CD/EP/LP

WARFORGED – Quintessence (CD 2023)

WARFORGED (Brasil)
“Quintessence” – Cd 2023
Independente – Nacional
9/10

WARFORGED iniciou as atividades em 2007, como uma “one man band” projeto do músico “Daeroth Inglorion” (vocal e todos os instrumentos) e com  o tempo ele convidou um guerreiro  para fazer parte do exército negro, que assim, transformou –  se em um “Duo”, com a entrada de “Demogorgon” na bateria. Banda forjada na guerra e para executar um black metal bem executado e poderoso, com letras profundas na filosofia e ocultismo. Warforged já tem vários materiais lançados no submundo entre EPS, Splits e um Full Length lançado em 2010 “The Black Age of Light’s Fall”

A banda acabou de lançar esse segundo trabalho independente e por enquanto só está disponível nas plataformas de streaming e em breve ganhará uma versão física. “Quintessence” contém 9 composições, de um black metal com temáticas conceituais sobre a queda, vingança e transcendência/iluminação do arquétipo de Lúcifer.

Totalmente inspirado em poemas épicos como “Paradise Lost”  de John Milton, cada faixa como um capítulo contando a história desde o momento em que os anjos caídos foram condenados ao abismo, até o momento da transcendência, a iluminação após a vingança contra os céus. A primeira faixa que abre esse trabalho é “Shrine of the Faceless Archangel” música já inicia rápida e bateria reta, sem dó e sem piedade. Música matadora! Resgatando o espírito do black metal dos anos 90.

“Quintessence of Darkness” outra faixa matadora! Com uma pegada mais cadenciada e continuando com a tradição mais raiz do velho black metal. Rispidez, agressividade e obscuridade.

“Chaos Legion” traz lembranças do Dimmu Borgir da fase do clássico disco “Enthrone Darkness Triumphant” de 1997; e também do Emperor. A dupla mistura com bom gosto passagens de belas melodias de guitarras com partes mais viajantes e muita brutalidade. Bateria com partes cadenciadas e rápidas.

“Heretic Path” segue na mesma pegada da anterior, e essa faixa dá nome ao EP lançado em 2014.  

A quarta faixa “Horns Against Heaven” é outra bela faixa com uma pegada mais cadenciada e uns riffs poderosos. Essa música é a mais diferente, mesclando passagens épicas, sombrias, dedilhados e passagens atmosféricas, com o vocal com em partes mais limpos no final, passando dramaticidade e sentimento de tristeza.

E chegamos ao  quinto atentado contra as instituições eclesiásticas, e outra faixa foda “The Howling Winds of Solitude”. O instrumental nos remete a faixa anterior, “Horns Against Heaven” e mesclando velocidade, peso, fúria e passagens cadenciadas, com riffs matadores, e momentos mais introspectivos; a bateria mais trabalhada, com  um  belo solo de guitarra de arrepiar no final da música.

A guerra é para fortes! É forjada no campo de batalha! Agora era vez de hastear a bandeira negra e executar a sétima faixa “Beyond The Realms Of The Forgotten Swords” outra música negra e  poderosa. Maléfica, rápida e agressiva. Música cheia de variações e mudanças de andamentos com momentos suaves, rápidos e com belas melodias.

A penúltima faixa é “Echoes From the Occult Prophecy” uma pequena introdução de menos de três minutos. Fria, lúgubre e tétrica.  Apostando em passagens atmosféricas, e o teclado dando um ar maléfico à composição.

Fechando com uma faixa que dá nome ao  EP lançado em 2019, e que para mim é perfeita! “The Battle of Belial Against Gabriel Pt.2”. Realmente essa faixa é matadora! O black metal deste Duo do norte do  Paraná é gélido até os ossos. Riffs poderosos e cortantes. São mais de 11 minutos que o ouvinte nem vê passar e quando acaba a música dá play de novo. Um vocal matador, cheio de sentimentos, de raiva e fúria. Passagens ríspidas e ao mesmo tempo encontramos belas passagens com melodias, atmosfera gélida, sentimentos de misantropia. Riffs e bases poderosas. Bateria segura e precisa. Baixo segurando os graves. Realmente esse segundo trabalho do Warforged dá orgulho a todos nós que amamos a arte negra do submundo brasileiro. É um trabalho que está no mesmo nível de bandas europeias ou escandinavas, com certeza!

A produção do álbum está muito boa. Um nível em que se escuta todos os instrumentos e, apesar de apostar numa gravação mais “clean”, não é plastificada, como muitos lançamentos atuais. Deixou aquela sujeira e agressividade. A maldade que faz parte do black metal.

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