LANÇAMENTO NO BRASIL: Abril/2021
Em meio a uma enxurrada de bandas com sonoridades dissonantes ou que soem como death metal sueco (nada contra nenhuma das duas pegadas, mas tudo em excesso…) é muito bom ouvir álbuns esmagadores como esse “Necro Sapiens” dos dinamarqueses do BAEST. Os caras simplesmente entregam aqui um dos grandes álbuns de 2021.
O som deles mistura de forma contundente influências do death metal americano e europeu, criando músicas que realmente impactam o ouvinte. Influências essas que passam por bandas como Morbid Angel, Brutality, Monstrosity, Vomitory, entre outras, e que oferecem músicas como “Genesis”, que se inicia mais pesada, climática e com algo de melodia, mas se torna um martelo batendo impiedosamente em uma bigorna. O que mais me chamou a atenção é a qualidade musical de composição que faz parte desse álbum. Há muita técnica e um certo grau de complexidade envolvida, mas também há muito peso e melodia, mudanças de andamentos, velocidade e riffs atmosféricos.
Enfim, o BAEST não é uma banda de death metal limitada, isso nem de longe. Há até mesmo pequenos momentos de groove, mas não se preocupem que não se trata de algo moderno e desconectado do contexto geral. Aparecem, cumprem seu papel e seguem seu rumo. A faixa título é aquela música que no show um mar de cabelos se forma. Rifferama desgraçada e torcicolo garantidos. Sinto aqui uma atmosfera Bolt Thoweriana ? Ah, foda-se… música perfeita. Outra faixa que faz valer cada centavo cobrado por esse álbum é “Abattoir”. Que início matador, com a bateria mandando um dois bumbos e o som vem crescendo para um riff foda.
O trabalho de bateria nessa faixa é realmente excelente, preenchendo cada espaço e sem soar chato ou pretensioso. Na mesma linha vem as pedradas intituladas “Goregasm” (uma faixa que me lembrou muito o death metal da Flórida), “Towers of Suffocation”, que traz um pouco mais de brutalidade e alguns solos insanos, uma música definitivamente que te acerta na cara. Já “Purification Through Mutilation” invoca os demônios e o anjos mórbidos e destroi com uma das (senão a melhor) música desse álbum. Técnica, brutalidade, peso… pacote completo.
A desgraça é liberada pelo início de “Meathook Massacre”… hahhaha Pancadaria nível hard desde o primeiro segundo de música. Os riffs aqui são afiados e irão perfurar seu canal auditivo, causando sangramentos e possível surdez caso sua referência musical seja apenas o mainstream cheiroso e falsificado. O álbum finaliza com “Sea of Vomit”, que fecha de forma perfeita um álbum daqueles de ser ter na estante e falando em ter na estante, enquanto escrevia a resenha fui contatado e informado que esse álbum sairá no Brasil pela Xaninho Discos no mês que vem, então já prepare a grana e os ouvidos, que o BAEST vai invadir o cenário brasileiro com o seu death metal. Já na espera !