Hipnótico, monolítico, sinistro e abismal são as palavras que melhor definem o que é ouvido em “Il Nostro Silenzio”, o segundo registro da banda alemã de Blackened Doom/Death Metal, MORAST. Não apenas, as seis faixas que configuram o trabalho são altamente toxicas, lodosas e permeadas por passagens densas, impenetráveis e claustrofóbicas.
A banda foi formada em 2015 e no mesmo ano lançou sua demo de estreia (que mais tarde saiu em versão cassete e vinil pela Totenmusik). No ano seguinte, a mesma dividiu um split/tributo, “In Memorian Of Quorthon” (Vendetta Records) com a também alemã e fantástica, Ultha. Seu primeiro full-lenght veio em 2017 com o título de “Ancestral Void”.
“Il Nostro Silenzio” foi lançado em 2019 e teve sua produção partilhada pelos músicos Michael Zech “Arioch” (Secrets Of The Moon) e V. Santura (Dark Fortress). Dois midas que já trabalharam em obras do Triptykon, Bölzer, Schammasch, Sulphur Aeon, The Ruins Of Beverast, Barren Earth e Downfall of Gaia. A ilustração é do renomado artista italiano Raoul Mazzero — “View From The Coffin”. Ainda produtivo o MORAST ainda lançou mais dois splits neste mesmo ano; um com a banda de Black Metal Vidargängr — “Shards/Daggerlike”. O outro foi concebido novamente com a Ultha, desta vez homenageando o supremo Fields Of The Nephilim.
O disco logo rompe com a sólida e profundamente obscura “A Farewell”; caos e desgosto numa única composição. “Cut” é mais dinâmica e melodiosa, mas não menos amarga. Seu início ecoa as fases antigas do Tiamat e Paradise Lost e junto a elas, crescentes e desenvolvimentos muito próximos aos labores do Triptykon e Bölzer. O peso absoluto das guitarras junto aos vocais — ora desesperados e noutras, raivosos, criam uma ambientação caótica. Lenta, esmagadora e sem tréguas. A faixa titulo abusa dos climas opressivos, desconfortáveis e dissonantes. “RLS” segue da mesma forma, com as mesmas características e avanços das composições anteriores e é aqui que surge o primeiro e único problema, na verdade, cansaço. Apesar de o disco ser excelente e com um alto nível de qualidade no que tange seus temas, ele é um tanto cansativo por se valer das mesmas características, estruturas e dinâmicas.
“Nachtluft” dissipa momentaneamente essa sensação por ser mais aberta, diversificada e veloz (veloz no padrão Doom, claro). “November” apresenta aquele peso e sujeira típicos do Sludge Metal, à la Crowbar, mas logo regressa ao padrão do disco, valendo-se da opulência do instrumental e das atmosferas enegrecidas. Um lançamento realmente surpreendente e com diversas e inegáveis qualidades, pena que seja tão homogêneo. O mais recente trabalho do MORAST é o EP “The Palingenesis”, cujos vocais são de “Z.” (Zingultus) da banda Endstille, esse sim um trabalho avassalador.
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