“Deathiah Manifesto” – Data de Lançamento 18/02/2022
Odium Records (Polônia) – Importado
8,5/10
A “Odium Records” é a gravadora de propriedade do “Shadow”, vocal e baixista do BLACK ALTAR. O selo está ativo desde 1997, é voltado integralmente ao Black Metal, e opera atualmente a partir de Londres (GBR).
A data de hoje marca o lançamento do Split “Deathiah Manifesto”, envolvendo duas bandas veteranas (criadas nos anos 90) e membros do rol do selo: a própria BLACK ALTAR da Polônia, e a norueguesa VULTURE LORD.
São oito faixas no total, sendo que a primeira metade corresponde aos poloneses. A “Intro” do BLACK ALTAR tem exatos dois minutos, e soa ameaçadora, com teclados e efeitos sonoros pesados e cantos blasfemos, entoados por vozes masculinas e femininas, rendendo uma atmosfera efetivamente diabólica.
“Sacrilegious Congregation” é excepcional exemplo do Black Metal da velha escola polonesa ortodoxa, com sonoridade crua e direta, utilização restrita e cuidadosa das melodias e uma permanente aura pagã e herética. Faixa de ótimas guitarras e percussão, vocalizações perfeitas de “Shadow” e momentos memoráveis (como a partir dos 3:20 minutos).
“Nyx” soa ainda mais agressiva e pungente, mas a desaceleração na metade da faixa rende ótimos frutos, principalmente pelo refrão foda e as guitarras e baixo, alternando timbres e efeitos e gerando uma atmosfera macabra e viciante.
Após apenas duas músicas propriamente ditas, já temos a curta “Outro”, que finaliza a primeira parte do Split. Mais uma vez, clima satânico, efeitos sonoros e algo como uma oração sendo entoada.
Entram em cena os noruegueses do VULTURE LORD, que intitulam o seu som como “Black Deathrashing Metal”. A banda tem membros com passagens por nomes como BEASTCRAFT, URGEHAL, SHINING (SUE), CRAFT (SUE) e CARPATHIAN FOREST.
Sua participação no Play se inicia com “Dominios of Death”, e dá pra dizer logo de cara que o som é um legítimo Black Thrash, agressivo, venenoso e muito bem executado, com guitarras super afiadas e temática 100% anticristã.
“Hark! The Hymns of War” é um hino de convocação à guerra contra a cristandade e demais religiões organizadas, que oscila legal entre as partes mais velozes e em midtempo, provocativa e cativante. Essa rolou no repeat por aqui, foda demais.
“Bloodstained Ritualknives” é brutalmente veloz e lo-fi, como um Death/Thrash deturpado e mortalmente contaminado com a peste negra que devorou a Europa na Idade Média. Pura insanidade.
“Usurper, Thy Name is Death” a faixa é Atmosférica/Dungeon Synth de efeitos sintetizados pesados e obscuros, criando uma ambientação nefasta e horrenda. Ao final, uma brilhante citação do personagem “Prospero” sob a voz do grande “Vincent Price” no clássico filme “The Masque of the Red Death” de 1964 (lançado em português com o título A Máscara Mortal): “Can you look around this world and believe in the goodness of a god who rules it? Famine, Pestilence, War, Disease and Death! They rule this world” ou em tradução livre: “Você consegue olhar ao redor deste mundo e acreditar na bondade de um deus que o governa? Fome, Peste, Guerra, Doenças e Morte! Eles governam este mundo”. Encerramento épico.
Excelente Split unindo poloneses e noruegueses. Se é que dá pra apontar um defeito, é a duração curta, abaixo de vinte e oito minutos. Uma música a mais do BLACK ALTAR teria sido incrível. De resto, metal extremo verdadeiro de alto nível, e totalmente à prova de posers. Ah sim, e a arte de capa old school do indonésio “Jenglot Hitam” é fodona. Para fãs de INFERNAL WAR (POL), BESATT (POL), as fases iniciais de NORTH (POL) e GRAVELAND (POL), URGEHAL (NOR), AURA NOIR (NOR), DEATHHAMMER (NOR) e NEKROMANTHEON (NOR).
Tracklist abaixo, com duração total de 27:30 minutos:
1 – “Black Altar – Intro”
2 – “Black Altar – Sacrilegious Congregation”
3 – “Black Altar – Nyx”
4 – “Black Altar – Outro”
5 – “Vulture Lord – Dominios of Death”
6 – “Vulture Lord – Hark! The Hymns of War”
7 – “Vulture Lord – Bloodstained Ritualknives”
8 – “Vulture Lord – Usurper, Thy Name is Death”
