CD/EP/LP

ÆNIGMATUM – Deconsecrate (2021)

ÆNIGMATUM (Estados Unidos)
“Deconsecrate” – CD 2021
20 Buck Spin Records – Importado
8,5/10

Sempre apreciei bandas técnicas. A conexão do feeling musical com complexidade é algo que sempre me fascinou, mas não apenas por uma questão de exibicionismo musical. Não é apenas o tocar de forma complexa. É preciso feeling envolvido e o Ænigmatum conseguiu esse equilíbrio que pode ser bem tênue. “Deconsecrate” é o segundo álbum dessa banda formada em Portland, estado americano do Oregon.

A banda existe dentro de um limar entre o death, o black e uma abordagem complexa. Todas as músicas flertam com uma brutalidade bastante evidente e isso se mescla com excelentes solos de guitarra, andamentos mais quebrados e com uma perfomance do baixista Brian Rush, que é surpreendente e de um extremo bom gosto.

Lançado agora no início de Agosto, “Deconsecrate” é um trabalho sólido, com qualidade inegável e uma arte de capa belíssima e intrigante. As músicas que me chamaram a atenção logo durante a primeira audição foi a brutal e técnica faixa de abertura “Forged from Bedlam”. Aqui é a primeira demonstração do talento brutal da banda. As linhas de baixo nessa faixa são matadoras. Já “Undaunted Hereafter” traz um andamento mais cadenciado e nos momentos mais brutais, os riffs trazem algo da velha escola da brutalidade e isso a coloca como uma das melhores do álbum. Outra faixa que destacaria é “Disenthralled”, uma música que mostra o quanto a música do Ænigmatum é calcada na complexidade e assim assim cria momentos poderosos com clima e pegada. Os arranjos presentes em “Fracturing Prodivity” dão um ar oriental a essa música e remete ao que o Nile faz com propriedade, apesar de que no caso dessa faixa a música não é tão linear.


As outras faixas vão se mantando dentro desse espectro de brutalidade, complexidade e climas criados, como no caso de “Despot of Amorphic Dominions” e seu grande solo. A última faixa é outra bastante significativa. “Animus Reflection” que traz algumas linhas melódicas que me lembraram o velho Sadist e o Krypt of Kerberos. Definitivamente “Deconsecrate” é um trabalho a ser conferido e o Ænigmatum é uma banda que ainda vai dar muito ao que falar.

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