CD/EP/LP

HELSLAVE – From the Sulphur Depths (CD 2021)

HELSLAVE (Itália)
“From the Sulphur Depths” – CD 2021
Pulverised Records – Importado
9,5/10

Definitivamente a quantidade de material que tem chegado na redação do THE OLD COFFIN SPIRIT é um sinal do trabalho sério que tem sido feito, mas isso também cria um problema que é a incapacidade de ouvir o volume de bandas e lançamentos que tem ocorrido e isso causa o imperdoável ato de não ter ouvido esse álbum dos italianos do HELSLAVE logo assim que chegou por aqui. “From the Sulphur Depths” foi lançado no mês passado pela gravadora Pulverised Records.

Para começo de conversa, eu sempre considerei os dois primeiros álbuns dos suecos do Hypocrisy como verdadeiras pérolas do death metal e eles tem uma sonoridade muito particular que não ouvia desde o lançamento deles e que ao colocar esse “From the Sulphur Depths” para tocar me atingiu novamente. Não é de forma alguma uma banda que copiou o som ou algo assim, mas existe algo aqui que soa realmente como aqueles álbuns e com um nível atualizado de maldade. Os riffs ríspidos, andamentos mais brutais intercalados com dois bumbos e um vocal matador fazem desse trabalho um dos discos de death metal mais fodas desse ano até agora.

Depois que a introdução “From the Sulphur Depths” acaba, “Unholy Graves” tem início e que início devastador é esse. Há alguma dose de melodia nos riffs, mas algo que dá mais clima do que “beleza”. É death metal frio e calculista mas dentro de uma perspectiva bem própria desses italianos. A produção é certeira nesse álbum e faz as músicas soarem realmente poderosas. Um grande trunfo desse disco é trazer músicas que não se prolongam mais do que deveriam. Elas foram criadas para causar o máximo de dano aos ouvidos desavisados e êxtase aos iniciados nas artes do metal da morte. Ouça “Thrive in Blasphemy”. Isso é a puro feeling e agressividade. Há uma pegada quase punk na porradaria energética de “Perpetual Damnation”, outra grande música.

“Last Nail in the Coffin” é uma faixa mais pesada e com um certo “groove”, mas nada muito exagerado, apesar de essas pegadas não serem tão legais assim. Que riff matador tem no início de “Thy Will Be Done”. O death metal sueco realmente corre nas veias desses caras e com uma qualidade ímpar. “Desecration” é uma música que gostei muito pela dinâmica que ela cria. Momentos mais rápidos e cadenciados funcionam de forma equilibrada. E a qualidade dos riffs é sempre lá em cima. As partes mais lentas me lembraram um pouco do Dismember e são muito boas. As duas últimas faixas do álbum são “Rotting Pile of Flesh” e “The Sentence of the Living”, essa aqui uma faixa muito pesada e com uma construção musical mais focada no feeling do que apenas na velocidade. “From the Sulphur Depths” é um álbum que deveria ter uma versão lançada em território brasileiro. Fica a dica para os nossos selos. Isso aqui é realmente death metal como se deve ser.

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