Cagni, redator da revista Rock Brigade que tinha falecido naquele dia.

Nocturnal B.C.

E era a vez de tocar “Passage to Hell” do ep lançado em 2019. Essa faixa é mais direta e vai na linha de um black thrash metal com uma pegada violenta e que me fez lembrar do velho metal nacional e, principalmente, a instituição brasileira Vulcano. Os caras são uma máquina de fazer riffs e bases poderosas. E infelizmente, o pior veio acontecer: após “Passage to Hell” o baterista Búfalo desistiu e não conseguiu finalizar o set. Mas vale citar a paciência e a parceria do amigo de banda Eduardo Urso que pediu desculpas e ainda ajudou o baterista a desmontar o seu kit e guardar tudo!  Eduardo disse: normalmente nós somos melhores que isso. E nós sabemos que vocês são muito melhores! Acidente como esse acontece, principalmente no underground.

Vale ressaltar que os metalheads bateram palmas para a banda, respeitando toda sua história dentro da cena metal do sul do Brasil. Mesmo com os problemas etílicos do baterista, não estragou em nada a apresentação da banda que fez um bom show pela qualidade de suas composições e pela atitude de seu líder, Urso. Não sei o que houve, mas há última banda que estava no cartaz não tocou e ninguém deu uma justificava. Coube aos insanos bangers curtir o VJ Klaus Peteer e sua lista de clips de metal clássicos até as 5h da manhã e o povo só saiu por que os caras da casa foram fechando as portas. Noite memorável na capital do atlântico sul. A cidade é famosa por suas praias e suas casas de música eletrônica, mas essa foi a noite do metal fazer a alegria dos metalheads !!!

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