DATA DE LANÇAMENTO / RELEASE DATE: 27/05/2022
Já ouviu falar em Thaumogenesis? Uma descrição do significado: “Ritual ancestral envolvendo magia e/ou feitiçaria, por meio do qual seria possível ressuscitar alguém utilizando-se de um portal, unindo os mundos dos vivos e dos mortos, porém criando no processo uma força demoníaca que se vincula à alma, gerando o risco de materialização da entidade no plano existencial”.
É essa a vibe pesadíssima do quarto disco de estúdio do SHED THE SKIN, com lançamento mundial previsto para o final de maio, via “Hells Headbangers Records”. Os CDs saem no mês que vem, com as versões em vinil programadas para mais adiante.
A arte de capa ganhou uma ilustração estilizada retratando o capiroto e alta cúpula, trabalho de “Justin Meyers” da “Dark Art & Craft”, que, assim como a banda, é de Cleveland, Ohio (EUA).
Onze anos após sua formação, o SHED THE SKIN se posiciona como um nome consistente de Death Metal Old School norte-americano. Os quatro integrantes são veteranos do meio, e possuem em seus currículos passagens por bandas como INCANTATION, ACHERON, CRUCIFIED MORTALS, FAITHXTRACTOR, BLOOD OF CHRIST, PERDITION SECT e RINGWORM.
Em “Thaumogenesis”, a banda segue entregando bom e velho metal da morte, de veia satânica e à prova de modernidades. Sonoridade clássica para purista nenhum botar defeito. A produção ficou excelente, relativamente limpa e deixando as guitarras bem à frente. Ouvem-se todos os instrumentos com clareza, além dos vocais profundos e infernais de “Ash Thomas”.
O ritual de ressureição macabro se inicia com “Ingress – Thaumogenesis”. Sua abertura é enervante e sinistra, cortesia de guitarras e baixo ultra distorcidos. As guitarras iniciam o ataque veloz e intenso com riffs demolidores, seguidas de perto pelo massacre perpetrado pelo batera “Kyle Severn”. Há ótimos solos, com melodias carregadas de perversidade.
A banda manda bem demais nas músicas cadenciadas, como em “She of Urgarit” e “Invincible in Iron”. Ainda que ambas possuam segmentos mais agitados, a aparente letargia resulta em peso extremo e maldade quase tangível. Festival de riffs dominantes.
“Slaughtered in the Solar Eclipse” é certamente uma das faixas mais letais do álbum, com sua estrutura incomum e belíssimo duelo dos guitarristas. Aliás, que trampo foda fazem esses dois. Como ficar impassível diante das levadas altamente viciantes de “Hounds of Orrea”?
Intensidade pura é o nome do jogo em “Quenched from Kapala”. O baixista “Ed Stephens” dá um show na faixa seguinte – “Blood Runs Red”, muito bem trabalhada e com umas variações rítmicas bem loucas.
“Blades of the Lightning Altar” era um som que vinha passando meio que despercebido, até os solos caprichados de guitarra darem as caras. “Snow Forest Sacrifice” tem o andamento típico do Death Doom até quase o seu final, quando dá uma acelerada monstruosa, ótima faixa.
O álbum é encerrado com a pedrada “Voces Mysticae-Egress”, praticamente não permitindo ao ouvinte nenhum fôlego. Quarenta e dois minutos extremamente intensos, de muito peso e blasfêmia.
Posso afirmar que “Thaumogenesis” é a melhor e mais sólida obra lançada pelo SHED THE SKIN até aqui, então anote o 27/05 na sua agenda porque vale muito ouvi-la na íntegra. Prato cheio para fãs de INCANTATION (EUA), AUTOPSY (EUA), DISMEMBER (SUE), ASPHYX (HOL), NECROPHOBIC (SUE), BENEDICTION (GBR), OBITUARY (EUA).
Tracklist abaixo, duração total de 42:17 minutos:
1 – “Ingress – Thaumogenesis”
2 – “She of Urgarit”
3 – “Invincible in Iron”
4 – “Slaughtered in the Solar Eclipse”
5 – “Hounds of Orrea”
6 – “Quenched from Kapala”
7 – “Blood Runs Red”
8 – “Blades of the Lightning Altar”
9 – “Snow Forest Sacrifice”
10 – “Voces Mysticae-Egress”