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LUCIFERIANO, POSTHUMOUS, AR DA DESGRAÇA e ALOCER – Metal Negro Festival 2 – Tubarão/SC

Metal Negro 2 Festival

Data: 21/05/2022

Local – Caverna Kilmister

Cidade – Tubarão/SC

Bandas – Luciferiano (SC), Posthumous (SC), Ar Da Desgraça (SC), Alocer (SC)

Sábado de muito frio no Sul do Estado de Santa Catarina e que prometia uma noite com muito metal negro em nossos profanos corações. O evento estava marcado para uma semana antes (14/5) e foi transferido para o dia 21. Uma excursão saiu de Jaraguá do Sul (SC) passando pelo litoral e fomos para Tubarão. E que falta que eu sentia de ir para um show numa excursão, com vários amigos e amigas que cultuam o metal negro.

Chegamos na cidade e o local do show era de fácil acesso. Era a primeira vez que eu frequentava a Caverna Kilmiste o qual gostei muito! Um bar rock’ n roll, além de ser um point de motoqueiros. Importante frisar que os funcionários do estabelecimento eram todos atenciosos, os preços das bebidas bem em conta e tinha para todos os gostos. Uma curiosidade: das 4 bandas que se apresentariam nesta noite, duas eu tinha visto recentemente, no Black Flag Resistance Festival e, duas bandas fazia muito tempo, eu não os via ao vivo.

Luciferiano – Foto por Rudolph Hille

A primeira banda a abrir o evento era o grandioso Luciferiano, não os assistia desde 2015. Grupo formado por Willian Puchalski nos vocais, Bia Cunha no baixo, Alessandro Marques na bateria e Antônio “Kabong” Gonçalves na guitarra. Já começaram executando uma clássica música a “Voluptuosa Rainha Dos Meus Sonhos” e os black metallers agitaram e cantaram junto. A segunda música da noite foi “Ritual Da Desordem” que é uma faixa nova e eu gostei muito! A banda executou um set curto, porém muito foda! Músicas como: A Face Do Cão, Guerreiro De Mim e Rebelião. Eu gostei muito do show deles. Black metal  frio, obscuro e com umas passagens de Heavy Metal. Essa formação tá bem coesa e entrosada. Gostei muito do vocal do Willian e que também faz parte da horda de Joinville, Diabolical Funeral. Só acho que ele poderia interagir  mais com os metalheads na frente do palco. Fora isso, foi matador! Conversando com Antônio Gonçalves ele me disse que em 2024 a banda fará 25 anos e terá muitas novidades para comemorar essa data. 

A segunda horda da noite representando o Sul do Estado era os insanos da Posthumous. Banda que eu não canso de vê-la ao vivo é sempre uma devastação! Eles sempre me surpreendem com seu black, death metal e belas  melodias de guitarras que beiram o heavy metal tradicional em algumas passagens de suas músicas. Já os tinha visto três vezes em um palco maior e agora era a primeira vez que iria curtir a apresentação em um ambiente menor. E isso deixou a banda com sangue nos olhos, muito mais violenta ainda sua “profana cerimônia.” Basicamente foi o mesmo setlist que tocaram na B.F.R. Festival na Wox em Pomerode (SC), em Março/2022. Tocando músicas do último lançamento deles o aclamado “Unholy Ceremony” e mesclando com clássicos do passado.

Abrindo o set com a intro do último álbum e músicas como: Unholy Necrometal Artillery e 666 Ways To Kill. Agora era a vez da clássica Fuckchrist e os blackmetallers bateram cabeça feito loucos! Ainda rolou Dethronoment Of Light, mais faixas do disco novo como Tyrants Prey Disaster e  Shub Niggurath ye Goat. Para fechar o set uma trinca matadora e foi de rachar a moleira com as clássicas: Splendor Of Fire, On The Wings Of Azazel e Crucified Carcass. O público agitou ensandecido e cantou os refrãos, foi muito bonito de se ver!  A banda no palco tem uma desventura, muita energia, todos bangueiam muito e interagem com os espectadores. A aparelhagem atrapalhou um pouco os vocais de R.Satan que algumas vezes não ouvia sua própria voz. Em compensação os backing vocals mais guturais de Nargoth baixista (ex- vocal da Muder Rape & Somberland) deixa o som mais pesado mesclando com passagens vocálicas mais rasgadas do também guitarrista O. Marauder e que trás uma identidade própria ao grandioso Posthumous. A banda saiu sob aplausos do palco e fez um set matador, como sempre !  Falando com o guitarrista R. Mutilator e ele me disse: “Que está muito feliz com o feedback para esse novo trabalho e com a recepção que teve recentemente num show em São Paulo.

