DATA DE LANÇAMENTO/RELEASE DATE: 25/07/2022
Os canadenses do SEDIMENTUM preparam um dos lançamentos mais aguardados do Death Metal mundial, seu álbum de estreia “Suppuration Morphogénésiaque”, previsto para o final de julho via gravadoras “Me Saco Un Ojo Records” (fitas cassete e vinil) e “Memento Mori” (CDs).
Os quatro cavaleiros do apocalipse de Québec vêm conquistando uma legião de fanáticos desde 2019, quando saiu a primeira demo. Curtas amostras nos Splits com PHOBOLIFIC (EUA) e TOTAL ISOLATION (CAN), além da segunda demo de abril passado, só fizeram aumentar a expectativa e ansiedade pelo material completo de estúdio.
Aos não iniciados, a sonoridade dos caras é Death Metal old school, sem pirotecnias técnicas e direto ao ponto, tomando como principal referência a espetacular e clássica cena finlandesa dos anos 90. Seria uma forma praticamente pura do estilo, não fosse a forte presença dos elementos Doom, que enriquecem e reforçam a atmosfera pós-apocalíptica.
Como características específicas, o SEDIMENTUM apresenta vocais ultra guturais, performados alternadamente por dois dos membros, guitarras imundas, de timbragem super grave e que desfilam riffs gigantescos, baixo no talo e sobrecarregado e percussão brutal. A produção do álbum é crua o bastante para tornar esse caldeirão de podreira ainda mais repugnante e extremo.
A celebração grotesca tem início com “Krypto Chronique II”, e logo percebe-se que, apesar de contar com fragmentos Doom, o Death Metal da banda é direto, bruto e “poucas ideias”, como dizem na minha quebrada. Primeiro impacto: Que puta produção foda, som alto e sem polimento, brutal. E só nessa música tem um turbilhão de riffs fudidos, daria pra compor uma meia dúzia de faixas com eles.
Algumas das músicas sim, tem perfil mais Death Doom. Caso da “Excrétions Basaltiques”, onde os caras exploram bem demais as mudanças de andamento e prendem sua atenção por completo. Também serve para a faixa título “Suppuration Morphogénésiaque”, essa até mais arrastada em certos pontos, e absurdamente colérica em outros. E prepare-se para um dos riffs mais esplêndidos desse ano, mais ou menos aos 4:00 minutos.
Falando em guitarras, ressalto o timbre fantástico. E cabe exaltar, adicionalmente, a sonoridade esmagadora desse Play. Uma das melhores músicas, nesse quesito, é a “Funestes Manifestations”, criada com o intuito exclusivo de quebrar pescoços.
A estrutura inicial de “Nécromasse” é bem diferente, com espetáculo do batera. As partes lentas têm uma vibe inegavelmente INCANTATION. Quando engata a quinta marcha, torna-se ainda melhor, atropelando impiedosamente o ouvinte. Viciante, isso aqui.
“Supplice” faz uso de melodias notadamente maléficas, enquanto o pus e o sangue escorrem e espirram pelos falantes. Como boa faixa extensa, desenvolve-se gradativamente. A banda mantém uma pegada absurdamente atroz com a naturalidade de um assassino em série.
O jogo já está ganho quando “Un Grotesque Panorama” abre chutando cabeças, com muito peso e groove, abusando magistralmente das variações rítmicas. Ponto extra para a seção final da faixa, arrebatada por uma aura sobrenatural, que a faz esvanecer como que sob delírio psicótico.
Um arregaço, esse álbum de estreia do SEDIMENTUM. Nota 10, sim. É o que os fanáticos estão esperando, e mais. Se você curte o seu Death Metal sem modernidades, cavernoso, com aroma do miasma de tumbas violadas, bem composto e executado, achou o seu disco de 2022.
Trabalho obrigatório para qualquer fã de UNDERGANG (DIN), MORTIFERUM (EUA), DISMA (EUA), RIPPIKOULU (FIN), ABHORRENCE (FIN), OUTRE-TOMBE (CAN), CRYPTWORM (GBR), SPECTRAL VOICE (EUA), DEMIGOD (FIN).
