“Phantasmal Scourge” – Lançado em 28/01/2022
Rotted Life Records (Estados Unidos) – Importado
8,50/10
A banda formada em 2010 no estado da Virgínia (EUA) pratica um Death Doom Metal grotesco, sem concessões e com cheiro de cemitério. Os primeiros anos de atividade testemunharam diversas Demos, um EP e até um álbum ao vivo em 2019, além de um Split com o CRYPTIC BROOD (ALE) em 2021.
O trio abriu o ano de 2022 lançando, finalmente, seu primeiro álbum de estúdio “Phantasmal Scourge” por meio do selo norte-americano “Rotted Life Records”, totalmente voltado ao Death Metal.
Se você, leitor, gosta do seu Death Doom totalmente podre e decaído, como a visão de carcaças lentamente consumidas por vermes, ouça e deleite-se com esse monumento profano à morte. “Slowly Festering in Rigor Mortis” é lenta, beirando o Funeral Doom, ultra pesada, de vocais guturais repulsivos, regurgitando letras Splatter. A aceleração nos dois minutos finais é inesperada e letal.
O timbre das guitarras ficou fantástico, garantindo o som grave, distorcido e potente na medida para discos com essa pegada. Somado aos efeitos de delay e reverb, temos a perfeição. O guitarrista “Joe Arida” demonstra intimidade com o estilo, no desenvolvimento dos seus riffs e leads. Seja nas passagens densas e ultra arrastadas, ou durante as acelerações abruptas, o instrumento lidera a banda e se destaca, como nos oito minutos da megalítica “Phantasmal Scourge”.
Há também músicas menos arrastadas, como “Corrosion Corruption Possession”, de ritmo primariamente médio e alguns segmentos mais lentos. Aqui, os vocais combinados do ótimo batera “Jon Ransom” aos do baixista “Samuel Fox” criam efeitos interessantes, trazendo variedade ao Tracklist. Aliás, que som fudido de baixo tem essa faixa.
O álbum traz duas homenagens às suas influências e referências musicais. A primeira é o cover do MORTICIAN (EUA) “Ghost House”, com passagem veloz bem típica do Deathgrind, que ficou excelente. A segunda é o cover “Embalmed Yet I Breathe” do pioneiro e, infelizmente, subestimado NECROPHAGIA (EUA), um Proto Death imundo e de veia Punk, muito legal mesmo.
Impossível não se empolgar com a insanidade de “Degradation of a Putrid Soul”, desde os riffs mais lentos e certeiros, passando pelo solo bem sacado e os momentos velozes, de intensidade extrema, liderados pela percussão segura e tecnicamente precisa. Já “Petrifying Realization” é menos dinâmica, mas ganha o ouvinte por meio da repetição de riffs descomunais e um puta sonzão do baixo.
“Witching Hour Violation” aposta numa abertura mais vigorosa e upbeat, mas torna-se morosa até o segmento final, quando é conduzido por uma aceleração brutal. A última autoral do disco é “Birth After Death”, extensa e com boas variações, mas que não escapa na sua reta final de se arrastar um pouco (dessa vez, no mau sentido hehe).
Não conheço o material anterior do NIGHT HAG, mas o álbum é uma surpresa muito positiva e ajuda a consolidar o excelente momento para as bandas e lançamentos de Death Doom Metal. Altamente recomendado aos fãs do velho AUTOPSY (EUA), WINTER (EUA), CIANIDE (EUA), MORTIFERUM (EUA), KRYPTS (FIN), SPECTRAL VOICE (EUA) e os trabalhos mais antigos do HOODED MENACE (FIN)
Tracklist abaixo, duração total de 55:13 minutos:
1 – “Slowly Festering in Rigor Mortis”
2 – “Phantasmal Scourge”
3 – “Corrosion Corruption Possession”
4 – “Ghost House” (Cover do Mortician)
5 – “Degradation of a Putrid Soul”
6 – “Petrifying Realization”
7 – “Witching Hour Violation”
8 – “Birth After Death”
9 – “Embalmed Yet I Breathe” (Cover do Necrophagia)
