CD/EP/LP

RAVENOIR – The Darkest Flame of Eternal Blasphemy (CD 2021)

RAVENOIR(República Tcheca)
“The Darkest Flame of Eternal Blasphemy” – CD 2021
Gothoom Productions – Importado
7,50/10

The Darkest Flame of Eternal Blasphemy” é o disco de estreia do RAVENOIR, banda tcheca de Black /Death Metal Melódico formada em 2020 por “Alesh AD” e “Igor Hubík”, conhecidos e respeitados no underground mundial do Black Metal por serem, respectivamente, guitarrista e vocalista/ baixista do lendário ROOT, provavelmente a maior entidade tcheca de Metal junto com o MASTER’S HAMMER.

 Uniram-se aos dois “Patrick Sas” na bateria e “Jakub Maděryč” na segunda guitarra, consolidando a formação.

O álbum foi lançado em fevereiro desse ano, via Gothoom Productions, um selo eslovaco especializado na gravação e promoção de bandas de Metal Extremo no leste europeu. A versão física foi disponibilizada, inicialmente, em CD (Digipack). Está previsto o lançamento em Vinil, contendo músicas bônus, para dezembro/21.

Ao ler os títulos do disco e das faixas, a primeira impressão foi de que seria um trabalho de Black Metal puro. Na verdade, o Black é mais contundente do ponto de vista estilístico da banda e no conteúdo das letras. Instrumentalmente, tende muito mais ao Death Melódico.

Nocturnal Initiation (Prologue)” como acusa o título, funciona de fato como uma Intro de clima tétrico, com teclados à frente, efeitos sonoros como sinos de igreja e o crocitar de corvos.O vocal macabro inconfundível do “Big Boss”, líder do ROOT, faz participação especial recitando o texto e contribuindo com a composição das letras.

 “Ravenoir” divide o nome com o da própria banda, é a música que efetivamente apresenta o Metal do RAVENOIR ao mundo, um som de ritmo médio que remete bastante ao VADER(Polônia)da fase mais recente, incluindo o vocal, porém com melodias mais destacadas no instrumental.

The Darkest Flame of Eternal Blasphemy” segue o baile, com o som das chamas escuras do seu título introduzindo a música. Os primeiros riffs são excelentes, potentes e diretos, mantendo certa simplicidade e eficiência. É mais um som que não acelera, mantém-se em midtempo. Os lindos solos de guitarra foram compostos e gravados por ninguém menos que “Andy La Rocque”, do KING DIAMOND. Mais uma participação especial das mais relevantes.

 “In the Sign of the Horns” mantém a pegada Death Melódico, com um pouco mais de agressividade nos riffs e na percussão, com alguns blast beats interessantes, estrategicamente inseridos nas linhas de bateria.

From the Dead Shadows of the Void to Eternity (Intermezzo)” nada contra os intermédios, mas no caso específico do álbum, são quatro minutos totalmente atmosféricos, com sons de mar, efeitos de teclado e um vocal limpo declamando um texto que quebra o ritmo das três anteriores, sem muito propósito.

Blood Pact” retoma os trabalhos com sangue nos olhos, uma faixa mais voltada ao Death Thrash com atitude, as duas guitarras fazem ótimo trabalho com os riffs e leads, certamente é uma das mais fortes do álbum.

 “Dark Vision” devolve o ritmo mais cadenciado e a aura mais melódica, e uma passagem com vocais limpos no seu início chega a lembrar o próprio ROOT dos tchecos. Aqui há alguns elementos mais típicos do Black Melódico, mas a música não chega a engrenar como aparenta num primeiro momento. 

 “Hellfire’s Icon” tem início atmosférico, com sons de corais da igreja ortodoxa, mas rapidamente se torna numa das mais agressivas do Play, um Death Thrash matador e insano. Infelizmente, acaba sendo curta demais. Demonstra todo potencial de destruição dessa formação.

Alter Ego” é a mais extensa, superando os oito minutos. A introdução acústica dá lugar às guitarras afiadas, de timbre excepcional, e efeitos climáticos de teclado ao fundo. Aqui a banda soa mais Doom, sombria e repleta de melancolia. Aos poucos, a música vai se desintegrando e se transformando na derradeira passagem atmosférica que encerra o álbum.

Um bom trabalho de estreia do RAVENOIR, ainda que fique a impressão de que o potencial da banda foi explorado parcialmente. Os momentos mais furiosos demonstram brilho intenso. Ótimas participações especiais. Quanto à produção, o som do baixo poderia ter sido acentuado, teria deixado a sonoridade do trabalho mais encorpado.

Relação das nove faixas que compõem o disco, totalizando 38:18 minutos:

1 – “Nocturnal Initiation (Prologue)”
2 – “Ravenoir”
3 – “The Darkest Flame of Eternal Blasphemy”
4 – “In the Sign of the Horns”
5 – “From the Dead Shadows of the Void to Eternity (Intermezzo)”
6 – “Blood Pact”
7 – “Dark Vision”
8 – “Hellfire’s Icon”
9 – “Alter Ego”

Destaques: A terceira, a sexta e a oitava músicas são ótimos destaques. Comprovam o talento acima da média e verdadeiro potencial da banda, em produzir hinos tão destrutivos e devastadores quanto as letras das composições.

Related posts

INSANE – Victims (CD 2021)

Daniel Bitencourt

MYRKUR – “Folkesange” (2020)

Fábio Brayner

TEMPLE OF DREAD – Hades Unleashed (Adv. 2021)

Fábio Brayner