O VOID BELOW é uma grata surpresa vinda diretamente de Whitehaven — pequena cidade do distrito de úmbria, na Inglaterra. A banda é formada por Looke Norman (baixo), Brad Messenger (bateria), Kyle Jenkins (guitarra) e James Maxwell (guitarra e vocais). No início de maio eles lançaram o single “Ancient Deity” e logo em seguida, poucos dias depois, seu primeiro e autointitulado EP.
A sonoridade do quarteto transita entre o Death Metal Old School — ortodoxo como se deve e algo mais moderno e viscoso. Há uma certa e bem-vinda propensão ao Doom Metal que torna sua música ainda mais agradável e interessante. Dentro da abordagem vintage, adotada incessantemente por incontáveis bandas atuais — usada, abusada e reabusada, contudo, ao que compete ao VOID BELOW, percebe-se mais organicidade e espontaneidade, e não apenas tentativas de recriação.
O EP conta com uma produção robusta e esclarecida nos momentos certos — mantendo a aura clássica, mas ajustada à força que a atualidade possui. São apenas quatro composições enjauladas em pouco mais de 21 minutos. Sem suavizações e sem muito diálogo, apenas um peso esmagador, incontáveis momentos viscerais, riffs extremamente agressivos, solos precisos, mas doentios, algumas erupções de blast beats e alguns avanços enegrecidos, similares aos feitos do Soulburn e Vanhelgd. Talvez seja um equívoco meu, mas percebi também alguns traços de Sludge Metal.
A instrumental “Initium” abre o trabalho com muito suspense e obscuridade, preparando o terreno para toda profusão de impetuosidade e caos que será libertada nos temas seguintes. “The Inevitable” desencadeia a fúria sonora com muita propriedade. Os vocais, urrados (como é bom usar essa palavra, acredite, alguns sites censuram), são extremamente poderosos. As guitarras entregam riffs potentes e solos funcionais. A mudança de ritmo próxima ao fim é impagável! “Ancient Deity” é mais longa e por consequência, mais trabalhada. Avançando por entre os limites do Death/Doom e rompendo-se ao Death Metal em estado puro. Vale a audição no volume máximo.
“Collapse Ov Dominion” encerra o extended play com maestria e horror. Mais brutal que as anteriores, mas com as mesmas investidas. Absurdamente boa! O trecho de “In The Mouth Of Madness”, de John Carpenter, a deixa ainda melhor. Pequenos detalhes, grandes diferenças (eis o slogan). Estreia impactante do VOID BELOW. Espero que a banda tenha ambições e que elas se concretizem quanto antes num trabalho completo. Competência, sabedoria e capacidade eles têm com sobras. O Metal Da Morte agradece, o culto a Lovecraft também!
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