A cena de doom metal nacional cresceu imensamente em quantidade e também em qualidade. Curiosamente essa cena em um grande número de bandas e projetos em que apenas um membro é responsável por tudo e o DENIAL OF LIGHT, projeto surgido em São Paulo, em 2015, é um desses casos. Não sei se o problema é a dificuldade de encontrar membros para executar essa sonoridade ou apenas uma necessidade de criar tudo dentro de um parâmetro pré-estabelecido, mas muito raramente isso não tem funcionado.
O DENIAL OF LIGHT é um projeto relativamente jovem e que teve nesse debut álbum seu primeiro e único lançamento. O responsável por tudo nesse trabalho é o músico Arthur Painless, que fez os vocais, guitarras, teclados e programação da bateria. O som em que o projeto se aventura é um tétrico doom metal com elementos que trazem o death metal à tona, mas apenas em termos de estruturas e climas, não no quesito velocidade. Acho que o Paradise Lost em seus dois primeiros álbuns seria uma excelente referência para a sonoridade do DENIAL OF LIGHT, mas há elementos de funeral doom presentes no álbum.
O álbum abre com a climática “Denial”, mas é na segunda faixa que a coisa realmente acontece. “Boderline” é um grande composição. Dramática e com excelentes arranjos que definitivamente remetem o ouvinte à aquela sonoridade dos primórdios do doom/death metal. Definitivamente o que faltou nessa música (assim como em todo o álbum) foi uma produção robusta. Imagino isso gravado em um bom estúdio europeu com um produtor experiente. Seria um álbum realmente incrível. Mas ainda assim temos músicas matadoras em todo o material.
Poderia destacar também algumas outras faixas como “Amidmost Praises”, uma composição que traz diferentes perspectivas em termos de mudanças rítmicas e cria uma atmosfera envolvente. Início perfeito é o de “In Silence We Decay”. Facilmente uma das melhores do álbum. Finalmente a última faixa “The Terminal Hour We All Fade” é a música onde há um aceno à algo mais agressivo e o death/doom toma controle. Excelente composição. Afora da gravação, que ao meu ver, carece de força, “The Terminal Hour We All Fade” é um excelente álbum e o DENIAL OF LIGHT um nome a ser seguido e apoiado.