Quando você pega uns desgraçados que tocam em bandas como Blood Incantation, Spectral Voice, Dominion, entre outras você já espera que algo de especial se apresente e ao ouvir o BLACK CURSE esse algo de especial realmente se faz presente, mas coberto de maldade, sujeira e insalubridade musical. Não espere um death metal mais intrincado ou algo mais death/doom. Apesar dessas características estarem presentes em momentos da música da banda, o que reina aqui é uma brutalidade e sujeira aterrorizantes. Não há aqui uma música tocada para agradar. Sua alma vai ser despedaçada ao ouvir algo assim.
“Endless Wound” traz uma mistura terrível de death, black e war metal musicalmente falando. Os três elementos estão misturados de forma muito sólida. “Charnel Rift” é a porta de entrada para essa sinfonia do caos, o que “Crowned in (Floral) Vice” deixa ainda mais pútrido. Música violentíssima e uma vocalização que vem de abismos obscuros da alma. Eu definitivamente queria ter criado essa música. “Enraptured by Decay” é puro ÓDIO e MALDADE em forma de bases e riffs de guitarra. Melhor música disparada. O massacre continua com a bestial “Seared Eyes” e se converte em um ritual com “Lifeless Sanctum”.
A faixa título “Endless Wound” revive a imundície da humanidade e destila ódio musical em pura forma. Finalmente “Finality I Behold” finaliza esse álbum desgraçado. São quase nove minutos de puro metal que mostra uma influência clara da Ross Bay Area, bandas brasileiras como Sarcofago e Sextrash e bestialidades como Beherit, mas com a pega da banda. O BLACK CURSE vai ter guiar em direção à própria destruição. Tenha certeza disso e prepare-se.