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FRAGMENTING TOUR BRASIL 2025 – Skeletal Remains (USA), Nervochaos e Oath Persistence – Florianópolis/SC 23/05/2025

Skeletal Remains (U.S.A.) Nervochaos (São Paulo) Oath Persistence (Porto Belo-SC)

Local – Célula Showcase/Florianópolis-SC

Data- 23/05/2023

Fotos By- – Walter Bacckus 

A Tumba Produções, através do Big Boss e do visionário Edu Lane, está fazendo alegria aos metalheads brasileiros. Desta vez, trouxe os americanos do Skeletal Remains para o Sul do Brasil com sua “Fragmenting Tour Brasil 2025”, juntamente com os brasileiros do Nervochaos, devastando e destruindo as cidades que estão passando com o mais puro e maligno metal extremo. A turnê teve duas datas em Santa Catarina. Em Jaraguá do Sul, no Sinner ‘s Pub e na capital, Desterro, e outras datas nas cidades paranaenses, em Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e em Londrina. E encerram a turnê no Brasil com datas na capital paulista e no interior de São Paulo. O show em Florianópolis aconteceu no Célula Showcase.

Mas antes de escrever uma resenha do programa, quero contar um pouco da história do bar. O Célula foi criado pelo nosso querido Gastão Moreira, o lendário apresentador do saudoso Fúria Metal na MTV Brasil. Gastão apresentou muitos videoclipes e bandas de metal para a geração dos anos 90 que cresceu assistindo ao Fúria Metal, numa época em que o acesso ao heavy metal era difícil. Ele morou em Florianópolis por um tempo, se não me engano de 2005 a 2009 ou 2010. Naquela época, ele tinha um programa de rádio chamado Gasômetro, que ia ao ar todos os sábados em uma rádio local e era transmitido para Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Quando voltou para a capital paulista nos deixou esta casa na ilha da magia e o Célula Showcase é referência de cultura e música na capital catarinense desde então.

Cheguei ao Célula Showcase bem cedo e tive o prazer de assistir à passagem de som dos americanos. Tenho que agradecer à produção do evento por me permitir curtir aquele momento tão bom e tranquilo.

Um bom público compareceu ao evento para apoiar as bandas. A noite começou com o Oath Persistence, banda de Porto Belo, litoral norte de Santa Catarina. Christopher Abel, no vocal e guitarra, Diogo Maróstica, no baterista, e o novo integrante Rudi Vetter, no baixo, deram um show insano, brutal, extremo e técnico! Eles tocaram faixas do álbum “Fear Of The Unknown”, de 2024, e o público curtiu bastante! 

A próxima banda a subir ao palco foi a Nervochaos, de São Paulo. E eles arrasaram! Que show incrível! Confesso que nunca tinha me aprofundado muito no trabalho deles e já tinha visto muitos shows deles em Santa Catarina. Nos dois últimos shows aqui, prestei mais atenção na performance deles, em cada detalhe da postura e como são excelentes músicos no palco, e a banda realmente se tornou uma banda diferente para mim. Aliás, graças às plataformas de streaming, pude pesquisar e ouvir o trabalho deles com mais atenção, e fiquei surpreso. Principalmente os trabalhos mais recentes! O show dos caras foi realmente nervoso e caótico! É engraçado que eles não tocaram nenhuma faixa do último álbum deles, “Chthonic Whrath”, de 2024. Sob uma luz vermelha, os músicos aparecem no palco e tocam uma introdução macabra, e então mandam: “Necroccult” e “Demonic Juggernaut”. Duas faixas matadoras. A primeira música é um Death Metal mais rítmico e elaborado, e a segunda é mais direta, com riffs violentos e poderosos! E eles continuam com “Ritualistic” e as já clássicas “Pazuzu Is Here”, “Total Death” e “Dragged To Hell”. O show é realmente nervoso. Riffs brutais e rápidos, com vocais cavernosos. Os caçadores da meia-noite continuam detonando: “Feast Of Cain”, com uma pegada mais Thrash Metal, e continuam com “Shadows Of Destruction” e “Mark Of The Beast”.

