“Nigthrider” – EP 2023
Independente – Nacional
8/10
Essa banda já chama atenção pela boa sacada do nome Voivödka, que não tem como não lembrar do canadense Voivod. Aliás, Voivod e Razor são com certeza uma grande influência no som desses paranaenses da cidade de Cascavel e ainda adicionaria, Ratos do Porão e o velho Dorsal Atlântica. E outra coisa: se você é headbanger que acha que o metal não se mistura com política, passe longe desse trabalho! Aqui, o metal é político, sim! E com bandeira hasteada em defesa da liberdade, do proletariado e do jeito headbanger de ser, agir, pensar e assustar a “mad society”, que sempre discriminou heabangers. Voivödka, acabou de lançar esse trabalho nas plataformas de streaming e daqui a uns dias sairá apenas 200 cópias físicas de “Nigthrider” de forma independente.
Abrindo essa paulada na cabeça com a faixa “Manifesto” que no início tem uma introdução bem na linha heavy metal tradicional e do nada vai para um lado rápido, agressivo com riffs e bases poderosas, baixo seguro e com peso. JR, vocalista vai catando numa linha que me lembrou João Gordo e letras em português “Não há razão pra aceitar/ Não há motivo pra se calar/ Nossa sina é a insurreição. Chegou o fim da servidão”.
A segunda faixa, “Boêmia” é outra faixa em que o baixo de Jefinho aparece dando o peso, e, é o destaque nesta faixa. Riffs e mais riffs. Com um instrumental bem trabalhado e lembrando os trabalhos do Razor e a música vai crescendo e cai em um thrash punk metal furioso e com letras sempre de contestação.” A noite as luzes na cidade acendem / Somos chão de fábrica proletários conscientes / Nossa revolta ao caos capitalista é latente”.
E o trabalho é muito bom! Produção ótima, mantendo aquele clima “old school”, porém bem gravado. Mas sem ser pasteurizado como se vê muito hoje em dia. Gravado no Embrio Studio na cidade de Cascavel, a cargo de Emerson Pereira. Mixagem e Masterização por Bruno Heleno.
A terceira faixa é “Andarilho” (Nigthrider) que também segue na mesma pegada. Riffs em cima de riffs e bateria rápida! Aliás, Fernando “kuririn” Santos consegue adicionar momentos rápidos e cadenciados de forma consistente e precisos.
A penúltima faixa é “Só Por Hoje” e começa com uma levada de baixo matadora. Riffs e bases sólidas, e o guitarrista “Fetinho” é uma máquina de fazer bases poderosas. As letras eu curti muito “Os vícios libertam Do mundo real/Mas trazem consigo certa cobrança psíquica/ E consigo uma fúria etílica/Saber vivenciá-la é importante/ Se não te matará em um instante”
Fechando esse primeiro trabalho dos cascavelense a música leva o mesmo nome da banda “Voivödka” e outra paulada Thrash/punk/hardcore com todos os elementos já citados até aqui e o vocal de JR Schenato mistura bem o vocal com influências de Gordo e do velho Carlos “Vândalo” quando ele tinha orgulho dessa alcunha.
Resumo da história: se você gosta do metal nacional com aquela pegada de R.D.P., Dorsal Atlântica e os americanos do Overkill, as lendas canadenses do Razor e Voivod, com um instrumental bem feito e tocado, rápido, mesclando o thrash metal com o punk e o hardcore, com letras em português, sem medo de hastear a bandeira da liberdade, chutar a bunda da burguesia, e ter orgulho de ser, e viver o underground, o submundo, e manter o espírito rebelde, procure, corre atrás do Voivödka, que você não vai se decepcionar! Metal United !!!
