CD/EP/LP

CRYPTWORM – Spewing Mephitic Putridity (2022)

CRYPTWORM (Reino Unido)
“Spewing Mephitic Putridity” – Lançado 11/03/2022
Me Saco Un Ojo Records (Reino Unido) / Pulverised Records (Cingapura) – Importado
8,50/10

O primeiro contato com o CRYPTWORM tem mais ou menos dois anos, na época o EPReeking Gunk of Abhorrence” havia acabado de sair. Lembro na época de ter visto a capa e pensado… impossível deixar isso passar, os títulos encantadores da banda e do Play me cativaram (no caso do EP, algo como “Gosma Fedorenta Abominável”). Os vinte minutos de som imundo, doentio e brucutu de alto nível prometiam um senhor álbum de estreia.

 A banda é composta por uma dupla, o húngaro “Tibor Hanyi” (Baixo, Guitarras e Vocais) e o britânico “Joe Knight” (Bateria), ambos com experiências prévias em inúmeras bandas de metal extremo de diversos subgêneros.

 O Death Metal podrão elaborado pelo duo é deliciosamente old school, calcado em riffs trogloditas, brutais e ultra pesados, vocalizações guturais repugnantes, elementos Crust/Punk e robusta influência da magnífica cena finlandesa dos anos 90. Vale destacar os trampos de guitarra e bateria, impecáveis de ponta a ponta.

 O tão esperado álbum completo “Spewing Mephitic Putridity” foi lançado na gringa há poucos dias, conjuntamente entre os selos “Me Saco Un Ojo Records” e “Pulverised Records”. Felizmente, a promessa se cumpriu, porque o disco é fudido.

 A capa grotesca, ilustrada pelo artista islandês de pseudônimo “Skaðvaldur”, ficou sensacional, e dá uma ótima noção do mergulho escatológico que aguarda o ouvinte.

 O que dizer de “Disgorged Chunks of Life”? Abre com dois pés no peito, um verdadeiro arregaço. Os riffs monstruosos vão se empilhando, e tornando-se cada vez mais dementes e abjetos enquanto a música se desenvolve. E a desaceleração monumental em “Immense Cerebral Decomposition”? Som totalmente viciante.

 Faixas como a empolgante “Disembowelment (Draped in Gore)” acenam descaradamente com seus riffs à já mencionada cena finlandesa de DEMILICH, ADRAMELECH e RIPPIKOULU. A falta de originalidade é recompensada com uma performance invejável do duo.

 As composições possuem andamentos que variam, muitas vezes, bipolarmente. Como em “Premature Entombment”, de início super arrastado, segmentos envenenados com jeitão punk, partes convulsivas em alta velocidade, magistralmente intercaladas com outras extremamente cadenciadas.

 Pra quem quiser absorver o conceito do riff troglodita mencionado acima, ouça “Amorphous Transmutations”, um autêntico monumento Death Doom, esem dúvidas uma das melhores do trabalho. O mesmo pode ser dito da “romântica” faixa título, que descamba sem freio rumo à desgraceira e conclui o álbum em grande estilo.

 Se o seu negócio é Death Metal cru, sórdido e de natureza patológica, conheça o CRYPTWORM e obtenha a sua dose diária de imundície. Além de muito bem-feito, o som clássico tirado pelos caras é dos mais divertidos. Aposto que aparecerá em muitas listas dos melhores do ano.

 Recomendação imperdível para fãs de HYPERDONTIA (DIN/TUR), UNDERGANG (DIN), DEMILICH (FIN), RIPPIKOULU (FIN), AUTOPSY (EUA), CRUCIAMENTUM (GBR), FETID (EUA), CEREBRAL ROT (EUA).

 Tracklist a seguir, duração total de 33:40 minutos:

1 – “Disgorged Chunks of Life”

2 – “Immense Cerebral DeDecomposition”

3 – “Reduced to Liquified Mass”

4 – “Disembowelment (Draped in Gore)”

5 – “Premature Entombment”

6 – “Septic Phlegm Asphyxia”

7 – “Amorphous Transmutations”

8 – “Spewing Mephitic Putridity”

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