“Blackcrowned Majesty” – Digital 2020
Independente– Formato Digital
8/10
TRISTWOOD bandcamp https://tristwoodofficial.bandcamp.com
TRISTWOOD é uma banda de Death / Black Metal Industrial da Áustria, ativa desde 2001 e atualmente operando de forma independente, sem vínculo com nenhum selo.
Sua formação mais recente conta com cinco integrantes: “Jegger” vocal e guitarra, “Neru” backing vocal, guitarra e sintetizadores, “HMG” bateria, “JD” baixo e “Deimon” vocal, flauta e sintetizadores.
Desde sua fundação, os austríacos já entregaram dois EPs e cinco álbuns integrais de estúdio, sendo o mais recente “Blackcrowned Majesty”, lançado em maio de 2020 de forma independente, e comercializado digitalmente por intermédio dos próprios músicos, via Bandcamp.
“Re-enthronement of the Damned” tem introdução eletrônica via sintetizadores, rapidamente evocando um clima cyberpunk, a la “Matrix”. Logo surge um Death Black Grind brutal, ultra veloz e com diferentes tipos de vocais (com uma série de efeitos agregados) se intercalando.
“He Who Traversed a Greater Oblivion”é menos veloz, os riffs mais diversos e interessantes. A bateria, que soa até artificial na faixa anterior, toma corpo com linhas mais versáteis e cria uma estrutura empolgante similar àquela do Grindcore ao longo das vertiginosas acelerações. Os vocais possuem menos efeitos, sãos extremos e bem postados. Ótimo som, em geral.
“A Blackcrowned Majesty” tema do álbum, introduzida de forma industrial, com os teclados e samplers em primeiro plano. Death / Black / Grind extremamente sujo, as partes eletrônicas adicionam peso e acrescentam camadas ao som. É nessa faixa que a flauta aparece, ainda que de forma tímida. Os músicos são habilidosos na fusão dos elementos, o resultado atingido pelo TRISTWOOD é convincente e cativante.
“Her Wraith Through Stygonian Lands” cadenciada, repleta de efeitos sintetizados e com vocais novamente bastante diferentes, carregados de efeitos. Riffs insinuantes, baixo pulsando com peso descomunal e bela aceleração na sua reta final.
“The Hall of Rauthra’s Fate”a bateria abre caminho junto às guitarras, com linhas criativas. O que se segue é uma tempestade impiedosa de blast beats, que se estende e persiste enquanto as guitarras desenvolvem a atmosfera da faixa. Uma das mais diretas e com menos efeitos eletrônicos do álbum, lembra ABORYM (Itália) antigoe algumas passagens mais voltadas ao Black Grind do IMPALED NAZARENE (Finlândia).
“Acherontic Deathcult” é outro exemplo muito positivo de como esses austríacos casam bem as sonoridades mais extremas e doentias do Metal com os efeitos eletrônicos. As passagens atmosféricas que os teclados injetam em meio ao caos instrumental são grandiosas. Daria uma trilha perfeita para algum filme de terror espacial do tipo da franquia “Aliens”. Esse som vale o ingresso do show, espetacular.
“Bone Cathedral” insanidade e intensidade sob forma de uma autêntica parede de som. Dessa vez com variações percussivas interessantes (algumas viradas absurdas) e os vocais mais sobrenaturais e perturbadores do álbum.
“Nightshade Eternal” abre com ritmo lento, alguns efeitos especiais e atmosfera densa, que não dá nenhuma pista sobre sua direção. Segue em ritmo médio, bem diversa do restante do disco, com riffs mais melódicos. Música bem trabalhada e vibrante, finaliza adequadamente o trabalho.
Ótimo disco, altamente recomendável aos fãs de ANAAL NATHRAKH (Reino Unido), ABORYM (Itália – primeiros álbuns) e ZYKLON (Noruega).
No total, oito faixas somando a duração de38:04 minutos:
1 – “Re-enthronement of the Damned”
2 – “He Who Traversed a GreaterOblivion”
3 – “A Blackcrowned Majesty”
4 – “Her Wraith Through Stygonian Lands”
5 – “The Hall of Rauthra’s Fate”
6 – “Acherontic Deathcult”
7 – “Bone Cathedral”
8 – “Nightshade Eternal”
Destaques: A segunda e terceira faixas, ambas brutais e que apresentam bem o talento dos músicos em mixar o Metal Extremo da banda com as passagens industriais eletrônicas. A última pela sua diversidade complexa e atmosfera, rica e muito bem trabalhada.