Ar da Desgraça Foto por Rudolph Hille

A terceira horda da noite foi a Ar Da Desgraça e seu black metal gélido, frio, cantado em português e com influências das bandas norueguesas dos anos 1990. Também os vi recentemente, no B.F.R.F. O trio formado por Pestenegra nas guitarras e vocais, Nahash no baixo (Impiedoso) e quebrando um galho para esse show o baterista Necroblast que também é da Alocer e Violent Curse, bandas catarinenses. Esse guri é um monstro na bateria. Ele pegou as músicas em 30 dias segundo as palavras de  Pestenegra.  A horda abriu o set com os hinos negros: Senhor Da Desgraça e a melhor música, na minha opinião, do ótimo trabalho “Enigmática Perpétua Sinfonia” que é a faixa “Ruína e Decadência”. É um tema longo e bem trabalhado  que mescla o velho black metal com um doom metal e trás lembranças de “As The Flowers Winther” do My Dying Bride nas partes mais arrastadas desse hino lúgubre dos catarinenses. E segue a sinfonia da desgraça “Rainha Do Sono Eterno, Eis A Nossa Oferenda, De Um Dia Umbrifero”. E  achei legal a atitude do vocalista em  agradecer a caverna Kilmister pelo espaço, as bandas do cast, e ao público presente, inclusive a excursão que viajou quase 5 horas para prestigiar esse evento e por último ao Alessandro organizador o qual também faz parte da horda de Criciúma,SC, Lord Amoth . Não vejo mais as bandas tendo essas atitudes” Para fechar o set ” A Melodia Da Minha Morte e Ar Da Desgraça”.  Magnífico! 

Alocer Foto por Rudolph Hille

A última banda a subir no palco e fechar com chave de ouro essa noite fria foi o grande “duque do Inferno Alocer”.   A última vez que os vi foi em um show no  saudoso Curupira Rock, em 2014,  na “Celebração Nos Bosques De Satã”.  Divulgando o seu último trabalho “The Victory Of Darkness Rider” de 2019, a horda subiu no palco com um visual bem carregado e fazendo um show matador! Abrindo o set com uma “intro” e aí só rolou hinos profanos, blasfemos  e  obscuros.  Do último CD “Triumph Of Evil e Battle Of The Unholy Warriors.” E á clássica que saiu no Debut CD/2001, Souls Of Silent. Mais duas faixas do novo trabalho Alocer”s Empire e Blood Rain From A New Age.  Eu ainda não tinha visto eles ao vivo com essa formação e está muito foda! A vocalista L. Scarlet me surpreendeu, acho que  ela se encaixou muito bem na  banda resgatando aquela veia  do Full “By Triumph…” que tinha a vocalista Zasvanna nos vocais e sua voz única dava uma cara diferente no som da Alocer.

Em minha opinião, L. Scarlet resgatou o velho espírito do duque do inferno de volta. A próxima música surpreendeu a todos “Luxúria De Lilith” um cover e vocês sabem de quem né ? Ficou matador! Seguindo com Return Of Pentagram e The Voices From Hell. Realmente, essa apresentação me fez voltar lá no início dos anos 2000 e me trouxe uma nostalgia daquela época e quem viveu, sabe como foi em Bal.Camboriú. Naquela época B.C era o “quartel” da Alocer e tínhamos uma cena muito boa naqueles tempos na cidade.  Para fechar o set deles Forest Of Ritual e Obscure Ceremony.  A cerimônia obscura chega ao fim. Mais uma noite que nos encheu de orgulho e melhor ainda é ver  que o metal negro underground tá forte e seguindo  sua batalha no submundo . Hail ,  suprema arte negra !!!

Alocer Foto por Rudolph Hille

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