Entrevistas

REBAELLIUN – Sob o signo da perseverança e brutalidade

O REBAELLIUN foi uma banda que me surpreendeu de forma absurda quando a ouvi pela primeira vez e me tornei um grande fã do brutal death metal criado por eles. A banda lançou vários grandes álbuns, fez tours pelo Brasil e exterior e teve que lidar com a perda de dois de seus membros. Mesmo assim manteve a cabeça erguida e continua trabalhando duro na criação e divulgação de sua música. “Under the Sign of Rebellion” é o seu novo álbum e fui conversar com o baterista Sandro Moreira.

Grande Sandro, muito obrigado por aceitar bater esse breve papo com o The Old Coffin Spirit. Bom, o REBAELLIUN chega aos 12 anos de trajetória (não contando o período em que a banda ficou desativada) tendo enfrentado perdas gigantescas na sua formação com dois membros falecidos. Como você avalia toda essa trajetória, os altos e baixos da banda e como você está agora em relação ao trabalho do grupo ?

Sandro Moreira: Beleza ai Fabio, valeu aí pelo convite, vamos papear. Cara, avalio a trajetória da banda como uma caminhada cheia de histórias, várias conquistas e derrotas, quando olho para trás vejo o legado e a importância que a banda teve na construção do cenário underground de música extrema como conhecemos hoje. A perda dos amigos são cicatrizes incuráveis, mas devemos conviver com elas e respeitá-las. Eu, o Bruno e o Evandro estamos dando nosso máximo para apresentar a galera um show cada vez melhor, mais bruto, extremo, saca. Os guris entraram na vibração da banda e curtem o rolê underground também, estamos nos entendendo muito bem.

“Under the Sign o fRebellion” foi lançado a pouco tempo atrás e traz a gravação de vocal feita pelo Lohy Fabiano. Outras bandas pensariam que talvez não fosse uma boa ideia manter a voz de alguém que não estava mais na banda. Em algum momento passou na cabeça de vocês não usar essa gravação ? Acredito que além do resultado matador da performance do Lohy ainda havia uma questão de prestar uma última homenagem ao companheiro de tantas batalhas. Estou certo nisso ?

Sandro Moreira: Não, nem passou por nossa cabeça o não lançamento do álbum, esse álbum foi tão trabalhoso, em meio a uma pandemia, gravamos sem ensaiar as músicas, foi tão desafiador em vários pontos e a principal razão, claro, manter o Lohy entre nós através de sua arte,ele assim como o Fabiano Penna sempre serão parte da banda para nós. Então é isso sim, uma bela homenagem.

Em relação ao material criado para o “Under the Sign of Rebellion”, o quanto já existia desde a época do Penna ou todo o álbum foi composto posteriormente já com a participação do Evandro Passos ? Todo esse momento tão difícil interferiu, de certo modo, no processo criativo todo ?

Sandro Moreira: O álbum é inteiramente criado por nós três, algumas músicas tem somente pitacos meu ou do Lohy, outras, inteiramente criadas pelo Evandro, assim fomos finalizando as músicas, tivemos como inspiração nossos gostos pessoais e muito a própria discografia da banda e fluiu super bem, sem o pesar da perda do Fabiano.

Essa pergunta se conecta a anterior em relação ao trabalho do Evandro como guitarrista da banda. Em qualquer grupo que tenha um trabalho muito focado nas guitarras quando você tem qualquer modificação no line-up ocorrem mudanças que podem ser positivas ou negativas no processo criativo. Quando o Evandro entrou na banda ele precisou se adaptar a um estilo muito específico de músicas. Como foi esse processo de adaptação ? Ele precisou mudar muito sua forma de compor para começar a trabalhar em novas composições para o Rebaelliun ?

Sandro Moreira: O processo criativo foi se desenvolvendo ao decorrer do tempo, da entrada do Evandro na banda até a finalização da última música, no início ele conhecia poucas bandas de Death Metal, fomos mostrando algumas que gostamos e ele por interesse próprio descobrindo outras, ele se adaptou super bem, é gente boa e afim de fazer o esquema, saca.

