CD/EP/LP

KANKAR – Dunkle Millenia (CD 2021)

KANKAR (Alemanha)
“Dunkle Millennia” – Cd 2021
Eisenwald Records – Importado
9/10

Formada em 2016 na Alemanha, a KANKAR lançou apenas um EP em 2018 antes deste debut, intitulado “Dunkle Millennia”, que conta com Plágan na bateria e Stríð nos demais instrumentos. Contando com uma produção limpa, que evidencia bem todos os instrumentos também se destaca todas as letras em alemão.

“Gier” começa fria e com barulho de chuva, acompanhada por um dedilhado suave antes de explodir riffs poderosos que fazem com que Plágan quebre o ritmo a todo momento. Já “Krater in Sarx” é mais direta, chegando a lembrar um pouco do Carcass em incursões mais cadenciadas. Nela, Stríð explora bem o vocal rasgado com o gutural e até alguns sussurros, deixando a faixa bem sombria.

Aí vem “Zerfall des Lichts”, pesada e sem velocidade, que tanto me agradou pela sonoridade como pela letra inteligente e filosófica, que cita um deus que caminha no vazio, perdido, enfrentando marés cósmicas e a decadência de luz que se aproxima. Em “Vergeltung” eles aceleram um pouco mais e são nem eficientes, principalmente ao inserir blast beast. A cadência volta na ótima “Thüringer Schwarzmetall”, enquanto a ótima “Der Schütze” lembra um pouco o Satyricon da época do “Nemesis Divina”. E neste ponto do cd dá pra se notar nitidamente que o KANKAR sabe explorar muito bem as influências sem ser caricato.

Em “N.E.I.D” eles exploram bastante a escola sueca de death metal com algumas pitadas de Pestilence. Há também influências vikings, como em “Festmahl für die Krähen”, que casa bem com “Pilgerreise”, uma faixa que lembra bem o Immortal, mas que também tem passagens que remetem ao Bathory.

A parte final do cd conta com “Die Sonne über Ikarus”, que é um death/thrash bem cadenciado e a faixa-título, “Dunkle Millennia”, que começa com dedilhado e segue um pouco a linha da faixa anterior no primeiro terço e desenvolve-se para uma estrofe mais black metal.

Ao final dos pouco mais de 44 min podemos constatar que o KANKAR acertou em cheio neste debut pois criou algo muito bom, sem ser caricato ou maçante.

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