O CEMETERY FILTH é uma banda de Atlanta, na Geórgia, fundada em 2014 e ativa desde então. O ano de 2020 foi especial para o grupo, que viu o seu primeiro álbum de estúdio “Dominion” ser lançado, após um forte EP “Screams of the Catacombs” em 2014 e Splits em anos mais recentes.
Atualmente, o quarteto é formado por “Maddie Kilpatrick” (Vocais e Guitarra), “Ryan Guinn” (Guitarra), “Devin Kelley” (Baixo) e “Chris McDonald” (Bateria).
O disco de estreia dos norte-americanos foi disponibilizado em CDs, digitalmente e em Fitas Cassete pelo selo “Unspeakable Axe Records”, e em Vinil pelo “Boris Records” em edição colorida limitada.
O Death Metal da banda soa old school, com algumas influências de Thrash,mas ao mesmo tempo atual e dotado de características próprias. Os riffs monstruosos de “Maddie” e “Ryan”formam a estrutura primordial da sonoridade, e aliam-se a solos de ambos, de muito bom gosto e técnica apurada.
A produção do álbum permite ao ouvinte distinguir com clareza cada um dos instrumentos. O baixo de “Devin Kelley” é pulsante e onipresente. O baterista “Chris McDonald”, também membro da ECTOVOID (Death Metal do Alabama) é a adição mais recente ao lineup do CEMETERY FILTH, e trouxe muita energia e qualidade ao time.
“Subduction” abre o trabalho com uma voadora no peito do ouvinte, prevendo um final do mundo apocalítico, com terremotos, lava e gases venenosos corrompendo a atmosfera. O timbre de guitarra nos solos e a técnica lembra bastante o MORBID ANGEL dos dois primeiros discos clássicos, da época do saudoso “Richard Brunelle”.
“Exhumed Visions” é uma das mais cativantes, as mudanças de tempo são minuciosamente executadas e criam grande expectativa pelo que virá adiante. Ótimos solos e atmosfera.
“Paralytic Scourge”contém no seu início um dos riffs mais empolgantes do disco, e performance impressionante dos quatro músicos, sincronia e precisão absurdos. Show de percussão, grande faixa.
“Aeons in Dis” inicia-se mais cadenciada, até ser conduzida a um ritmo médio por um riff gigantesco e sombrio. De sua metade em diante, acelera-se com violência e retorna ao midtempo.
“Festering Vacuity” abre de forma energética, prometendo muito. De fato, flui naturalmente, desenvolve-se com jeitão progressivo e torna-se uma das faixas mais sólidas e diversas do disco. O duo de guitarras brilha intensamente, mais uma vez.
“Churning of the Shallow” tem toques mais modernos encaixando-se à sonoridade da velha escola. As levadas são empolgantes, som muito bem trampado, extremamente agressivo e executado com virtuosismo. Mais uma que pode ser vista como destaque individual do álbum.
“Devoured by Dread” é uma das mais brutais da obra. Faz lembrar, em alguns momentos, os grandes “DEATH” e “AUTOPSY”. Death Metal primordial, impiedoso e de muita técnica.
“From Euphonic Crypts” é uma curta instrumental que prepara o terreno para a faixa derradeira, a épica “Dominion”, que explora com fúria e excelência os elementos mais fundamentais do estilo ao longo de oito minutos.
Estreia magnífica do CEMETERY FILTH. Audição extremamente prazerosa e agradável, banda totalmente recomendável a qualquer fanático por Death Metal verdadeiro. Espero poder voltar a ouvir e analisar futuros lançamentos, o quanto antes.
Relação das nove músicas que compõem o disco:
1 – “Subduction”
2 – “Exhumed Visions”
3 – “Paralytic Scourge”
4 – “Aeons in Dis”
5 – “Festering Vacuity”
6 – “Churning of the Shallows”
7 – “Devoured by Dread”
8 – “From Euphonic Crypts”
9 – “Dominion”
Tempo total de Duração: 37:35 Minutos
Destaques: A primeira e segunda músicas dão ótimo ritmo ao Play, ambas muito fortes. A sexta e a últimas também são dignas de nota pela qualidade, memoráveis.