O POMBAJIRA é uma entidade musical surgida há pouco tempo na infernal Rio de Janeiro e que trás em sua formação alguns demônios que era ou são de nomes importantes da cena nacional extrema como Grave Desecrator, Cold Night, Poem´s Death, Velho, entre outras. Ao contrário de suas outras bandas o negócio aqui tira o pé do acelerador, apaga as luzes e abraça a escuridão com peso e lentidão sufocantes. O doom metal executado por esse trio maldito foge um pouco do convencional e traz, além das influências mais tradicionais do estilo, uma pegada de nomes como Necrophagia, Venom e Celtic Frost/Hellhammer, conferindo à música da banda um feeling mais ríspido e denso.
A primeira música mostra essa pegada de forma clara. “Gira” introduz o ouvinte e abre os portais para “The Reverance” que é uma faixa lenta e crua e me lembrou bastante a atmosfera criada no álbum “Season of the Dead” e nos materiais mais lentos do Venom. Muito fudido. “Vital Lucifer” traz uma vibe totalmente suiça. É um Celtic Frost com afinação mais baixa e uma execução meio tempo em várias partes da música. É uma composição que pode quebrar lentamente seu pescoço ao vivo e é a minha música favorita desse álbum de estréia. “The Lost Exit of Darkness” foca na sua atmosfera totalmente doom metal cuspindo um stoner mais maldito. Mas não espere aqui melodias grandiosas. O som se baseia em peso e desesperança, cortante e frio.
A próxima que se segue é “Queen of the Night” que tem um clima mais “animado”, algo que soa mais Cathedral, mas sem toda aquela sabbaticidade dos ingleses. ”Malandro e Mulambo” é uma música sacana. Não sei explicar. Venom sobe o morro e toca às 3 da manhã. Uma coisa é certa, essa música é a cara dos membros da banda. hahahaha “Pombajira” é um álbum honesto e isso, por si só, já é algo foda, pois é raro hoje em dia algo assim. Vale definitivamente a audição e apoio.