LINEUP
FORCED TO SURFACE – Austin/Texas – EUA
ATHANATOS – New Braunfels/Texas – EUA
PSYCROPTIC – Tasmania – Austrália
DECREPIT BIRTH – California – EUA
Data: 29/08/2023
Local: Come and Take It Live – Austin/TX – EUA
Horário de abertura da Casa: 18:00 Horas (Primeiro Show às 19:30hs)
O evento foi programado pro início da noite de uma terça, final de mês, em meio a uma das maiores ondas de calor da história do Texas. O preço segue camarada, US$ 20.00 no ingresso (mais ou menos R$ 100,00 pelo câmbio atual).
Apesar dos preços justos, dessa vez a casa não encheu. Houve um público razoável, tornando os shows apresentações bastante intimistas e extremamente divertidas para os presentes.
Às 19:30 em ponto, os caras do FORCED TO SURFACE iniciaram o seu set. A banda é local, e não tem muitos anos de atividade. Já lançaram um EP e singles, e estão preparando material para o primeiro disco de estúdio. O Death Metal / Deathcore da banda é super técnico e intricado, com breakdowns gigantescos. Remetem a bandas como JOB FOR A COWBOY e THE FACELESS.
Foram 30 minutos divertidos e curiosos, com a banda vestida casualmente (o vocalista usava camisa estampada aberta na linha “curtindo férias no Havaí” e shorts com o logo da banda na traseira). Destaque pra dupla de guitarristas, muito boa. Uma pena terem tocado com bateria programada, o resultado teria sido outro com um baterista fera sobre o palco. O lema da cidade “Keep Austin Weird” (Mantenha Austin Esquisita) nunca fez tanto sentido.
Em seguida rolou o show do ATHANATOS, ótima banda de New Braunfels/TX com mais de dez anos de estrada e dois álbuns lançados. A linha de som é a mesma, um Tech Death Metal de extrema habilidade, porém explorando menos os breakdowns e investindo mais nos riffs complexos e dominantes.
Foram 40 minutos intensos, com destaque para o vocal “Juan Garcia”, que vestia uma camiseta clássica do MISFITS e detonou com uma performance energética, muito vibrante e competente. O baixista “Nathan Luna” (vestindo IRON MAIDEN) também entregou muita qualidade, com linhas surreais. Com certeza a lenda “Steve Harris” teria aprovado a habilidade.
Uma das duas co-headliners da turnê, o PSYCROPTIC da Tasmânia viria a seguir. Eu não pude assistir a banda quando houve a passagem pelo “Setembro Negro”, em São Paulo, e queria muito vê-los ao vivo. Tive a chance de conversar com o vocal “Jason Keyser” que tem tocado ao vivo com os australianos (e com o ORIGIN também), e ele ressaltou o prazer de ter tocado no evento paulistano.
O cara é extremamente simpático, e conduziu o set dos australianos com descontração e interagindo muito com o público. Comandou o moshpit, pediu cuidado pra galera com um menino de aparentemente 10 anos acompanhado do pai e quase colado na grade, organizou um mini wall of death e convidou os dispostos ao palco para alguns stage dives.
Em pouco menos de uma hora, executaram sons distribuídos entre os oito discos, com destaque para o excepcional “Ob(Servant)” de 2008 e o mais recente “Divine Council”, lançado no ano passado.
Os irmãos fundadores da banda, “David Haley” (Bateria) e “Joe Haley” (Guitarra) são os pilares do PSYCROPTIC, e isso fica evidente ao vivo. São dois músicos de primeira linha, com enorme experiência e habilidade. Sempre os considerei uma das melhores formações de Tech Death do mundo, e foi incrível poder curtir seus sons ao vivo.
Setlist PSYCROPTIC:
– Cold
– We were the Keepers
– This Shadowed World
– Rend Asunder
– Euphorinasia
– A Fool’s Errand
– Frozen Gaze
– Ob(Servant)
– The Watcher of All
– Enslavement
A essa altura, já estava quase surdo e com os pés moídos (é foda ficar velho). Pausa para visita ao banheiro e ao bar. Dessa vez, vi muita gente reclamando dos preços do bar, coisa que não é comum. As cervejas seguem convidativas, mas pude constatar que o resto tinha preços salgados mesmo (por exemplo: US$ 14.00 por um copo de Coca-Cola com Rum lotado de gelo).
Hora de voltar à área do palco e presenciar o grande DECREPIT BIRTH ao vivo. O lendário vocalista “Bill Robinson” foi outro com quem eu pude trocar ideia na área do merchandising. Gente boa demais, e a imagem estilo “mendigão” que corresponde à total realidade. Ele morou nas ruas por opção própria por mais de 20 anos.
No palco, a banda é uma força da natureza. O que os destaca da maioria absoluta das bandas de Tech Death é a psicodelia (presente nas capas dos álbuns e nas estampas das camisetas) e os solos de guitarra mais melódicos e extremamente complexos.
O guitarrista “Matt Sotelo” detona ao vivo, e a sua pegada lembra demais o falecido “Ralph Santolla”, que teve passagem marcante pelo DEICIDE da época do “The Stench of Redemption”.
O nível de entrosamento do quarteto é fenomenal, rendendo execuções impecáveis dos sons dos quatro álbuns.
Teríamos o ponto mais alto do evento bem no final, com a execução de “Crystal Mountain” do DEATH, anunciada com uma homenagem de todos os presentes ao velho “Chuck”. A casa mudou totalmente de atmosfera, e virou caldeirão. O Vocal – Mendigo – Neandertal aventurou-se pulando do palco em direção à roda de pogo, onde parecia divertir-se como nunca.
Trabalhos encerrados por volta das 23:10… Dose de Death Metal devidamente absorvida, hora de correr pra casa dormir, porque a quarta seria de muito trabalho desde cedo (como disse antes, ficar velho é uma merda).
Setlist DECREPIT BIRTH:
– Vortex of Infinity – Axis Mundis
– Metraton
– Spirit Guide
– Of Genocide
– The Infestation
– Prelude to the Apocalypse
– Hieroglyphic
– A Gathering of Imaginations
– Symbiosis
– Crystal Mountain (cover do DEATH)