CD/EP/LP

DOOM:VS – Aeternum Vale (CD Reissue 2023)

DOOM:VS (Suécia)
“Aetermum Vale” – CD Reissue 2023
Cold Art Industry Records – Brazilian Edition
10/10

Falar de uma banda com vários álbum, um nome estabelecido na cena e milhares de admiradores é uma tarefa fácil, ainda mais quando nos referimos a um relançamento. Mas imaginar o impacto desse álbum nos ouvintes em seu ano de lançamento já é algo mais complicado.

A banda foi formada em 2024 por Johan Ericson, músico também do Draconian, um dos nomes fortes da cena sorumbática mundial. Isso por si só já seria um bom indicativo de qualidade e felizmente “Aeternum Vale” atende e ultrapassa essas expectativas. Uma one-man band criando e executando um funeral doom/death metal com essa qualidade deve ter deixado muitos de queixo caído.

O álbum em si foi lançado em 2006, dois anos após o início do projeto e apresentou ao mundo um álbum que é considerado por muitos o melhor trabalho do DOOM:VS. A banda lançou álbuns tão bons que essa é uma afirmação complicada de se fazer, mas “Aeternum Vale” é, sem sombra de dúvidas, o álbum mais profundo e denso que a banda fez.

A melancolia e um peso hipnótico se materializam imediatamente quando a primeira faixa começa a ser tocada. “The Light That Would Fade” é aquela composição de impacto que mostra logo ao que a banda veio. Os arranjos e a delicade com o que eles são utilizados criam um ambiente de extrema beleza, mas ainda muito carregado.

“Empire of the Fallen” começa com puro sentimento, muito causado pelos incríveis arranjos de guitarra e teclados. É uma melodia que te eleva acima do seu próprio corpo e em que o vocal gutural acaba por fornecer o constrante que faz dessa uma das músicas mais bonitas desse álbum. Os arranjos de voz merecem uma menção à parte, já que constroem uma energia cativante durante todo o tempo de duração da música.

A faixa que vem a seguir é intitulada “The Faded Earth” é como uma montanha esmagando seu corpo e sua alma. É uma música absurdamente pesada… e triste. Você consegue sentir um aperto que vem de uma sensaçao pura de desconforto. Isso é a essência do que conhecemos como doom metal. É possível em alguns momentos percebermos uma influência dos ingleses do My Dying Bride, mas também de músicas que fogem desse escopo musical, como do rock progressivo do Pink Floyd. Quando ouvi os solos e alguns arranjos das guitarras isso ficou muito evidente. Mas há momentos em que a energia se liberta e cria mais momentos de inquietude. Grande composição e grande letra.

O doom metal é como uma peça teatral musicada e flerta abertamente com o drama e é essa dramaticidade que é invocada quando “Oblivion Upon Us”. Os vocais falados tem um impacto na interpretação e se mistura de forma poderosa ao entrarem os vocais urrados. Há uma abominável sintonia de diferentes camadas de sentimentos. Uma faixa que busca algumas nuâncias diferentes é a contudentente “The Crowling Insects”. Ainda que partes limpas se aliem a momentos de puro peso, essa criação abre espaço para pequenos experimentos de maior impacto.

A última faixa nesse álbum é “Aeturnus”, a mais longa de todas (com exatos 12:26) e vem envolta em uma mórbida veste. As melodias existem, mas não tomam conta do ambiente, que faz uso delas para se apresentam com uma delicadeza contida.

Johan Ericsen

Esse é um álbum que com certeza justificou todo o respeito que o DOOM:VS recebeu da cena mundial. A simplicidade, beleza e peso de “Aeternum Vale” abriram portas para uma carreira que chega à duas décadas esse ano. Ter isso lançado nacionalmente é realmente um presente da Cold Art Industry para os fãs do doom metal nacional.

Tracklist:

  • The Light That Woulde Fade
  • Empire of the Fallen
  • The Faded Earth
  • Oblivion Upon Us
  • The Crawling Insects
  • Aeternum
DOOM:VS (Suécia)
“Aetermum Vale” – CD Reissue 2023
Cold Art Industry Records – Brazilian Edition
10/10

Talking about a band with several albums, an established name in the scene and thousands of fans is an easy task, especially when we’re talking about a reissue. But imagining this album’s impact on listeners in the year it was released is more complicated.

The band was formed in 2024 by Johan Ericson, also a musician from Draconian, one of the strongest names in the world’s sorumbatic scene. That alone would be a good indication of quality and fortunately “Aeternum Vale” meets and exceeds those expectations. A one-man band creating and performing funeral doom/death metal of this quality must have left many slack-jawed.

The album itself was released in 2006, two years after the project began, and presented the world with an album that is considered by many to be DOOM:VS‘s best work. The band has released so many good albums that it’s a difficult statement to make, but “Aeternum Vale” is, without a doubt, the deepest and densest album the band has made.

Melancholy and hypnotic heaviness materialise immediately when the first track starts playing. “The Light That Would Fade” is an impactful composition that immediately shows what the band has come for. The arrangements and the delicacy with which they are used create an atmosphere of extreme beauty, but still very heavy.

“Empire of the Fallen” begins with pure feeling, much of it caused by the incredible guitar and keyboard arrangements. It’s a melody that lifts you above your own body and in which the guttural vocals end up providing the constriction that makes this one of the most beautiful songs on the album. The vocal arrangements deserve a separate mention, as they build a captivating energy throughout the song’s duration.

The next track, entitled “The Faded Earth”, is like a mountain crushing your body and soul. It’s an absurdly heavy song… and sad. You can feel a tightness that comes from a pure sense of discomfort. This is the essence of what we know as doom metal. It’s possible at times to perceive an influence from the English My Dying Bride, but also from songs that fall outside this musical scope, such as Pink Floyd‘s progressive rock. When I listened to the solos and some of the guitar arrangements, this was very evident. But there are moments when the energy is released and creates more moments of restlessness. Great composition and great lyrics.

Doom metal is like a theatre play set to music and flirts openly with drama and it’s this drama that is invoked when “Oblivion Upon Us”. The spoken vocals have an impact on the performance and blend in powerfully when the howled vocals come in. There’s an abominable harmony of different layers of feeling. A track that seeks out some different nuances is the forceful “The Crowling Insects”. Although clean parts are combined with moments of pure heaviness, this creation makes room for small experiments of greater impact.

The last track on the album is “Aeturnus”, the longest of them all (exactly 12:26) and it’s wrapped in a morbid garment. The melodies are there, but they don’t take over the atmosphere, which makes use of them to present itself with a restrained delicacy.

This is an album that has certainly justified all the respect DOOM:VS has received from the world scene. The simplicity, beauty and weight of “Aeternum Vale” opened doors for a career that will reach two decades this year. To have this released nationally is truly a gift from Cold Art Industry to brazilian fans of doom metal.

Tracklist:

  • The Light That Woulde Fade
  • Empire of the Fallen
  • The Faded Earth
  • Oblivion Upon Us
  • The Crawling Insects
  • Aeternum

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