CD/EP/LP

CAMBION – Conflagrate the Celestial Refugium (2021)

CAMBION (Estados Unidos/Alemanha)
“Conflagrate the Celestial Refugium” – CD 2021
Lavadome Productions – Importado
9,5/10

Ok, vamos lá. Realmente tenho que admitir que a capa desse álbum é bem feinha. Não seria um álbum que eu compraria baseado na arte, mas com certeza eu iria me arrepender pelo resto da vida de não ter ouvido esse álbum antes caso apenas o ignorasse. O CAMBION é um projeto internacional que une membros e ex-membros de bandas como Wrath, Reign of Terror, Pyre, Hate Eternal, Oceano, entre outras. Essa experiência simplesmente criou aqui uma bomba metálica de proporções apocalípticas.

“Conflagrate the Celestial Refugium” é o debut álbum da banda, que foi formada em 2013 e já conta com uma demo tape, “Unfold Chaos Supreme” e um EP “Scourge of Power”, lançado em 2017. O CAMBION oferece aqui um dos álbuns que talvez seja o mais selvagem disco lançado esse ano. Não é apenas uma questão de brutalidade, é algo a mais. A sonoridade é bem americana, algo que transita facilmente entre o Angel Corpse e o death metal tradicional da Flórida (principalmente nas partes mais lentas e pesadas). Em vários momentos os riffs estão em um nível de insanidade e rispidez tamanhos que é como estar sendo retralhado em pedaços. Isso é evidente na rapidíssima “Cambion”.

A faixa título, “Conflagration the Celestial Refugium”, que abre o álbum é outra composição que dá um recado brutal. Não há introduções nem barulhos de vento criando o clima. Ao primeiro segundo de música os seus tímpanos já são rasgados. Os riffs são definitivamente o ponto forte desse material juntamente com o trabalho monstruoso do baterista Chason Westmoreland. Máquina é uma boa palavra para definir o que esse cara faz atrás do seu kit. Uma das faixas mais energéticas do álbum é “Cities of Brass” e uma das que tem forte influência do Angel Corpse. Há momentos mais quebrados que são uma pausa necessária ao massacre cometido nessa faixa. É caos puro.


“Eiton Euclarion” é uma música extremamente brutal e em alguns momentos as guitarras tem algo do Krisiun. Faixa mais técnicas em vários níveis. O trampo das seis cordas em “Impact Steel” é além da compreensão. Música poderosíssima. Outra candidata às melhores do álbum é a faixa “Fatalitism”, que começa mais cadenciada (com uma performance surreal do batera) para apenas liberar as bestas no campo de batalha. Perfeita combinação entre velocidade e peso. Os pouco mais de 38 minutos desse debut são finalizados com a longa “Obscuratio”, que em seus quase dez minutos mostra um lado mais climático da banda. Mas o fato de não ser uma música ão brutal quanto as demais não a faz menos extrema. Ouça prestando atenção aos detalhes. Você percebe imediatamente que os caras envolvidos nisso são realmente monstros em seus instrumentos. Seria um trabalho muito interessante de ser lançado em solo nacional.

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