Lançado mundialmente há cinco dias atrás, “Worship the Eternal Darkness” traz o cultuado ARCHGOAT fazendo o que ele sabe de melhor: criando uma música nojenta, suja, brutal e sem nenhuma maquiagem. Tendo sido criado em 1989, esses finlandeses não precisam de apresentações prolongadas, já que são um dos nomes mais tradicionais da música extrema mundial. Após três anos desde o lançamento de “The Luciferian Crown”, esse novo trabalho me mostrou um ARCHGOAT muito mais coeso e consciente de suas capacidades.
A banda não poliu sua música, pelo contrário, mas é perceptível que a execução das músicas se tornou como um relógio e a produção, ainda que com a cara do underground, está pesada e bem definida. Um black death sem meias palavras que está unindo partes mais brutais e momentos mais cadenciados, até mesmo com o uso de alguns solos e temas de guitarra que mostram um outro lado do grupo, o que achei que somou ainda mais à qualidade desse álbum.
O álbum começa com uma curta intro, mas é quando “Heavens Ablaze” começa que o inferno vem abaixo, com demônios fugindo e gritando histéricos. O chicote estala alto nessa faixa e não foge um segundo da tradição da sonoridade do black death que bandas como o ARCHGOAT produzem tão bem. Há alguns momentos mais climão, mas a maior parte do tempo é tapa na orelha sem dó. Na mesma linha vem “Black Womb Gnosis”, que faz uso de uns tecladinhos marotos no início para criar o “feeling” maldito. A segunda metade da música tem partes mais tétricas que ficaram foda, carregadas com uma dose cavalar de energia negativa.
Umas das composições mais poderosas do álbum é “All Christianity Ends”, que é quase ritualística em sua execução e me lembrou um pouco o som hipnótico criado pelo Inquisition em seus álbuns antigos. Os vocais aqui soam perfeitos. O massacre continua com a bestial “In Extremis Nazarene”, um verdadeiro soco na cara com mudanças de tempo muito boas. Um dos melhores títulos do álbum vem com “Rats Pray God” e aqui temos uma música que mistura black metal, punk e o Bathory do primeiro álbum. Para mim a melhor música do álbum. O riff principal é incendiário e o uso do teclado na segunda metade da música soa hipnótico. Faixa com padrão de qualidade ISO666 em todos os círculos infernais.
Mais violência sonora é oferecida gratuitamente nas faixas “Empyrean Armageddon”, “Blessed in the Light of Lucifer”, “Worship the Eternal Darkness” e “Burial of Creation”, tendo essa última como representante das melhores do álbum também. Aqui a velocidade cede lugar ao peso e a um andamento mais cadenciado, mas não menos poderoso. Não tenho dúvidas que esse álbum já pode ser colocado como um dos melhores que a banda já lançou. A formação está absolutamente entrosada, as músicas são incríveis e toda a aura obscura da banda continua intacta. A boa notícia é que a gravadora brasileira Mindscrape Music anunciou o lançamento da versão nacional desse novo trabalho para o dia 25 de Dezembro, um belo tributo a esse dia de celebração “cristã”. Nada melhor que uma celebração à violência, anti cristianismo e caos.
A pré-venda da edição nacional já está disponível: