DATA: 04/06/2022
LOCAL: Darkside Studio – Recife/PE
Bandas: METRALLION (RJ), REALIDADE ENCOBERTA, HEAVY METAL ADDICTED, DE CUJOS e ONE BLAST.
Resenha e fotos ao vivo por Tadeu Ricardo (Turvo Zine/Recife-PE)
Mesmo com as fortes chuvas castigando Recife, quem compareceu no Darkside nessa noite de 04 de junho pôde prestigiar um evento marcado por muito Hardcore, Grind, Punk, Thrash e Blackened Speed Metal. Foi a primeira passagem da veterana banda carioca Metralion pela cidade em turnê pelo nordeste, que contou com a participação das pernambucanas De cujos, Heavy Metal Addicted, Realidade Encoberta e One Blast.
Com um som inspirado no punk hardcore a De Cujos abriu a noite com seu som pesado e cheio de ataques ao sistema e críticas sociais. A banda trás toda aquela instiga da cena hardcore pernambucana e esquentou o Darkside com músicas como Infectados, Lobos em pele de Cordeiro, Escravos do Sistema, entre outras pancadas, inclusive com direito a covers do Titãs e Misfits. Banda muito entrosada ao vivo, tendo uma certa semelhança com a velha Devotos nos seus primórdios.
Na sequência uma das atrações da noite que mais estava aguardando. Não tinha conferido a Heavy Metal Addicted ao vivo ainda e pasmem, fiquei surpreendido com a agressividade e fúria animalesca desse trio de malditos. Mentalize bandas como Motorhead, Nifelheim, Midnight, Diabolic Force, Sodomizer… é nessa junção extrema que o Heavy Metal Addicted se encontra e que show esses maníacos fizeram. Foram agressões do começo ao fim com ataques como “Fuck the Cop’s”, “NS Is Good Only Under the Ground”, “It’s Your Time to Say Goodbye” e “Criminal Ways” instigando um bater de cabeça compulsório por parte dos maníacos presentes. Em particular a execução de “One More Road, One More Fight”, um blues envenenado tocado de forma suja e podre que enalteceu meus ouvidos, sendo a mais cadenciada mas não menos pesada do show desses infames. Quem sacou o álbum Criminal Ways tem que conferir essa banda ao vivo.
A veterana Realidade Encoberta, uma das bandas mais antigas em atividade no cenário Underground pernambucano foi a terceira atração e como de costume fizeram uma apresentação que abalou as estruturas do Darkside. Esses caras trazem na bagagem anos de experiência e seu grindcore foi e é referência para muitas outras bandas da cena nordestina. O carismático vocalista Carlão orquestrou a pancadaria com músicas dos registros históricos da banda. Músicas como “S.O.S. Identidade Humana”, “Rios Mortos”, “Idade das Trevas”, “Não Vivemos Mais Como Escravos”… além de faixas de seu mais recente trabalho o ep RxExCIFE 80: Tributo como o “Farsa” (música do Câmbio Negro hc) e “Flaming Fury” (do Fire Worshipers) instigou a roda de pogo no local com muita ferocidade! Show como sempre fodido que é a marca do Realidade Encoberta.
É chegada a hora da apresentação do Metralion. Após longos anos parada, a banda carioca lançou recentemente seu segundo álbum “Requiem For a Society” e subiu ao palco para mostrar o Thrash Metal que a consolidou no cenário nos anos 80. Foi foda escutar músicas desse recente álbum que é uma releitura do clássico disco Quo Vadis, com as músicas na época originalmente gravadas em português, sendo executadas em inglês como “Time of Crisis” (Tempo de Crise), “Rival Tyrants” (Rivais/Tiranos), Empires (Império), “War Heroes” (Heróis de Guerra), “Pigs Of Law/Penury” (Porcos da Lei/Penúria). Músicas do lendário Ep A Mosh in Brazil também foram tocadas pela banda como “Now way Out”, “Life in Flames” e “Disorder”. Músicas inéditas também foram executadas no show, “Inner Maze” e Vanitas. Além da histórica versão para “Another Brick in the Wall” do Pink Floyd que fechou o set dos cariocas. Foi uma avalanche de Clássicos da banda que começou sua apresentação meio que um pouco morna mas que foi pegando mais feeling e empolgando os presentes a cada faixa tocada. Literalmente foi uma viagem no tempo ver o Metralion.
A noite foi encerrada pela banda One Blast fazendo uma apresentação tributo ao Metallica fechando com chave de ouro o evento. Parabéns aos envolvidos. As bandas, Alcides Burn pela organização, Darkside Studio e Levy pelo suporte e apoio. E principalmente ao público que compareceu. O underground resiste