Entrevistas

SILENT EMPIRE – Death metal franco e avassalador vindo das terras do Sul do país

Fomos trocar uma ideia com o amigo Ivan Agliati, guitarrista e vocalista da banda catarinense Silent Empire. Ele nos conta um pouco mais sobre a banda e sua batalha dentro da cena.

“…E cá entre nós, não sou obrigado a gostar de uma banda que é ruim, só porque tem um amigo ou um cara de renome envolvido…”

A banda despertou de sua tumba em 2011,  e após alguns shows vocês deram um tempo e trancaram-se em um mausoléu frio e escuro. Resolveram voltar somente em 2014, abrindo a tampa da tumba. O que houve para esse pequeno período sem atividades nos trabalhos da banda ?

Ivan Agliati : A  banda teve inicio como Duo, entrando Arthur (Astaroth da Forest Of Demons no baixo) pra shows apenas. E como estava tendo dificuldade de manter uma formação estável, decidi dar uma pausa, pois é complicado ficar mudando de formação  ou não ter as pessoas certas, pois no fim fica tipo uma bola de ferro, se torna um sacrifício se manter, assim preferi dar uma pausa até encontrar as pessoas certas.

Retornando já com Israel Horstmann (D), Aline Iladi (G), Gustavo Antunes (B) e com você Ivan na outra guitarra e vocal. Com essa formação vocês entram em estúdio e gravam o EP “Hail The Legion” de 2016, com quatro músicas.  Como foi o processo de gravação, divulgação e aceitação desse artefato bélico na cena Underground, por mídias especializadas e insanos Metalheads ?

Ivan Agliati : Esse retorno aconteceu quando Israel me procurou, com a idéia de reativar, já que eu havia lhe feito o convite, antes de pausar a banda, e ele estava mais preparado e recrutamos o Gustavo e logo depois Aline, Ambos vieram por indicação dele(Israel), e a formação ficou entrosada rapidamente, compondo e gravando o EP.Esse material teve boa aceitação, nos abriu portas, fizemos vários shows aqui nos estados de SC/RS.  A meta havia sido alcançada, obtivemos respaldo das mídias e do público, e naturalmente iniciamos as novas músicas, pra dar sequência com as novas músicas, e gravar o Full Lenght. Ser reconhecido por fazer algo sério é sempre um prazer, um objetivo que sempre tenho, mesmo que a satisfação pessoal seja a principal meta.

Em meados de 2017 voltam novamente ao estúdio, agora para registrar o full Álbum, intitulado  Deathronement All Icons, registrando 8 músicas, do mais puro Metal da Morte, já com Artur de Bem  no posto de baixista. O quê houve para o Gustavo deixar o posto antes do Full Lenght ? O novo baixista, Artur, gravou o baixo e contribuiu no processo de composição ?

Ivan Agliati : Quando iniciamos o processo de composição do novo álbum, veio também a mudança de formação, que aconteceu por prioridades pessoais/profissionais, ocasionando a saída do Gustavo, um exímio baixista diga-se. Artur entrou bem no inicio das gravações, não teve tempo pra aprender todas as musicas até os dias agendados no estúdio, assim, eu mesmo gravei os baixos, já que pra constar, o baixo é meu instrumento de origem, então foi natural eu gravar e obter o resultado que desejávamos ao instrumento, em especial os timbres e as linhas mais pesadas, dando mais ênfase mais na densidade e nos fraseados seguindo as linhas de bateria. Artur colocou sua identidade nas músicas que foram feitas após esse registro, nas músicas que estão para serem gravadas nos próximos meses.

Dethronement All Ícons, despertou em 2017 e abriu várias portas para a banda. Você ficou contente com os resultados finais deste trabalho ?

Ivan Agliati : A gente entrou em estúdio e registramos oque tínhamos de melhor naquele momento, seja em composição, execução e garra, estávamos motivados, resultado de bons shows, e agora todos mais focados, e em elevar o padrão de qualidade da banda e obter mais relevância em termos de nome, obviamente olhando pra trás, faria algumas modificações nas músicas,o ‘que de fato aconteceu ao vivo, onde tocamos as músicas em um formato mais cortado e mais diretas. Fizemos shows importantes, contamos com bons selos na divulgação e lançamento (Rapture Records, Brutaller Records, Violent Records, Labsix Rec, Misanthropic Rec, Antichrist Hooligans Records), e contando com uma rede violenta de bangers que adquiriam as cópias. Ao menos a maioria dos selos tiveram, e caso não, eu compro, já que nem tenho mais minha cópia. 