Musicalmente falando há diversos elementos que são possíveis de serem percebidos no novo álbum que eu acredito que emergiram do entrosamento dessa nova formação, mas ainda assim eles se encaixaram de forma muito homogênea, mantendo o Rebaelliun como uma unidade. Você consegue ver diferenças em aspectos musicais da banda em “Under the Sign of Rebaelliun” em comparação aos álbuns anteriores ?

Sandro Moreira: Sim, o álbum é único entre os demais, já que é o primeiro desta formação, feito durante um período da vida nunca antes vivida em nossa geração e muda a fórmula, sabe, outro músico sempre irá agregar elementos diferentes daqueles que a banda está acostumada a lidar. nossa discografia, cada álbum é diferente um do outro, cada um com uma história por trás, certamente o próximo já terão aspectos novos já que será o primeiro com o Bruno.

Foto: Redes sociais da banda – Foto por Cruel Raw

O título do novo álbum e a arte da capa nos trazem uma mensagem importante em um momento de nossa história que a democracia vem sendo colocada em xeque no mundo inteiro. Possivelmente ela nunca foi tão atacada e rechaçada como tem sido agora. Eu sei o quanto o Lohy tinha uma postura combativa. Esses aspectos do álbum se devem a essa combatividade ou é algo que faz parte da postura da banda como um todo ?

Sandro Moreira: A banda existe desde 1998 e desde o seu surgimento a banda sempre seguiu um modo de vida que consideramos ser uma das formas de viver o underground, ser contraventor saca, transgredir dogmas e preceitos morais, ter a opção de questionar e a livre escolha sem interferir o outro. dito isso, a banda se viu forçada a ser mais explicita em relação a uma sociedade adoecida e cara, nem se trata de ser militante para alguém, e sim de ter uma visão mais aberta, inclusiva e justa como sociedade, uma visão mais democrata, simples assim. Sabe, o cara quer pensar que um regime autoritário seria melhor para o Brasil, ta, e para o a cena underground, também seria?  Em algum momento sofreríamos um golpe duríssimo, basta ver o passado, o que ocorreu com a classe artística. 

A Agonia Records é um selo bastante forte em solo europeu e muito competente com o seu trabalho. Como foi lidar com a gravadora em meio a tudo o que ocorreu dentro da banda, com perdas irrecuperáveis como as que vocês tiveram que encarar ? Agora, com o álbum já lançado, como você enxerga o trabalho da gravadora na promoção do trabalho do Rebaelliun ?

Sandro Moreira: Bem, a gravadora  tem o cast de bandas deles, as bandas tem diferentes níveis de prioridade e apesar da demora no lançamento do álbum, a gravadora tem ajudado na promoção do álbum, esperamos que o álbum tenha uma boa aceitação pelo público e claro, que tem um bom volume de vendas para fazer os “olhos da gravadora brilhar”, saca.

A banda agora está estabilizada com você, Sandro na bateria, o Evandro Passos nas guitarras e o novo membro Bruno Añaña no vocal e baixo. Eu pude ver aqui em Brasília essa nova formação e o show foi destruidor. Mas uma coisa me incomodou um pouco. A falta de uma segunda guitarra para deixar o som mais cheio. A banda teve dois guitarristas por um bom tempo. Vocês pensam em incluir uma segunda guitarra para suprir esse vazio em termos de apresentações ao vivo ou um power trio agora é a melhor configuração para o Rebaelliun ?

Sandro Moreira: Após a saída do Ronaldo Lima que era um integrante da formação original e decidiu sair da banda após esse retorno da banda em 2015, fizemos a temporada de 2016 toda com um segunda guita, o Adriano Martini que toca comigo na banda Exterminate, já em 2017 decidimos seguir em trio, pois já havia tido a experiência no passado te tocar e gravar em trio e assim foi, não posso dizer que no futuro voltará a ter dois guitarristas. O show que viu em Brasília casualmente foi o primeiro do Bruno, passado um pouco mais de um ano e algumas dezenas de shows, talvez hoje sinta um pouco menos a falta de uma segunda guitarra, mas de fato, a banda com duas soaria mais potente.

