Há cinco anos os mestres do doom metal MY DYING BRIDE não lançavam um novo álbum e as expectativas para esse “The Ghost of Orion” eram gigantescas. O álbum marcou a estreia do novo baterista Jeff Singer, que já tocou no Blaze e no Paradise Lost. A primeira música de trabalho foi a maravilhosa “Your Broken Shore”, que aumentou ainda mais a expectativa por um grande álbum. Tratava-se de uma música com toda a carga emocional que caracterizava os melhores momentos da banda. A presença dos violinos, das melodias mais complexas, da emoção emanando em cada nota. Tudo isso realmente foi um belo cartão de visitas para o novo trabalho. Mas infelizmente, apesar de ser um excelente disco “The Ghost of Orion” acaba frustrando o ouvinte e fã da banda em alguns níveis. Não que seja ruim, longe disso, mas o disco não cresce, não se torna mais poderoso durante a audição. A sensação é de que temos aqui um disco quase burocrático, que traz o que se espera de um álbum do MY DYING BRIDE, mas não se arrisca.
MY DYING BRIDE – “The Ghost of Orion”
Em se tratando de uma banda como eles, essa sensação acaba sendo bem frustrante. Depois da música de abertura que também foi a música de trabalho vem “To Outlive the Gods”, uma faixa que usa bem as melodias e o peso, assim como introduzindo aqui e ali o violino como elemento a completar o clima construído.“Tired of Tears” é realmente emocional. Um grande uso das estruturas mais melódicas que caracterizam a banda. A próxima é “The Solace” e não me diz muito. Investe em um pretenso clima grandioso e quase ambient, mas acaba se tornando um tanto que deslocada. São mais de cinco minutos que poderiam ser melhor aproveitados. Os vocais femininos aqui são muito bonitos, mas não salvam a faixa. Um dos grandes momentos do disco vem com a carregada “The Long Black Land”, uma música que investe em um peso descomunal, vocais mais death metal em vários momentos e uma escolha melódica que abraça aspectos mais sombrios. A simplicidade dessa composição é o seu ponto mais alto.
A faixa título “The Ghost of Orion” e seus cerca de 3:30 se mantém em volta de uma proposta acústica. Nada mais além disso. “The Old Earth” é a música mais longa e começa de forma absolutamente etérea e aos cerca de dois minutos se torna uma massa sonora. Assim como “The Long Black Land” essa música foca no peso e tradição. Boa música. “Your Woven Shore” fecha o novo álbum e é apenas uma outro. “The Ghost of Orion” vem para cumprir o seu papel de novo álbum desses veteranos, mas em comparação aos dois álbuns anteriores é apenas um bom trabalho, longe da genialidade que esses caras podem produzir.