Deathronement… é um furioso Death Metal. que traz influências de bandas clássicas do Death Metal como : Gorefest, Benediction, Immolation, Asphyx, Death, Suffocation, Pestilence, Celtic Frost, mas com algumas passagens de Thrash Metal aqui e ali.  Se você fosse indicar esse play para um insano metalhead que não conhece a banda, qual música você indicaria para despertar o desejo de escutar esse artefato ?

Ivan Agliati : As minhas influências são diversas, e a maioria  vem do Death Metal do final dos anos 80 e início dos 90, junto com Thrash Metal e o Heavy Metal clássico, oque fica bem perceptível nas linhas de guitarras/baixo. Com os meus vocais amarrando tudo num Old School Death Metal. Se eu fosse pra indicar uma música pra ser um cartão de visita, seriam a Unique and Primordial ou então a Unscathed Before the Unknown, que são músicas mais diretas ao ponto, mais na cara, e funcionam muito bem ao vivo.

Tenho uma curiosidade… por que você escolheu essa alcunha “Silent Empire” (império silencioso) para o nome da banda? Eu procurei traduzir o nome do álbum para o português e não achei uma tradução para a palavra  Deathronement”. Acho que poderia ser algo como  destronando todos os ídolos. Estou certo ou errado ? O que significa o nome do álbum e qual abordagem lírica ?

Ivan Agliati : Nome da banda veio por eu entender que nós, bangers/bandas apesar dos sons raivosos, volume, e toda brutalidade, somos como uma legião, um império que corrói  tudo, que se movimenta, mesmo que à margem de tudo, como o silêncio, que existe mesmo não sendo sempre percebido. E em tempo, em nada possui ligação com a música do Vader, que eu já conhecia, mas que em nada teve ligação. O nome é ligado a não ter nenhum líder, nenhum Ser, um total abandono, ninguém habita os tronos, as letras refletem isso, a anti religião, a exaltação do autoconhecimento,  a chave pra todo conhecimento e liberdade de ser, pensar e agir. A verdadeira afronta aos bons costumes, a hipocrisia e a incoerência humana.

Infelizmente, 2020 e 2021 foram anos perdidos para as bandas, sem shows. Vivemos em um filme de terror com a pandemia mundial de covid 19. Felizmente, aos poucos  o mundo está  voltando ao normal. Mas em 2021, a banda sofre  uma drástica mudança de formação e perdendo seu parceiro Israel Horstmann que estava na bateria desde a segunda volta da banda lá em 2014… E junto dele  foi o baixista também. Daquela formação ficou só você Ivan e Aline. Inclusive, ela assumiu agora o posto de baterista. O que houve para eles saírem da banda ? E apresente – nos a nova formação.

Ivan Agliati : A pandemia teve impacto de diferentes maneiras em algumas pessoas, trazendo mudanças de prioridades e outras escolhas pessoais e profissionais, e com isso Israel e a Rafaela(Baixista) saíram, ambos por decisão própria. Então eu e  Aline decidimos em conversas que seguiríamos a banda, apenas dando um tempo nas atividades devido a pandemia e cuidando de nossa saúde, em especial Aline, que possui cuidados especiais com sua saúde, e não tendo ninguém em mente pra ocupar a vaga de baterista, ou não  aqui na região, pois não queríamos ter alguém de longe e nem alguém que não compartilhasse da mesma visão da banda que nós. Em especial por mim, não toco mais com pessoas que eu não tenha no mínimo vontade de estar junto ou beber uma cerveja, estes tempos já passaram, e estão lá atrás, guardados por muitos erros. Mas enfim, Aline trocou as 6 cordas, pela bateria, e esta tendo aulas e praticando, ampliando muito nosso método de composição, ampliando nossos horizontes, e podem esperar um álbum mais abrupto, técnico, linhas mais intrincadas das cordas, um baixo brutal a cargo de Harley Caires do site Underground Extremo e solos mais técnicos de Guilherme Silvano, um Thrash Metal maniac. E tudo isso amarrado pelos meus vocais, que quem já conhece, não fica em nada surpreso..

Como diz o sábio “nada dura para sempre” né ? E mudanças, por mais difíceis que sejam, são necessárias e muitas vezes são benéficas. Como já disse Ivan, vocês estão em processo de gravação e em breve despertará do sono eterno um novo trabalho da Silent Empire. Você pode nos dar mais informações desse artefato anti religioso? Tem previsão de lançamento, já tem um nome para esse trabalho, quantas músicas terá ? Vai sair independente ou sairá por algum selo?