Foto: Redes sociais da banda – Foto por Cruel Raw

Ainda falando sobre a nova formação da banda, vocês já chegaram a criar alguma nova composição que seja 100% dessa nova configuração do REBAELLIUN ? Se sim, como tem soado em termos de resultado final ? O que novos músicos como o Evandro e o Bruno trouxeram para dentro da sonoridade da banda que você percebe como um diferencial ?

Sandro Moreira: Ficamos focados em ter um repertório com várias músicas e até relembrar músicas que não tocávamos faz mais de 20 anos, decidimos deixar o processo de criação para o ano que vem, como respondi em outra pergunta, certamente terão elementos novos com o Bruno, não adianta, a química muda, mudam as músicas.

Eu percebo que a banda tem tocado muito ao vivo e feito apresentações em várias regiões diferentes do país e já estão organizando tours fora do país também. Você toca com o Rebaelliun desde o começo e teve a chance de se apresentar em diversas épocas. Como você vê a cena brasileira em termos de estrutura e público atualmente em comparação com outros períodos da história do grupo ?

Sandro Moreira: Bem, acho que a cena brasileira melhorou, mas não como um todo. Melhorou no que vou chamar aqui de “underground time A”, chamo assim não por competência musical e sim por capital financeiro mesmo, sabe, bandas que tem grandes gravadoras por trás, grandes produtores, agências que lidam com muito dinheiro público e privado, essa parte do Underground evolui em estrutura e público. Já o “time B”, se virá da mesma forma que há 25 anos atrás, sempre correndo atrás, convivendo com momentos, sabe, momentos hora bom, hora ruim, hora da público, hora não, mas ta lá, bandas, produtores, público, insistindo, persistindo. Claro, houve também uma melhora substancial no “underground mais underground”, vamos dizer assim, mas repito, muita coisa não se desenvolveu, estagnou, são inúmeras as razões para isso, mas tem de tudo.

Como um ex-baterista, sempre achei o seu trabalho no instrumento muito foda. Realmente diferenciado e apesar de muita gente fazer sempre comparações com o Krisiun, sempre achei o Rebaelliun muito mais diversificado em termos de linhas de bateria e de guitarra. Como músico o que você leva em consideração na hora de criar as linhas de bateria da banda ? Falando nisso, como funciona o processo de criação do Rebaelliun ?

Sandro Moreira: Fico lisonjeado, obrigado aí. Cara, sempre houve a comparação com o Krisiun, assim como sempre houve uma admiração por ambas as bandas por aqueles que curtem um som extremo, saca. Concordo com a tua colocação escrevendo de outra forma. A galera que conhece as bandas reconhece as suas diferenças musicais, são bandas distintas sonoramente, com estilos próprios e que tiveram as mesmas influências no metal, logo, terão similaridades na composição. Nós sempre fomos fãs assumidos do Krisiun, tínhamos grande influência deles em relação a postura musical, saca, conheço os caras desde o início dos anos 90 e mantenho contato com eles até hoje, é uma banda que mora no meu coração, mas voltando a comparações, sei dos feitos do Rebaelliun e o quão é importante para a cena extrema nacional, então realmente, temos o nosso diferencial. Bah, o processo de criação é simples, nós nos juntamos, acendemos um a Jah e começamos a compor, acredito que com o Bruno faremos o mesmo. Sobre as linhas de batera, tem tanta informação hoje em dia que parte da criação vem de algo que escutei, isso acaba me influenciando e claro, aquele trivial que sempre faz sentido está sempre presente, um som reto e extremo.

Capa do novo álbum “Under the Sign of Rebaelliun (2023/Agonia Records)

Eu posso estar aqui fazendo uma pergunta idiota, mas pesquisei e não achei nenhuma referência ao álbum saindo no Brasil. “Under th eSign of Rebaelliun foi ou será lançado em versão nacional ? Se sim, qual o selo responsável e quando teremos esse material disponível para o público brasileiro ?

