Jovem, mas ciente do tamanho e do poder de sua artilharia sonora. O GRAND HARVEST vem diretamente da Suécia e com pouco mais de 5 anos de existência já chega ao seu primeiro full-lenght “Consummatum Est”. Os anos passados são divididos entre uma excelente demo lançada em 2018; um ao vivo de 2020 chamado “Vesperae Laesae Maiestatis Coronae” e dois singles: “Fatehammer” e “No Paler a Horse” — lançados em janeiro e fevereiro desse ano.
A sonoridade elaborada pelo quinteto é um Death/Doom Metal poderosíssimo, fortalecido por grandes porções de Black Metal e complementado por atmosferas e inserções melódicas pontuais. A produção de sua estreia é excelente — equilibrada como manda a regra e potente como exigem os gêneros que eles amalgamam. A mixagem e masterização selam a qualidade do trabalho realizado em estúdio; cujos méritos são de Tore Stjerna (Majestic Downfall, Dødsfall, Mayhem, Vanhelgd, Watain). Adornando magnificamente o petardo temos o bom gosto do ilustrador alemão Chris Kiesling (Misanthropic-Art).
O repertório é composto por 09 composições divididas em 50 minutos — um bom tempo se considerarmos que atualmente as bandas optam por preencher cada segundo de seus lançamentos com prelúdios, interlúdios e poslúdios que pouco ou nada agregam. Aqui, temos apenas um trecho narrado —, “In Memoriam — Magnus Invictus”, cujos 27 segundos de duração nos conduzem para a épica e sinistra faixa título.
Sem momentos de fragilidade e abrindo o play com força total chega “Sol Maledictor”. Faixa absurdamente poderosa! Guitarras impiedosas, bateria em velocidade média e os vocais versáteis/assombrosos de Dr. Häll. “The Harrow” sobe ainda mais nível — e soa como algo que o falecido Necros Christos faria ou talvez o Vanhelgd. O curto solo é absurdamente brilhante. Sem pausas para tomar folego e tome mais Blackened Death/Doom com a fantástica “No Paler a Horse” e sua sucessora, a profana “As the Vultures Descend”.
Os demais destaques ficam para “Crowns To Ashes — Thrones To Dust” e sua dose extra de agressão; “My Desolate Sea” (outro momento sublime do trabalho), cujas rupturas atmosféricas e os diversos estilos vocais são incríveis; para a troncuda e melódica “Fatehammer” e para faixa título “Consummatum Est”. Essa faixa é a síntese da habilidade do GRAND HARVEST. Todos os elementos e dinamismos distribuídos ao longo do álbum são revisitados nela: os riffs poderosos, o intercalar de velocidades da bateria, a performance alucinante do vocalista e a atmosfera decadente/punitiva. Música tão magistral quanto devastadora.
Registro sólido, coeso e habilmente construído tanto na parte sonora quanto na lírica — as letras de Dr. Häll são fantásticas e um tanto complexas, pois, versam sobre temas como misantropia e luciferianismo. Aos entendidos em tais assuntos, um prato cheio. Todas as composições se destacam e quando ouvidas de forma sequenciada elas soam ainda melhores. Altamente indicado aos fãs de Necros Christos, Vanhelgd, 1914, Bolt Thrower, Asphyx e similares. Se você aprecia um Death/Doom Metal sombrio e profano com toda certeza apreciará o GRAND HARVEST.
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