Ivan Agliati : Às mudanças de formação acontecem de formas naturais ao longo do caminho, visto que estar numa banda, demanda tempo, dedicação e querer estar ali, ou seja, identificação, pois sabemos que estar no underground, exige abrir mão de outras coisas, mas muitas vezes as mudanças trazem novos resultados, como aconteceu com a Silent Empire, visto que mudança Aline fez, de mudar de guitarrista para ocupar a vaga de baterista, nos ampliou horizontes criativos, já que ela iniciou do zero, iniciando os estudos e sem vícios de costume, ou seja. E ajudou muito nos métodos de compor, já que melhorou nossa comunicação neste aspecto, deixando mais orgânico, técnico, intrincado, sem perder as características. O nome do álbum eu já defini desde o início do processo, que é algo que gosto de fazer, que é mexer com os significados das palavras “ Silence Means Death”, que será lançado pela já parceira Rapture Records, Mundo Bzzarro Distro, e negociando com outros, pra ter maior abrangência em nosso território gigantesco. A previsão mudou é pra fim do ano.

Ivan Agliati, você está  envolvido há muito tempo com a cena catarinense e com muitas bandas. Gostaria que você comentasse um pouco sobre elas. O que houve com as bandas Warmagedoom ? Lembro que vocês tocaram em alguns fest aqui pelo estado. Vocês deixaram algum material gravado ? A banda esta definitivamente no limbo ou existe a possibilidade de despertar desse sono ?

Ivan Agliati : Eu sempre gostei de participar ativamente de tudo que envolve ter uma banda, shows e afins, só que na maior parte do tempo, isso nos deixa envolto em escolhas. E a banda Warmagedoom teve um período criativo e não pretendo voltar, ao menos não neste momento, visto que a Silent Empire me ocupa muito, mas pra quem gosta de Death Doom Metal, lançamos uma Demo, mas que se esgotou, mas se te  procura, quem sabe possamos rever e lançar.

Uma banda que também cravou seu nome e fez história no submundo catarinense foi o grandioso Forest Of Demon, deixando um legado dentro da suprema arte negra, duas demo tape “In the Glance of the Prophetic Darkness”(2002),”Summoning of Hate and Pleasure”(2004) e o Full Lenght auto intitulado de 2008. O que houve com a banda ? Existe possibilidade de no futuro ela despertar e continuar sua saga ou realmente sua história está finalizada ? O que você pode nos dizer sobre as conquistas com a Forest Of Demon naqueles tempos gloriosos ?

Ivan Agliati : A Forest Of Demons, eu participei ativamente nos anos de 2002 á 2007, onde gravamos a segunda Demo e o Debut, que sem demagogia, é um álbum que poderia estar na coleção de fãs de Marduk, Celtic Frost, Dark Throne e afins, pois estávamos afiados e focados.A banda sempre foi uma unidade, mas sempre estive ciente que se tratava de algo idealizado pelos irmãos Arthur (guitarrista) e Thiago (baterista), mas acredito que eles também não possuem interesse em voltar na ativa, ao menos estas foram as últimas conversas. E pessoalmente gostaria que a banda pudesse retomar, mas com a formação do Debut, visto que ali fizemos algo de fato brutal e marcante, apesar da produção não deixar transparecer toda bestialidade sonora que havíamos criado e planejados. Mas pra quem não conhece, e é fã de Black Metal, é uma boa indicação.

Você também participou da Malice Garden. Chegou a gravar algo com eles ? Eles também ficaram parados por um tempo e recentemente voltaram às atividades, e lançaram um EP matador chamado : Denying Creation de 2021. O que você achou desse artefato ?

Ivan Agliati : A Malice Garden na época que eu participei, apenas como vocalista, era mais Death Metal, algo mais brutal e técnico, e na época lançamos a demo Eternal Evil Victory, que nos abriu muitas portas, das quais, muitas não soubemos aproveitar, mas que serviu pra aprender e criar minhas próprias jornadas. A banda voltou à ativa, com outra formação e estão gravando material, indo numa direção mais Black Death Metal.  

Como já citado, você sempre batalhou muito pela cena catarinense, ou seja, como músico em bandas e também como produtor  organizando o “Stell Festival” aí na sua região, Sul do estado catarinense.  Quantas edições você fez deste fest? Ele ainda está na ativa ?