Sandro Moreira: Sim, será lançado aqui, o será distribuído pela Rapture Records, acredito ainda este ano sai aqui no Brasil.

Sandro, a banda tem um novo álbum, nova formação, tem tocado bastante e o que podemos esperar do Rebaelliun para um futuro próximo ? Talvez um single ou EP que apresente a nova formação ? Muito obrigado por disponibilizar o seu tempo para responder essa entrevista. Desejamos todo o sucesso para o Rebaelliun. O espaço é seu…

Sandro Moreira: Nosso próximo compromisso é agora, início de Novembro, faremos uma tour de 8 datas na Europa, duas delas em festivais, o Winter Rising Fest na França e o D.O.G. na Itália, em Dezembro temos mais alguns shows pela região sudeste, para 2024 já temos  shows agendados pelo Brasil, teremos alguns shows de comemoração dos 25 anos do lançamento do Burn The Promised Land, tocaremos o álbum na integra e os shows serão com duas guitarras, ah sim, faremos um relançamento do álbum, com uma nova arte de capa e remasterizado. Temos uma tour europeia agendada para Julho de 2024 com participação no Obcene Extreme Festival e com certeza teremos um single com a atual formação. Já ia esquecendo, o relançamento aqui no Brasil pela Cianeto dos titulos antigos. Valeu aí pelo espaço Fabio “e seguimos pelo caminho da escuridão, enxergando tudo que dá”. Valeu.

O THE OLD COFFIN SPIRIT zine/portal gostaria de aproveitar que tivemos esse espaço dedicado ao REBAELLIUN e compartilhar esse pedido que a própria banda está divulgando em suas redes sociais para que todos aqueles que possam contribuir, ajudem a mãe do saudoso Fabiano Penna, que vem enfrentando uma batalha contra o câncer.

ENGLISH VERSION:

REBAELLIUN 2023

Great Sandro, thank you very much for agreeing to have this brief chat with The Old Coffin Spirit. Well, REBAELLIUN is 12 years into its career (not counting the period when the band was inactive) and has faced huge losses in its line-up, with two members having passed away. How do you evaluate this whole trajectory, the ups and downs of the band and how you are now in relation to the group’s work?

Sandro Moreira: Well done Fabio, thanks for the invitation, let’s chat. Man, I evaluate the band’s trajectory as a journey full of stories, various conquests and defeats. When I look back, I see the legacy and the importance the band had in building the underground extreme music scene as we know it today. The loss of friends is an incurable scar, but we have to live with it and respect it. Bruno, Evandro and I are doing our utmost to present the crowd with an ever better show, more raw, extreme, you name it. The kids have got into the band’s vibe and enjoy the underground scene too, so we’re getting on very well.

“Under the Sign of Rebellion” was released a little while ago and features a vocal recording by Lohy Fabiano. Other bands would think that it might not be a good idea to keep the voice of someone who was no longer in the band. Did it ever cross your minds not to use this recording? I believe that, in addition to the killer result of Lohy’s performance, there was also a question of paying a final tribute to a companion from so many battles. Am I right?

Sandro Moreira: No, it didn’t even cross our minds not to release the album, this album was so much work, in the middle of a pandemic, we recorded it without rehearsing the songs, it was so challenging in many ways and the main reason, of course, was to keep Lohy among us through his art, he and Fabiano Penna will always be part of the band for us. So that’s it, a beautiful tribute.

With regard to the material created for “Under the Sign of Rebellion”, how much of it already existed from the time of Penna or was the whole album composed later with the participation of Evandro Passos? Did all this difficult time interfere in any way with the whole creative process?

Sandro Moreira: The album is entirely created by the three of us, some songs have only my or Lohy’s input, others, entirely created by Evandro, so we were finalising the songs, we were inspired by our personal tastes and a lot by the band’s own discography and it flowed very well, without the regret of losing Fabiano.

