III Tyrant Metal Fest
Bandas: Axecuter / Hell Gun / Creatures / Ambush / Murdock
Cidade: Curitiba/PR
Local: Jhon Bull Pub
Data: 28 – 10 – 2022
No final de semana que aconteceria o segundo turno das eleições para presidente do Brasil, rolou a terceira edição do festival catarinense “Tyrant Metal Fest”, organizado pelo Álvaro Sant’Anna, na cidade de Curitiba. As duas primeiras edições aconteceram em Santa Catarina, estado em que o Álvaro reside. Para essa edição ele fechou uma parceria com o guitarrista/ vocalista Daniel Damnted e com o baterista Jefferson Verdani, também parceiro de Damnted na banda curitibana Axecuter.
Talvez pelo fato de o show ser na sexta-feira, e no domingo ter eleição, apareceu um pequeno público ao evento, e o que me chamou atenção e me deixou muito feliz, e esperançoso, com o futuro, é que os Metalheads que compareceram ao John Bull Pub era um público jovem e totalmente insano. Desse público presente, acredito que tinha umas 150 pessoas, dentro do recinto e no mínimo 90% deles eram predominantemente jovens. Quando digo jovens, quero dizer uma galera entre 17 e 25 anos. Inclusive, os músicos das bandas também em grande maioria nessa faixa. E nem o público e nem os músicos deixaram a desejar por serem novos. Pelo contrário, mostraram muita atitude e amor ao metal apresentado nesta noite.
Antes de comentar sobre as bandas preciso dizer algo aqui. Existe uma cena nova em Curitiba, fazendo bonito, e correndo atrás, fazendo as coisas acontecerem. Acredito que os guris do Murdeath começaram esse movimento e eles já foram taxados por muitos “Metalheads das antigas” de “Baby Metal”. Mas através deles, está rolando uma cena com muitas bandas que tocam Hard Rock, Heavy Speed Metal, e Heavy Metal Tradicional na capital paranaense. Com um visual que remete aquela cena do final dos anos 80 e início dos anos 90 que rolava na Sunset Strip.
Essas novas bandas, por terem músicos mais novos e antenados com a cena atual, estão trazendo ao metal um público mais jovem e sedento por Heavy Metal. O Metal precisa dessa nova geração e acima de tudo, que nós mais velhos, temos que abraçar e respeitar essa turma que está chegando agora.
Isto posto. Vamos aos shows das bandas.
Quem abriu a noite foram “os veteranos” do Axecuter. Banda da casa e como sempre fez um set matador ! Eu cheguei um pouco atrasado e eles já estavam na terceira música do show “Darkness in Botthes” e tome mais cacetadas “Dying Source”, Ritual Of Decibels”. Axecuter ao vivo é foda ! Jeff Verdani destruindo tudo no seu kit com muitas viradas e pedais duplos e com muita fúria na sua forma de tocar. Daniel com seu vocal que já é característico dele e que dá uma identidade própria aos curitibanos, solos, riffs e bases com muita fúria, e belas melodias de guitarras. Heavy Metal em estado puro ! Daniel agradece a força que o baixista Kevin Vieira, guitarrista da banda curitibana de Death / Thrash Metal “Exylle”, deu para a banda. Ele tirou o setlist dessa apresentação em uma semana e fez um show muito bom com a banda. Fechando o set com as já clássicas “Attack” e “Bangers Prevail”.
Agora era a vez de outra banda da bela cidade de Curitiba e que faz um matador Heavy Metal com algumas passagens daquele Thrash Metal da Bay Area dos anos 80, com belas melodias de guitarras, baixo pulsante e pesado, com algumas quebradas na bateria. A banda nasceu em 2013, apesar de ser uma banda relativamente nova e já tem no seu currículo um EP, “Southern Hell”, de 2015, e o Debut CD “kings of Beyond” de 2020.
Essa gurizada têm maturidade e atitude em cima de um palco de “gente grande”.
Os curitibanos da Hell Gun me surpreenderam. Matheus Luciano, (V) Lucas Licheski e Jean Fallas nas guitarras, Marlon Woicizack no baixo e Sidnei Dubiella na bateria. Fizeram um set matador, violento e empolgante. O Heavy Metal deles me fez lembrar de Savage Grace, Nuclear Assault nas partes mais rápidas e também do Agent Steel, principalmente pelo vocal de Matheus Luciano que tem algo do lendário vocalista John Cyriis. O Hell Gun tocou um set de 10 faixas. Abrindo com “The Abyss, Clockwork War, Kings Of Beyond, Pride To The Nations”. E que banda foda ao vivo. Os caras caminham ao lado do Heavy Metal e do Thrash Metal com fúria e peso. Aliando riffs e bases de guitarras poderosas. Como disse : músicos são jovens, mas sabem o que estão fazendo e com muita técnica e dedicação ao metal. Matheus Luciano apresenta a próxima música : Seventh Seal. Faixa que estará em breve no EP com os mineiros do Hellway Train. Continuando a pancadaria “Night Of The Necromancer”, “Revolution Blade”. Que banda matadora ao vivo. Músicas rápidas, agressivas e riffs e mais riffs, e os músicos agitam muito no palco e com muita energia e vigor jovem. Eles realmente gostam do que fazem e tocam. Fechando o set mais três faixas matadoras “Devil Dogs”, “Balrog’s Wrath” e “Sacrifice”. A banda saiu de cena muito aplaudida e fez uma ótima apresentação !