Ivan Agliati : Como disse anteriormente, eu gosto de arranjar essas “broncas pra cabeça” de organizar shows, agir nos bastidores, tanto que a Rapture Records é uma idealização minha, juntamente com o Geni, que seguiu firme, e criamos então o Steel Festival, que teve mais de 95 edições sob este nome, e outras 20 sob os nomes Great Steel Festival ( este com 2 palcos funcionando de forma simultânea), Metal Invaders, Steel Metal, que tinham diferentes características entre si, e que duraram de 2001 até 2016. E depois sozinho, o United Metal Bands, que funciona com o perfil de intercâmbios e itinerários entre os envolvidos, mas a pandemia fez parar na 3º edição, quem sabe nesse retorno aos palcos, possamos voltar à ativa.

O que levou você a criar o Steel Fest, quais bandas você trouxe, e quais delas foi a que você mais gostou de fazer parte do cast ?

Ivan Agliati : A idéia de criar o Steel Festival era a mesma que todos o fazem, organizar algo na cidade, possibilitar interação e ver as bandas que gostamos.  Mas claro, essa parte mais romântica é algo ruim financeiramente. Aliás, financeiramente eu nunca pensava, se caso tivesse pensado, não faria. Foram centenas de bandas, de pequeno, médio e grande porte, muitas que estão na ativa, outras que cessaram dias depois. Se fosse pra citar nomes de bandas, prefiro dizer que fiz amigos pra uma vida toda, e inimigos pra 2 vidas. Bom que onde vou, tenho lugar cativo, tenho onde beber uma boa cerveja, e ter uma conversa sincera sobre música e afins, como responder essa entrevista por exemplo.

Você também está envolvido com o canal no YouTube chamado “Heavy Culture”. De onde veio a ideia de criar esse canal ?  E  a equipe do canal tem recebido apoio do meio underground ?

Ivan Agliati : A idéia do canal, surgiu durante uma conversa com o Jay, que fizemos sem muitas expectativas, pra quebrar essa imagem burocrática entre os músicos e o público, que eles, os músicos também precisam estar próximos do público, e o canal Heavy Culture serve pra isso, como outras formas também. O staff aumentou, as possibilidade idem, então as sessões se ampliaram, falando de vários assuntos, com inúmeros convidados e parceiros. Estamos com novos planos, que seguem em paralelo com nossas atividades profissionais, então é tudo planejado e executado com bastante calma e sem pressa, mas quem gosta de acompanhar, aproveita e se inscreve, assiste os muitos vídeos que já foram feitos.

É certo que a cena mudou nos últimos 15 anos. Se nos anos 80, 90 e início dos 2000 já  era muito difícil ter acessos às bandas, discos e inclusive informações de bandas novas a nível nacional, era muito mais difícil e caro conseguir algo de bandas gringas.  Com acesso a internet e plataformas de Streaming temos bandas e discos a todo momento ao alcance. Mesmo lançamentos quase em tempo real. A cena mudou. Porém a cabeça de alguns metalheads, infelizmente, parou no passado. Não evoluí. Não apoiam e só criticam. O que você acha de tudo isso hoje na cena ?

Ivan Agliati : Particularmente me divido em alguns aspectos. Existia mais originalidade nas bandas destes períodos citados, existiam mais vontade, mais garra, competitividade, pois as facilidades da época eram outras, a informação vinha por métodos diferentes, mais lentos, formal, físico, valorizado na maior parte do tempo, mas criando uma dependência de veículos não leias á informação por exemplo.  Sobre os lançamentos da época, era algo que causava perder o sono, o dinheiro da merenda, catar grana e barganhar pra conseguir $, já que a forma de consumir música era física, trazendo certo empenho básico. E trazendo aos dias atuais, é difícil acompanhar tantos lançamentos diários, dando desculpas severas pra não se apegar a quase nada. Por outro lado, a oferta é grande, a qualidade se tornou duvidosa. E cá entre nós, não sou obrigado a gostar de uma banda que é ruim, só porque tem um amigo ou um cara de renome envolvido.  Eu tenho pra mim, que se eu gosto, vou atrás, se não gosto, sequer cito nome. E criticar algo ou alguém, é sempre o esporte preferido dos idiotas incapazes, tipo citar nomes de artistas Pop, ao invés de um lançamento novo de uma banda que o mesmo “diz” gostar, é que muitas se esforçam demais pra gostar de Metal, se esforçam tanto, que se torna visível o seu gosto preferencial. E não tem nada de errado nisso, errado é se contradizer, ser incoerente. estes sim, é só uma fase da vida, logo se tornam o oposto do que dizem ser.  E outrora nestes casos, surgiu material pra comprar, muitas vezes a remessa toda por valores pequenos, disso tenho saudade.