This question ties in with the previous one about Evandro’s work as the band’s guitarist. In any group that is very guitar-focused, when you have any change in the line-up there are changes that can be positive or negative in the creative process. When Evandro joined the band he had to adapt to a very specific style of music. What was that adaptation process like? Did he have to change his way of songwriting much to start working on new compositions for Rebaelliun?

Sandro Moreira: The creative process developed over time, from Evandro joining the band to the finalisation of the last song. At first he knew very few Death Metal bands, we showed him some that we liked and he discovered others out of his own interest. He adapted very well, he’s a good guy and he’s keen to get things done.

Musically speaking, there are several elements that can be seen on the new album that I believe emerged from the rapport of this new line-up, but they still fit together in a very homogeneous way, keeping Rebaelliun as a unit. Can you see differences in musical aspects of the band in “Under the Sign of Rebaelliun” compared to previous albums?

Sandro Moreira: Yes, the album is unique among the others, since it’s the first with this line-up, made during a period of life never before experienced in our generation and it changes the formula, you know, another musician will always add different elements from those the band is used to dealing with. our discography, each album is different from the other, each with a story behind it, certainly the next one will already have new aspects since it will be the first with Bruno.

The title of the new album and the cover art bring us an important message at a time in our history when democracy is being called into question all over the world. Perhaps it has never been so attacked and rejected as it is now. I know how combative Lohy was. Are these aspects of the album due to this combativeness or is it something that is part of the band’s attitude as a whole?

Sandro Moreira: The band has existed since 1998 and since its inception the band has always followed a way of life that we consider to be one of the ways of living the underground, being contraventor you know ? , transgressing dogmas and moral precepts, having the option to question and free choice without interfering with the other. That said, the band was forced to be more explicit in relation to a sick society and, man, it’s not even about being militant for someone, it’s about having a more open, inclusive and fair vision of society, a more democratic vision, simple as that. You know, the guy wants to think that an authoritarian regime would be better for Brazil, right, and for the underground scene too?  At some point we’d suffer a very harsh blow, just look at the past, what happened to the artistic class. 

Foto: Redes sociais da banda – Foto por Cruel Raw

Agonia Records is a very strong label on European soil and very competent with its work. What was it like dealing with the label in the midst of everything that happened within the band, with irrecoverable losses like the ones you had to face? Now that the album is out, how do you see the label’s work in promoting Rebaelliun’s work?

Sandro Moreira: Well, the record company has their cast of bands, the bands have different levels of priority and despite the delay in releasing the album, the record company has helped promote the album, we hope that the album is well received by the public and of course, that it has a good volume of sales to make the “record company’s eyes shine”, you know.

The band is now stabilised with you, Sandro on drums, Evandro Passos on guitars and new member Bruno Añaña on vocals and bass. I was able to see this new line-up here in Brasilia and the show was a blast. But one thing bothered me a little. The lack of a second guitar to make the sound fuller. The band has had two guitarists for a long time. Are you thinking of adding a second guitar to fill this void in terms of live performances or is a power trio now the best configuration for Rebaelliun?

Sandro Moreira: After the departure of Ronaldo Lima, who was a member of the original line-up and decided to leave the band after the band’s return in 2015, we played the whole of 2016 with a second guitarist, Adriano Martini, who plays with me in the band Exterminate. In 2017 we decided to continue as a trio, as I had already had the experience of playing and recording in a trio in the past, and so it was, I can’t say that in the future there will be two guitarists again. The gig you saw in Brasilia happened to be Bruno’s first, but after a little over a year and a few dozen gigs, perhaps today he misses a second guitar a little less, but in fact, the band with two would sound more powerful.

Still on the subject of the band’s new line-up, have you come up with any new compositions that are 100 per cent REBAELLIUN? If so, how has it sounded in terms of the final result? What have new musicians like Evandro and Bruno brought to the band’s sound that you see as differentiating it?