Ansiedade tomava conta do recinto e era muito aguardada a apresentação da banda curitibana Creatures, projeto do guitarrista Mateus Cantaleäno (Murdeath, ex – Evil Exorcist) e do vocalista Roberto “Bob” Scienza, que despertou em 2019 e já tem um Debut – CD lançado que leva o nome da banda. A banda subiu no palco e o público colou na grade e curtiu cada momento deste show grandioso.
Contando com Marc Hellway, vocalista da banda mineira Hellway Train como convidado, já que Roberto “Bob” não pode participar do show por motivos pessoais. No baixo, Luke D. Couto e na bateria Sidnei Dubiella, e nas guitarras o já citado Mateus.
Que show incrível ! É energia pura ! Os caras detonam um “Hard n Heavy” cheio de firulas e atitude. A banda abre o show com a faixa que tem um clip lançado no YouTube “Children of The Moon” e o público fica enlouquecido. E continuaram a destilar músicas e que não tem como não bater cabeça e viajar até os anos 80. “Heart Attack”, “Satan’s Finest” e trechos de “A Knife Intro My Heart, Dressed To Die” com “Burn”, clássico dos ingleses do Deep Purple. Simplesmente magnífico !
A gurizada possui uma grande capacidade de composição, onde o domínio técnico dos instrumentistas e a performance de Marc contagiou a todos ! Aliás, os Metalheads cantavam as letras, e sabiam cada solo e riffs de guitarras. O som do Creatures te leva aos tempos áureos de bandas como : Saxon, Judas Priest, Ratt, Motley Crue e o Kiss.
A performance da banda é insana no palco, é contagiante, não tem como destacar a performance de um ou outro músico. Todos em um nível absurdo. Fechando set “Nothing Lasts Forever. Solo + End of The Line e Lightning in My Eyes”. A banda fez um set que agradou a todos. Dever cumprido com muita competência.
Agora era vez dos suecos do Ambush pela segunda vez em solo curitibano. Eu os vi em Curitiba na primeira vez (2017 ou 2018) e não podia perder esse show. Já que sou um grande admirador do Heavy Metal executado por eles e os caras são muito gente boa e amável, com todos ! Assistiram no meio do público as apresentações das bandas que abriram para eles. E os cara fizeram um show foda !
Até porque as bandas nacionais que tocaram antes deles estavam em um nível altíssimo.
Oskar Jacobsson (V), Adam Hagelin e Olof Engkvist nas guitarras, Ludwig Sjöholm na bateria e Linus Fritzson no baixo. Com um visual bem anos 80 e com muito couro sobem no palco, o público vai à loucura ! Já inicia o set de forma avassaladora com a faixa “Infidel” faixa título de seu último trabalho de estúdio de 2020 e com as clássicas “Possessed By Evil” e “Firestorm”. Essa trinca metálica vai causar torcicolo nos insanos Metalheads que cantam e agitam muito com a banda. A dupla de guitarristas destila riffs poderosos, solos magníficos e belas melodias. O vocalista Oskar é um ótimo cantor, que não exagera e não enjoa. E comanda o seu público com muito carisma. E segue o show com as músicas : Master of The Seas, Rose Of The Dawn, Hending East e Hellbitter. Que noite memorável ! E com bandas que entregaram um show maravilhoso para os presentes. Os suecos estavam muito à vontade no palco e interagindo com seu público. Mais duas clássicas dessa “nova geração do Heavy Metal” contemporâneo:
“Desecrator e Natural Born Killers” numa perfeita influência de Saxon, Judas Priest, Accept e com uma pegada própria da banda.
Refrões matadores. Riffs agressivos e vocais épicos e agudos. Baixo que segura bem os graves e bateria matadora destruindo em viradas poderosas e pedais duplos destruidores ! E, fechando com chave de ouro a sua apresentação, os suecos mandaram a faixa “D’ont Shoot. ( Let Em Burn). Ambush fez alegria de todos os Metalheads e a banda deixou o palco ovacionada.
A última banda da noite foi a Murdock de Porto Belo, Santa Catarina. Mas por vários fatores eu não assisti o show deles. Depois de assistir ao shows de Axecuter, Hell Gun, Creatures e Ambush, acabou com minhas energias. Além de sair na quinta-feira do litoral catarinense até Curitiba e, algumas cervejas, bateu o cansaço.
O John Bull Pub é uma casa bem legal. Com banheiros limpos e organizados. Um bar que atendeu bem os clientes que estavam na casa.
Aparelhagem de som perfeita. O ponto negativo é o senhor que estava na portaria entregando a “comanda” para quem adentrava a casa, eu achei ele meio tosco e mal educado. Não sei se ele é gerente da casa ou funcionário. Mas faltou jogo de cintura com seus clientes. Foi uma noite muito boa e com muito Heavy Metal e Hard Rock, que deixou todos os amantes do metal muito felizes. Parabéns ao Daniel Damnted e Jeff Verdani pela correia, e por fazer tudo acontecer de uma forma legal para as bandas e os insanos Metalheads.