Tracklist abaixo, duração total de 38:14 minutos:
1 – “Krypto Chronique II”
2 – “Excrétions Basaltiques”
3 – “Suppuration Morphogénésiaque”
4 – “Funestes Manifestations”
5 – “Nécromasse”
6 – “Supplice”
7 – “Un Grotesque Panorama”
ENGLISH VERSION:
Canadian Death-Metal juggernauts SEDIMENTUM are preparing one of the year’s most anticipated extreme metal releases, their debut album “Suppuration Morphogénésiaque”, scheduled for the end of July in conspiracy involving labels “Me Saco Un Ojo” (cassette tapes and vinyl) and “Memento Mori” (CDs).
The four horsemen from Québec have been mustering a legion of fans since 2019, when their first demo came out. Short samples in Splits with PHOBOLIFIC (USA) and TOTAL ISOLATION (CAN), in addition to the second demo released last April, only helped raising the expectation for full-length studio material.
To those uninitiated, the maniacs’ trade is old school Death Metal, without any technical pyrotechnics or gimmicks, straight to the point. It takes the spectacular and classic Finnish scene of the 90s as a main reference. Doom elements presence is strong, though, enriching and reinforcing the album’s post-apocalyptic atmosphere.
As traits, SEDIMENTUM’s debut full album features uber-guttural vocals, performed alternately by two of the members, filthy, thick, low guitars parading gargantuan riffs, throbbing, louder than hell bass and visceral, brutal percussion. The album’s production is raw enough to turn this cauldron of filth into something even more disgusting and extreme.
The grotesque celebration begins with “Krypto Chronique II”, and it quickly makes a statement. Despite having plenty Doom fragments, the band’s Death Metal is straightforward, rough, and bloodthirsty. First impression: What a damn great production, loud and unpolished, resulting in vicious sound. Also, this track alone has a whirlwind of face-melting riffs, raw material enough for half a dozen tracks.
Some of the songs do have a more Death Doom character. The case of “Excrétions Basaltiques”, where the band explores tempo changes in a flawless fashion, easily grabbing your attention. It also works for the title track “Suppuration Morphogénésiaque”, which crawls even slower at certain points, soaring absurdly fast and heavy at others. Get ready for one of the most splendid riffs of the year, around 4:00 minutes.
Speaking of guitars, I already mentioned the tone, which sounds fantastic. But it is worth highlighting, as well, how overwhelming this record resonates. One of the best pieces, in this regard, is “Funestes Manifestations”, bred with the sole purpose of breaking necks.
The initial structure of “Nécromasse” is quite different, with an uncredited show by the drummer. The slow parts have an undeniably INCANTATION vibe. When it shifts into fifth gear, it gets even better, ruthlessly running over the listener. Addictive song, this one.
“Supplice” exploits notably malevolent melodies, while ooze and blood drips and splatters through the speakers. As a good, lengthy track, it develops gradually. The band keeps an absurdly atrocious pace with the serenity of a cold-blooded, inhumane serial killer.
The game is already won when “Un Grotesque Panorama” opens, kicking heads with a lot of power and groove, masterfully abusing rhythmic variations. Bonus point for the final section, enraptured by an unearthly aura, which makes the track fade away as if under psychotic delirium.
SEDIMENTUM’s long awaited debut album is a true behemoth. Yes, it’s worth the 10 rating. It’s what fanatics are waiting for, and more. If you enjoy your Death Metal without modernisms, cavernous, reeking of desecrated tombs’ miasmas, expertly composed and executed, there you go: I present you one of your favorite 2022 albums.
Mandatory for any fan of UNDERGANG (DEN), MORTIFERUM (USA), DISMA (USA), RIPPIKOULU (FIN), ABHORRENCE (FIN), OUTRE-TOMBE (CAN), CRYPTWORM (GBR), SPECTRAL VOICE (USA), DEMIGOD (FIN).
Tracklisting below, running time 38:14
1 – “Krypto Chronique II”
2 – “Excrétions Basaltiques”
3 – “Suppuration Morphogénésiaque”
4 – “Funestes Manifestations”
5 – “Nécromasse”
6 – “Supplice”
7 – “Un Grotesque Panorama”