CD/EP/LP

HOODED MENACE – The Tritonus Bell (Adv. 2021)

HOODED MENACE(Finlândia)
“The Tritonus Bell” – CD 2021
Season of Mist – Importado
Mindscrape Music e Mutilation Productions (Brasil) – Nacional
10/10

DATA DE LANÇAMENTO/RELEASE DATE: 27/08/2021

O HOODED MENACE chega ao seu sexto álbum de estúdio, com o lançamento internacional do aguardado “The Tritonus Bell”, pelo selo francês “Season of Mist”, previsto para 27 de agosto. Felizmente, teremos em breve uma bela versão nacional em Slipcase, que será disponibilizada conjuntamente entre as gravadoras “Mindscrape Music” e “Mutilation Productions”.

A espera de quase quatro anos, após o bem-sucedido “Ossuarium Silhouettes Unhallowed”, de 2018, valeu a pena. A banda finlandesa, atualmente celebrada como um dos principais expoentes mundiais do Death Doom Metal, entrega outro álbum sólido, extremamente consistente, e concebido com lampejos geniais de criatividade.

 “The Tritonus Bell” soa como o resultado da evolução orgânica e gradativa dos quase quinze anos da criação de “Lasse Pyykkö”, habilidoso multi-instrumentista, compositor e cérebro no comando do HOODED MENACE.

A tal evolução mencionada acima aponta para um direcionamento ousado, que agrega elementos memoráveis do Heavy Metal Clássico, principalmente no que tange às harmonias de guitarras, duelos e solos, conduzidos impecavelmente pela dupla “Lasse Pyykö” e “Teemu Hannonen” ao longo de todo o disco.

Pode-se dizer, de certa forma, que o novo trabalho é uma mescla evoluída dos dois anteriores. “Darkness Drips Forth”, de 2015,é um dos álbuns mais brutais, pesados, melancólicos e sombrios da formação. O Doom forjado nos mais profundos e decadentes abismos do submundo encontra-se com o Death Metal cadenciado, que exala os mais pútridos miasmas. Já “Ossuarium Silhouettes Unhallowed” é uma aula magna de Death Doom, com a infusão precisa e certeira de melodias. Dava boas pistas sobre os passos seguintes da banda. 

Essa alquimia resulta num som profundamente cativante, trazendo ao ouvinte as características marcantes já reconhecíveis dos finlandeses, que remetem a ícones como RUNEMAGICK (SUE), ASPHYX (HOL), AUTOPSY (EUA), CANDLEMASS (SUE) e PARADISE LOST (ING), porém acrescentando a beleza do instrumental do Heavy tradicional dos anos 80. Praticamente impossível não lembrar de MERCYFUL FATE (DIN), KING DIAMOND (DIN) e ANGEL WITCH (ING). Interessante mencionar que o célebre “Andy LaRocque” participou da produção, juntamente com a banda.

A intro “Chthonic Exordium” é bem curta, mas as guitarras já dão uma bela ideia do que virá à frente. “Chime Diabolicus” soa diabolicamente épica e potente, do alto de seus riffs brutais, mas ao mesmo tempo ganchudos e memoráveis, e com as variações dinâmicas de tempo. Os teclados dão um toque classudo ao som. Sonzão irresistível.

 “Blood Ornaments” segue a pegada épica. A metralhadora de riffs continua disparando com extremo bom gosto, e precisão ímpar. Ótimas melodias, belíssimo solo de guitarra. Destaque adicional ao duo Bateria “Pekka Koskelo” e Baixo (gravado pelo “Lasse”), que voam ao longo dos nove minutos da faixa.

 “Those Who Absorb the Night” é menos extensa que as duas anteriores, mas tão impactante quanto. Legal demais a forma como os vocais extremos de “Harri Kuokkanen” se encaixam à proposta. Outra faixa nada menos que memorável.

 “Corpus Asunder” soa massiva, retomando a faceta mais épica da obra. As passagens cadenciadas (algumas superdensas) brilham com os elementos tipicamente Doom, e o trabalho de guitarras novamente impressiona pela diversidade, sempre com timbres matadores.

  “Scattered into Dark” conta com os riffs e atmosfera mais pesados do álbum, um verdadeiro monólito. Já imagino esse refrão sendo cantado em uníssono pela audiência nos shows vindouros. Trampo instrumental mais uma vez magnífico, vocais perfeitos, passagem mais atmosférica ao final muito bem sacada.

 “Instruments of Somber Finality” é uma instrumental de pouco menos de três minutos, que fecha a parte autoral do álbum, deixando a melhor impressão possível.

 Não há muito mais o que comentar, discão espetacular. Agora é aguardar com ansiedade o lançamento da versão nacional e adquirir uma cópia. Acirra-se a briga pelo melhor disco do ano!

Relação das oito faixas, sendo as sete primeiras autorais e a oitava o bônus, cover que homenageia os norte-americanos do W.A.S.P. – A duração total é de 47:40 minutos.

1 – “Chthonic Exordium”

2 – “Chime Diabolicus”

3 – “Blood Ornaments”

4 – “Those Who Absorb the Night”

5 – “Corpus Asunder

6 – “Scattered into Dark

7 – “Instruments of Somber Finality

8 – “The Torture Never Stops” (Cover do W.A.S.P.)

Destaques: o álbum é excepcional como um todo, e flui com absoluta naturalidade. Não é tarefa simples pinçar algum momento específico. Diria que a quarta faixa serve como uma amostra perfeita do poderio do álbum. Ouça completo!

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