O ex-guitarrista do SLAYER, Kerry King, havia anunciado seu projeto há um bom tempo e havia uma grande expectativa em torno do que poderia estar vindo em termos musicais. Nas entrevistas dadas por King nesses últimos meses ele deixou bem claro que todos poderiam esperar uma sonoridade que sim, lembraria o Slayer, já que ele era o principal compositor do grupo desde a morte do também guitarrista Jeff Hannemann. Ainda que o Slayer dos últimos anos de sua carreira estivesse muito distante daquela banda assassina que criava clássicos atrás de clássicos, o últimos dois álbuns da banda realmente soavam sólidos.
“From Hell I Rise” não desmente de forma alguma as declarações dadas pelo guitarrista e mostra uma música que lembra sim o Slayer, mas ainda assim é possível perceber em todas as composições que existe algo ali que é muito particular a esse projeto. Ok, os vocais de Mark Osegueda (Death Angel) estão praticamente idênticos aos de Tom Araya, mas que se dane. O resultado final é um álbum que soa bastante agressivo, tem riffs e bases de guitarra muito poderosos e mostra ao mundo que Kerry King ainda tem muita lenha para queimar.
O thrash metal aqui apresentado tem muitas influências mais punk e isso concede crueza ao álbum como um todo, mas não é tudo apenas velocidade. Há momentos mais cadenciados e pesados, até mesmo com um grande feeling envolvido. Isso fica muito evidente na faixas “Residue”, “Trophies of the Tyrant”, “Tension”, “Two Fists” (essa com uma pega punk fortíssima) e “Shrapnel”.
Mas algo que tem um dos guitarristas que ajudou a criar o álbum mais intenso da história, o infame e maravilhoso “Reign in Blood”, não deixaria os fãs sem doses cavalares de puro thrash e violência e quando faixas como “Where I Reign” (um começo de álbum realmente bruto), “Idle Hands”, “Crucifixation”, “Everything I Hate About You”, “Toxic” (que riff foda de abertura), “Rage” e “From Hell I Rise” são executadas, o fogo do inferno é alimentado com almas.
O álbum traz sua dose de polêmica por causa do uso de IA na confecção da capa, mas sinceramente achei o resultado muito bom e totalmente conectado ao conceito do álbum. Mas me pergunto a razão de alguém que tem acesso e recursos para usar qualquer artista do mundo, resolve utilizar isso, mas enfim, decisões pessoais.
Sinceramente havia escutado opiniões divergentes sobre esse álbum e eu discordo de toda a análise negativa. O álbum tem sua força própria, é intenso e melhor do que boa parte do que é produzido no thrash metal atualmente, portanto resta agora esperar por futuros trabalhos do Kerry King, onde talvez um maior distanciamento temporal do Slayer o faça criar trabalhos ainda mais intensos.
Tracklist:
1- Diablo
2- Where I Reign
3- Residue
4- Idle Hands
5- Trophis of the Tyrant
6- Crucifixation
7- Tension
8- Everything I Hate About You
9- Toxic
10- Two Fists
11- Rage
12- Shrapnel
13- From Hell I Rise
ENGLISH VERSION:
Former SLAYER guitarist Kerry King announced his project a long time ago and there was a lot of anticipation about what might be coming in musical terms. In interviews given by King in recent months, he made it clear that everyone could expect a sound that would be reminiscent of Slayer, since he had been the group’s main songwriter since the death of fellow guitarist Jeff Hannemann. Although the Slayer of the last few years of their career was a far cry from that killer band that created classic after classic, the band’s last two albums really sounded solid.
“From Hell I Rise” in no way belies the statements made by the guitarist and shows a song that does recall Slayer, but you can still see in all the compositions that there is something there that is very particular to this project. OK, Mark Osegueda’s (Death Angel) vocals are practically identical to Tom Araya’s, but what the hell. The end result is an album that sounds very aggressive, has very powerful riffs and guitar bases and shows the world that Kerry King still has a lot of wood to burn.
The thrash metal presented here has many more punk influences and this gives the album as a whole its rawness, but it’s not all just speed. There are slower, heavier moments, even with a great deal of feeling involved. This is very evident in the tracks “Residue”, “Trophies of the Tyrant”, “Tension”, “Two Fists” (this one with a very strong punk edge) and “Shrapnel”.
But something that has one of the guitarists who helped create the most intense album in history, the infamous and marvellous “Reign in Blood”, wouldn’t leave fans without cavalier doses of pure thrash and violence and when tracks like “Where I Reign” (a really raw start to the album), “Idle Hands”, “Crucifixation”, “Everything I Hate About You”, “Toxic” (what a great opening riff), “Rage” and “From Hell I Rise” are played, the fires of hell are fed with souls.
The album has its share of controversy because of the use of AI in the making of the cover, but I honestly thought the result was very good and totally connected to the concept of the album. But I wonder why someone who has the access and resources to use any artist in the world would decide to use this, but anyway, personal decisions.
Honestly, I’ve heard different opinions about this album and I disagree with all the negative analyses. The album has its own strength, it’s intense and better than much of what is produced in thrash metal today, so we can only wait for future work from Kerry King, where perhaps a greater distance from Slayer will make him create even more intense work.
Tracklist:
1- Diablo
2- Where I Reign
3- Residue
4- Idle Hands
5- Trophis of the Tyrant
6- Crucifixation
7- Tension
8- Everything I Hate About You
9- Toxic
10- Two Fists
11- Rage
12- Shrapnel
13- From Hell I Rise