CD/EP/LP

CONJURETH – Majestic Dissolve (2021)

CONJURETH (Estados Unidos)
“Majestic Dissolve” – CD 2021
Memento Mori/ Rotted Life Records – Importado
8,5/10

O CONJURETH é uma banda recente de Death Metal old school, formada em San Diego, Califórnia, porém seus integrantes são músicos com currículos respeitáveis. Especialmente o guitarrista e vocal “Wayne Sarantopoulos”, membro do ENCOFFINATION e com passagens por GHOULGOTHA, DECREPITAPH e FATHER BEFOULED, mencionando só as principais. 

 No ano passado, houve o lançamento independente de duas Demos, e da compilação que as reúne num único material (oito músicas no total), sendo estes os seus primeiros registros oficiais. As Demos renderam boas resenhas no underground, gerando forte expectativa pelo primeiro álbum de estúdio dos californianos.

 O selo espanhol “Memento Mori” adicionou a banda ao seu cartel, e no início dessa semana saiu o álbum “Majestic Dissolve”, com os CDs a cargo dos espanhóis, e em vinil e cassete via selo norte-americano “Rotted Life Records”, além dos formatos digitais.  

 A experiência de ouvir o trabalho é gratificante, os integrantes demonstram enorme familiaridade com o Death Metal da velha escola, e sua admiração e respeito pelas tradições estão nitidamente estampados ao longo das dez faixas, e na exuberante arte da capa, totalmente raiz, desenvolvida pelo armênio “Mark Erskine”.

 Sabe-se que a escola norte-americana é uma das mais influentes e bem-sucedidas do estilo, e o CONJURETH apoia-se firmemente nessa fundação, enquanto permite-se, também, absorver o que há de melhor em termos de influência das duas outras magníficas academias europeias, Suécia e Finlândia (que formam, juntas dos Estados Unidos, na minha humilde opinião, a trindade maldita essencial do Death Metal. A Inglaterra que me perdoe).

 A união dessas influências pode ser notada de ponta a ponta, em execução elegante e técnica. Como por exemplo, na segunda faixa “Possession Psychosis”, onde os vocais oscilam entre o gutural e os urros mais agudos e desesperados, a percussão brutal, implacável, colocada bem à frente no mix (bom trabalho de produção, mas eu gostaria de ouvir o baixo com maior destaque) e um festival de riffs majestosos, infestados de perversidade e morbidez, que trazem consigo a linha melódica sutil e efetiva desenvolvida pelos escandinavos entre o final dos anos 80 e início dos 90.

 “Mutilated Spirits” soa como uma ode à destruição e ao caos, alguns dos riffs mais impactantes e memoráveis da obra estão aqui, faixa supercompacta que roda abaixo dos três minutos, mas que contém o poder de aniquilação de um artefato nuclear. “An Occult Mosaic” é outra espetacular, que oprime e agride com intensidade atroz, e deixa o headbanger ávido por mais, ao término dos seus letais três minutos.

 Durante as passagens e segmentos mais cadenciados, a banda mantém o peso excruciante intacto, como na derradeira “The Unworshipped”, som que conta com um trampo foda de guitarras, incluindo um solo matador, daqueles que remetem de imediato aos anos noventa.  

 Em suma, excelente disco de estreia do CONJURETH, um autêntico presente aos fãs do tradicional metal da morte e do metal extremo em geral. Há certa semelhança com o bom “Evil Reaping Death” do HEXORCIST, também desse ano, porém em “Majestic Dissolve” temos um som menos reto, com mais alternativas, ligeiramente mais polido e mais centrado no Death Metal propriamente dito.

 Se você curte clássicos como DEICIDE (EUA), MORBID ANGEL (EUA), DISMEMBER (SUE), DEMILICH (FIN) e bandas contemporâneas certeiras como DEAD CONGREGATION (GRE), FATHER BEFOULED (EUA) e FUNEBRARUM (EUA), a obra do CONJURETH certamente será sua praia.

 Tracklist abaixo, tempo total de duração 37:04 minutos:

1 – “Wet Flesh Vortex”

2 – “Possession Psychosis”

3 – “Resintegrate”

4 – “A Terror Sacrifice”

5 – “Mutilated Spirits”

6 – “Black Fire Confessions”

7 – “The Silent Hangings”

8 – “Sorcery Arts”

9 – “An Occult Mosaic”

10 – “The Unworshipped”

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