Há bandas que pecam por copiaram demais suas influências e tornarem-se muito caricatas. Já há bandas que foram isso tão bem que se saem muito bem, como é o caso do HAXANDRAOK, formado em 2018 pelo baterista polonês Marcello Szumowski e pelo guitarrista e vocalista grego Saevus H. Aldra-Al-Melekh, tendo lançado este debut em 2019. São cinco faixas em pouco mais de 30 min que chamam bem a atenção.
“The Temptress of Ud Da Kar Ra” abre o cd e em vários momentos chega a lembrar o Orphaned Land. Os toques que cordas ao estilo oriental logo no início nos remetem a isso, mas o corpo da música é um death metal até mais cru, não fossem as inserções de corais que chegam a lembrar arranjos vikings do Enslaved.
“Ba’al Zel Bul at the Gates of Nox” mistura Therion com Behemoth, com groove tribal e termina com sons de sinos e cânticos religiosos. Interessante como o duo, acompanhado pelo baixista Arkhus A., criaram camadas muito fortes e de vários ritmos nesta meio.
“Tower Sub Rosa” é minha favorita, com pitadas de Dimmu Borgir antigo, porém o vocal cheio de efeitos e maio abafado de Saevus H. Aldra-Al-Melekh lembra um pouco até Barney Greenway em faixas mais experimentais do Napalm Death.
“Lilith Unbound” lembra Hypocrisy em seus momentos mais industriais, inclusive por ser meio arrastada e cheia de efeitos. A instrumental e soturna “La Sorciere Rouge” é uma mistura de “Alterated State” do Sepultura com o Batushka e encerra o cd de maneira suave.
No geral é um álbum muito bom e a banda demonstra ter muito domínio nas composições e habilidade em seus instrumentos, sem ser necessário plagiar as bandas similares ou influenciadores. Uma ótima estreia e embate diria que uma ou duas músicas a mais garantiram uma nota mais alta!