CD/EP/LP

CREEPING FEAR – Hategod Triumph (2021)

CREEPING FEAR (França)
“Hategod Triumph” – CD 2021
Dolorem Records – Importado
9,5/10

A cena francesa tem se destacado bastante nos últimos anos com o surgimento de muitas bandas extremas, principalmente dentro do black metal, mas o CREEPING FEAR quebra essa constante e apesar de não ser tão nova assim (foi formada em 2010) a banda lançou agora em 2021 um álbum que é algo a se respeitar e um dos melhores do ano até agora. “Hategod Triumph” é uma lição de como se fazer um brutal death metal maligno e com referências matadoras de uma musicalidade mais old school. Quando imagino em referências musicais para situar o que esses franceses fazem em termos de brutalidade eu consigo pensar em nomes como Hypocrisy (dois primeiros álbuns), Vomitory, Monstrosity, Baest e até mesmo Suffocation.

A música deles flerta com o black metal muito mais em termos de climas do que realmente nas estruturas. É uma sonoridade duríssima, não é um som gracioso. É ríspido, mas executado com maestria. Você pode encontrar em uma mesma música a brutalidade de um Suffocation, o peso de um Deicide e o groove (não confunda com bases alegres) de algo que lembre o velho thrash, mas tudo diluido de forma que não há como ficar apontando que é isso ou aquilo. Musicalmente o CREEPING FEAR é uma máquina bem azeitada de criação e execução de um metal da morte que não pensa em deixar sobreviventes. Essa mistura de tonalidades musicais é a chave para um álbum realmente poderoso, que começa pela arte da capa, uma ilustração belíssima de Girardi.

O álbum traz oito composições que se iniciam com “Collapse”, que foge à regra e tem um início mais climático. Ela não tenta mostrar logo de cara que é brutal, mas É e isso acontece logo em seguida. “Hate Crush Consume” é mais brutal e seca. Os riffs são matadores, assim como as linhas de bateria. A terceira faixa “Deceitful Tongues” é mais complexa, mesmo quando usa de um andamento mais cadenciado. O peso em alguns momentos é quase palpável. A faixa título “Hategod Triumph” começa contida e pesada, o que é uma isca apenas, para logo em seguida explodir em brutalidade pura. Aqui há um pouco do black metal que citei. Basta imaginar vocais rasgados. Não há dúvida que aqui o termo velocidade foi utilizado em sentido literal.

Destacaria ainda as faixas “Wearing the Skin of the Wicked” que tem uma pegada meio Cannibal Corpse e é matadora; o peso descomunal de “Summoned in Hellsfire´s Blood” e finalmente a faixa que encerra o álbum, “From Wombs to Battlefield”, uma música nervosa e que traz elementos thrash metal em seus riffs. A produção de “Hategod Triumph” é excelente e evidencia as qualidades e a técnica da banda, sem falar que as músicas em si são um deleite para qualquer fã de música extrema. Quem sabe não podemos ter uma versão nacional desse álbum saindo por aqui ? Os selos brasileiros tem surpreendido com tantos lançamentos em solo nacional. Ficar na torcida.

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