Muitas pessoas dizem que não existe mais  cena. O que eu discordo. Existe uma cena sim. Tem muita gente organizando shows, muitas bandas gravando discos, gente lutando com seus pequenos selos e distros.  Existem bons canais no YouTube e bons sites de metal. Existem  muitos fanzineiros editando bons zines. Desde que você começou a sua batalha no submundo, o que você acha que melhorou e o  que piorou, o que continua igual ? O que falta para a cena brasileira crescer e ser  realmente forte ?

Ivan Agliati : Respondi parte disso acima. Melhorou a facilidade e a rapidez, mas nisso veio junto a superficialidade do acesso à informação. A valorização se perdeu em muitas situações. Comecei quando ter uma fita, ou um LP, era algo mágico, que existia a cultura de ir atrás, de andar na rua com LP embaixo do braço por longas distâncias era comum, emprestar, ouvir algo numa basf podre sem nome e capa era algo misterioso, mítico. Era melhor? Era a única coisa que tínhamos, não existia outra opção, ao menos pra mim. E sempre existiu os que faziam movimentos assim, zines, trades, que de fato movimentavam a porra toda. E existem hoje também, mas com raro apoio ou reconhecimento. Mas as linhas do tempo sempre estiveram ai, devemos aproveitar o melhor dos mundos, enquanto respondi aqui, ouvi 3 lançamentos, que destes, 2 estarão na minha coleção, ou seja, aproveitar e se manter relevante.

Ivan, nós moramos, infelizmente, em um estado que é assumidamente conservador  e apoiador desse “desgoverno facista”. Como você vê uma cena Underground, não  só em SC, mas no Sul do Brasil, curtirem metal extremo (Black Metal, Death Metal,Thrash Metal) e com letras anticristão e apoiar um governo cristão do Deus acima de tudo ?

Ivan Agliati : São tantos ouvindo Napalm Death errado em todos estes anos, que me intriga em alguns aspectos. Esse radicalismo tolo de outrora, trouxe o conservadorismo seletivo. O racismo sempre andou junto da arte, da música, sempre rondou as letras, as bandas. E atualmente se justifica estas idéias distópicas em virtude de se ter a tal liberdade de se manifestar. Muitas que irão ler essa entrevistas irão discordar com tanta força, que o esfíncter ira arder e piscar na velocidade de 220 BPM. Mas eu não me preocupo em ter ou não aceitação por parte destes, me preocupo quando estes estão infiltrados e não dão as caras, sendo confundidos na multidão. Apoiar quem te oprime, é algo doentio. Mas como profissional da área, sei que existe o fator identificação, então quando coloco um cristão no poder, é como se sentir representado, mesmo que sem eu ter que “dar as caras” e ser descoberto. É bom ser boicotado em lugares assim, por bandas assim, por gente assim. Fica á dica, reparem mais, olhem mais, leiam as entrelinhas das letras, da postura, das pessoas que estes apoiam, das camisas que usam e atualmente as redes sociais. Aliás, com as redes sociais abertas e redes fechadas, estes se apresentam de diferentes formas.

Cara, gostaria de saber sua opinião sobre a cena catarinense e a cena brasileira nos dias atuais.

Ivan Agliati : Acho que as bandas de Santa Catarina poderiam alcançar mais, arriscar mais, poderiam se unir, visto que temos tantos festivais e shows por todo estado, poucas se sobressaem no sentido de correr atrás, criar novos meios de sair da bolha, região.

Quais bandas tem chamado a sua atenção recentemente e que você indicaria  para nossos leitores  ?

Ivan Agliati : Não costumo mais indicar bandas, quem vai ler isso, já costuma correr atrás e procurar, só dou a sugestão de ir atrás bandas que saem da zona de conforto, que fazem algo pró ativo, seja do Hard ao Black Death Metal, tem pra todos os gostos.

Ivan, quais os planos futuros da banda ?

Ivan Agliati: Gravar  novo álbum, já está  pronto, com 9 músicas  inéditas + 1 cover. E voltar aos palcos, rever amigos, conhecer novas bandas e passar raiva na estrada kkkk

Meu amigo, foi um prazer bater esse papo com você. O espaço é seu. Considerações finais. Força – Sempre !

Ivan Agliati: Gostaria de agradecer ao Walter  pelo espaço, pela oportunidade de divulgar a Silent Empire, e é sempre importante a gente ter onde deixar nossas impressões do mundo e da música pesada.

Ivan (Vocais/Guitarra)  Aline (Bateria)  Guiherme (Guitarra) Harley (Baixo)

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