CD/EP/LP

DARKTHRONE – Eternal Hails (CD 2021)

DARKTHRONE (Noruega)
“Eternal Hails” – CD 2021
Peaceville Records – Importado
6,5/10

O lançamento de um novo álbum do lendário DARKTHRONE é sempre motivo de emoções à flor da pela. Os mais xiitas amam tudo que os caras lançam, outros xingam cada álbum sempre esperando o lançamento de um novo “A Blaze In the Northern Sky”, mas a verdade é que esses caras conseguem manter a banda em evidência e criando música como eles querem ano após ano, desde fins dos anos 80, quando a banda foi criada.


“Eternal Hails…” foi anunciado meio de susto meses atrás, já que quase nenhuma informação havia sido liberada para a imprensa a respeito da banda estar gravando um novo material. O primeiro single foi a longa “Hate Cloak” que mais uma vez causou reboliço. Alguns amaram, outros detestaram. Eu, particularmente, achei uma música um tanto burocrática e nem consegui ouvir muito por isso. Esperar o lançamento do álbum era o certo a fazer. Eis que finalmente “Eternal Hails…” chega às minhas mãos e ao ouvir o álbum algumas vezes a sensação é de que esse é o trabalho mais sem inspiração que o DARKTHRONE já gravou.

Sei que essa resenha irá causar o ódio de muitos e sinceramente isso é irrelevante. A banda tomou uma decisão de criar músicas muito longas e investir em uma pegada mais cadenciada, contida e com riffs simples, mas que não transmitem nenhuma emoção. Acho que aí está o problema de “Eternal Hails…” como álbum. Eu não consigo sentir essas músicas. Não tem energia alguma emanando delas. São cinco enorme faixas que trazem influências diversas, mas que ao meu ver, não se comunicam, apenas estão ali, cumprindo um papel de completar o tracklist do “novo álbum do DARKTHRONE”. Convenhamos que isso é muito pouco para uma banda como essa.

Não sou o tipo da fã que esperar que as bandas recriem os seus maiores clássico, longe disso, até porque sei que o tempo passa, as pessoas mudam, visões e influências se alteram. Mas eu SEMPRE espero em qualquer banda que a música fale algo com o ouvinte, seja de forma positiva ou negativa, mas ao ouvir esse álbum a sensação é agridoce. Existem bom momentos em todas as músicas, mas eles não conseguem criar a empatia que procuro ao ouvir qualquer álbum de metal. O fato de a banda crias músicas tão grandes criou a impressão que não são apenas cinco faixas, mas um retalho de muito mais músicas que foram unidas.

Gostei até da faixa de abertura “His Masters Voice”, que traz uma pegada com forte fedor de Venom. Não chega a ser aquela sonoridade mais punk de outros álbuns, mas é uma faixa mais incisiva e com bons riffs. “Hate Cloak” já havia ouvido e a impressão sobre ela não se altera. Longa música e longos minutos esperando que algo realmente aconteça, mas ela apenas passa com poucos momentos de maior interesse. Algumas partes de “Wake of the Awakened” são muito boas e criam uma atmosfera mais black metal, mais obscura. “Voyage to a Northpole Adrift” é a maior música, marcando 10 minutos e 1 segundo. Ok.

A última faixa é “Lost Arcane City of Uppkra” que tem algo de Celtic Frost aqui e ali e faz a sua parte para fechar o álbum. A coisa que eu realmente curti foi a capa, que de certo modo me traz à mente a capa do primeiro álbum da banda, o inigualável “Soulside Journey”. Realmente “Eternal Hails…” é um álbum que não convence, com muitos altos e baixos. Em meio a tantos lançamentos matadores, o DARKTHRONE passará o longe. Talvez em alguns anos eu possa ouvir esse trabalho novamente e mudar de opinião, como já fiz com tantos outros álbuns e bandas, mas no momento….

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