Sandro Moreira: We focused on having a repertoire with various songs and even remembering songs we hadn’t played for over 20 years, we decided to leave the creation process until next year, as I answered in another question, there will certainly be new elements with Bruno, it’s no use, the chemistry changes, the songs change.

I’ve noticed that the band has been playing a lot of live gigs in different regions of the country and they’re already organising tours outside the country too. You’ve been playing with Rebaelliun since the beginning and have had the chance to perform at various times. How do you see the Brazilian scene in terms of structure and audiences today compared to other periods in the group’s history?

Sandro Moreira: Well, I think the Brazilian scene has improved, but not as a whole. It’s improved in what I’m going to call “underground time A”, not because of musical competence but because of financial capital, you know, bands that have big record companies behind them, big producers, agencies that deal with a lot of public and private money, that part of the underground has evolved in terms of structure and audience. The “B team”, on the other hand, will be the same as 25 years ago, always chasing, living with moments, you know, good moments, bad moments, moments with audiences, moments without, but there they are, bands, producers, audiences, insisting, persisting. Of course, there has also been a substantial improvement in the “more underground underground”, let’s put it that way, but I repeat, a lot of things haven’t developed, they’ve stagnated, there are countless reasons for this, but there’s everything.

As a former drummer, I’ve always thought your work on the instrument was really cool. It’s really different and although many people always make comparisons with Krisiun, I’ve always found Rebaelliun to be much more diverse in terms of drum and guitar lines. As a musician, what do you take into consideration when creating the band’s drum lines? Speaking of which, how does Rebaelliun’s creative process work?

Sandro Moreira: I’m flattered, thank you. Dude, there’s always been a comparison with Krisiun, just as there’s always been admiration for both bands among those who enjoy extreme music, you know? I agree with your point in a different way. People who know the bands recognise their musical differences, they are different bands sonically, with their own styles and who had the same influences in metal, so they will have similarities in composition. We’ve always been outspoken fans of Krisiun, we had a big influence on their musical stance, you know, I’ve known the guys since the early 90s and I keep in touch with them to this day, it’s a band that lives in my heart, but back to comparisons, I know about Rebaelliun’s achievements and how important they are to the national extreme scene, so we really have our difference.  Bah, the creation process is simple, we get together, light up a Jah and start composing, I believe we’ll do the same with Bruno. As for the drum lines, there’s so much information nowadays that part of the creation comes from something I’ve heard, which ends up influencing me and, of course, that trivial thing that always makes sense is always present, a straight and extreme sound.

I may be asking a stupid question here, but I did some research and I couldn’t find any reference to the album coming out in Brazil. Has “Under the Sign of Rebaelliun” been or will it be released in Brazil? If so, which label is responsible and when will this material be available to the Brazilian public?

Sandro Moreira: Yes, it will be released here, it will be distributed by Rapture Records, I believe it will be out here in Brazil later this year.

Sandro, the band has a new album, a new line-up, they’ve been playing a lot and what can we expect from Rebaelliun in the near future? Maybe a single or an EP featuring the new line-up? Thank you very much for taking the time to answer this question. We wish Rebaelliun every success. The space is yours…

Sandro Moreira: Our next commitment is now, at the beginning of November, we’re going on an 8-date tour of Europe, two of them at festivals, Winter Rising Fest in France and D.O.G. in Italy, in December we have some more shows in the south-east region, for 2024 we already have shows scheduled in Brazil, we’ll have some shows to celebrate the 25th anniversary of the release of Burn The Promised Land, we’ll play the album in its entirety and the shows will be with two guitars, oh yes, we’ll re-release the album, with a new cover art and remastered. We have a European tour scheduled for July 2024, with an appearance at the Obcene Extreme Festival, and we’ll definitely have a single with the current line-up. As I was about to forget, the re-release here in Brazil by Cianeto of the old titles. Thanks for the space Fabio “and we continue along the path of darkness, seeing everything that gives”. Thanks.

Acompanhem o vídeo de divulgação da TOUR NORDESTE 2023 realizada pelo Rebaelliun:

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