A banda trouxe o caos para a pista, com a plateia abrindo rodas e o lugar virou  um pandemônio. Tudo que é bom chega ao fim e chegamos à parte final do show com, “For Passion Not Fashion” e “Moloch Rise”. A banda entrega um show insano com músicos que tocam com fúria, muito pesado e bem tocado. Guitarras com bases e riffs marcantes, um baixo estridente e a bateria de Edu Lane soam como um trem descarrilado, mantendo toda a velocidade e insanidade que as músicas exigem. O Nervochaos é uma mistura perfeita de Death/Black Metal, violento e com a luz vermelha no palco criou uma atmosfera ainda mais infernal. O Nervochaos é talvez a banda brasileira que mais excursiona pelo Brasil e pelo mundo, levando o Metal Extremo Brasileiro em turnês por todo o mundo.

Os caras têm experiência e sabem como comandar uma horda de loucos por Death Metal e deixaram seus fãs felizes. A banda chama a plateia para um moshpit, já que esta era a última música da noite, e eles gritam: “To The Death”, e a plateia enlouquece um moshpit e headbanging insanos em frente ao palco. Show matador! A banda recebeu muitos aplausos e o baterista chamou a plateia para tirar a tradicional foto da banda com o público ao fundo!

Quem realmente vive a cena underground e cai na estrada para compartilhar sua música e sua história com o público, faz a cena underground realmente ganhar vida; não precisa entrar em podcasts no YouTube falando mal da cena. Não importa se a banda tem 30 anos ou mais, mas metade desses anos eles ficaram inativos, hibernando no ostracismo e, quando voltam para o underground, só sabem criticar quem realmente vive a cena. Como diz aquele apresentador brasileiro, aliás, ele era muito chato. Quem sabe faz ao vivo! 

Na ilha da magia, o público presente no Célula Showcase estava ansioso e grudado no palco, aguardando a próxima devastação que encerraria a noite de sexta-feira. E os americanos do Skeletal Remains não deixaram pedra sobre pedra, com seu Death Metal visceral e mortal! Cris Monroy, vocal e guitarra, Mario Salcedo, guitarra, Andrews Bowen, baixo e Ruston Grosse, bateria, entraram no palco, o público presente grudado na grade e a devastação foi total!

A banda priorizou músicas do seu último lançamento, o aclamado “Fragments of the Ageless”, de 2024. Os americanos tocaram cinco faixas deste poderoso álbum: “Void of Despair”, “Relentless Appetite”, “To Conquer The Devout”, “Evocation…Rebirth”e “Unmerciful”. O que ouvimos e presenciamos ali no palco foi uma banda matadora que se apresentou com muita habilidade, técnica, muito peso e um Death Metal old school furioso e destruidor!

O som dos americanos é influenciado pelos mestres do Morbid Angel, Hate Eternal e do grandioso Death. Mas sempre gosto de ressaltar: São influências que agregam ao som da banda e, de fato, a banda tem características próprias e um som único.

A banda estava muito à vontade no palco, principalmente o baterista Ruston Grosse, o cara é uma máquina devastadora, martelando sua bateria com muita fúria e uma técnica absurda! O cara é uma figura, gente boa! Ele bate nas peles e nos pratos, sem dó nem piedade, e tudo isso com um sorriso no rosto, fazendo caras e bocas! E os outros integrantes não ficam atrás, tocando seus instrumentos com muita técnica e maestria. Riffs de guitarra furiosos, técnica apurada, vocais insanos e grotescos. Um baixo pesado apoiando a banda deixando o público em transe, uma atmosfera densa e mórbido.

Eles também tocaram “Devouring Mortality”, música que dá nome ao álbum de 2018, e “Tombs Of Chaos”, do álbum de 2020, “The Entombment Of Chaos”. Eles encerraram a noite emocionando a todos com uma ótima apresentação de metal extremo, e o público apoiou os americanos do início ao fim, com muitas rodas e batendo cabeça em frente ao palco. Os fãs estavam loucos e sedentos por caos e brutalidade, e o Skeletal Remains entregou um show de Death Metal insano para eles!

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