CD/EP/LP

LOSS – Storm (2022)

LOSS (Brasil)
“Storm” – CD 2022
DYMM Records – Importado
10/10

Procuras por riffs marcantes e poderosos? Procuras por linhas de baixo evidentes, bateria sólida e bem explorada? Procuras por um vocalista que solta a voz com vontade e sem aquela pretensão chata “wanna be Ozzy”? Procuras por solos caprichados e repletos de feeling? Procuras por profissionalismo, coesão, energia e visceralidade? Então, meu caro amigo, ouça (e sem moderação) a “Storm” — o trabalho de estreia, devidamente cheio do trio mineiro de Stoner Rock/Metal, LOSS.

O LOSS foi fundado em 2020 por Marcelo Loss (voz e baixo), logo após o encerramento das atividades do Concreto, banda da qual ele foi fundador, junto a ele o baterista e fundador do seminal Witchhammer, Teddy Bronsk e o guitarrista Edu Megale, substituído posteriormente por Adriano Avelar (Caxakustica). No final de 2020, ainda com Edu Megale, foi lançado o EP “Let’s Go”, com quatro faixas autorais, uma delas cantada em português. Gravado no estúdio Riff, em Belo Horizonte, Minas Gerais e mixado/masterizado pelo produtor dinamarquês Tue Madsen (Meshuggah, Vader, Behemoth, Dark Tranquillity, Kataklysm), o trabalho exibia uma sonoridade vigorosa e chamativa — baseada no Classic Rock, Stoner, Hard e Heavy Metal.

Gravado no Analog Dream Studio (BH) e mixado/masterizado em Atenas (GRE) por Jim Siou (Morphinject, Pure Violent Hedonism), “Storm” (DYMM Records), porta onze faixas, sendo cinco inéditas, os dois  singles: “The Light” (2021) e “Life Shows” (2022); e as quatro faixas originalmente lançadas no EP de 2020 — com uma nova mixagem e guitarras regravadas por Adriano Avelar.

A produção é o primeiro destaque —, orgânica e honesta, nada de extravagâncias ou truques de estúdio. As composições fluem deliciosamente como se estivessem sendo executas ao vivo e por Satã, como é bom ouvir um disco de Rock/Metal que transmite veracidade e naturalidade. Em tempos de álbuns cada vez mais maquiados e plásticos — mais retocados que o rosto da Dolly Parton, ouvir o real é uma dádiva. Vamos ao que interessa, ou seja, às composições.

O alto nível, os riffs incendiários e a energia dão as caras logo na trinca inicial: no peso e desenvoltura de “Life Shows”; no Stonerzão venenoso que é “Burn Inside” e na suculenta e cadenciada “The Light”. Essa última com ótimas linhas de baixo, bateria acentuada e guitarras dando um espetáculo a parte. O solo é sensacional, aliás, todos os solos de Adriano Avelar são sensacionais e novamente, por Satã, como é bom ouvir um músico tocando com alma, para a música e não para si mesmo ou para os nerds “guitarreiros” que infestam o universo metálico ultimamente!

Até Quando” é a primeira faixa a exaltar o nosso idioma. Sua letra, crítica e questionadora, torna-se ainda mais necessária graças aos versos ácidos e pertinentes do rapper Roger Deff. Música realmente fora da curva, cujo video, assim como o de “Burn Inside”, foi lançado pelo programa Alto Falante (Rede Minas), capitaneado pelos incríveis (sou fã demais) Terence Machado, Sabrina Damasceno e pelo maluco genial, Adriano Falabella. Ambas as interpretações visuais foram assinadas pelo produtor Ed Zimmerer.

O repertório segue em alto nível — e não, aqui a qualidade não faz curvas. “In My Mind” possui guitarras lindas, assim como “Entre O Bem E O Mal”. “Tomorrow” é outro ponto elevado (e foi durante ela que eu abri minha quarta cerveja). Que música, meus amigos! Que música! “Hate” é mais enérgica e veloz; “Insight”, por sua vez, é uma espécie de “Planet Caravan” do LOSS. Simples, intimista e viajada. Belíssima. “Let’s Go” é um Rock metalizado — direto, pesado e com um refrão que precisa ser jogado para o público. “A Luz” encerra o play revisitando todos os adjetivos que marcaram a audição. Se “Heavy” (Cosmic Rover), foi o meu disco de Stoner Rock/Metal de 2021, “Storm” com toda certeza é o de 2022. Audição obrigatória!

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Bandcamp: https://loss-band.bandcamp.com/music

Spotify: https://open.spotify.com/artist/4vLe9mv8ulQuD9dA9IFySS

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