CD/EP/LP

VIO-LENCE – Let the World Burn (EP 2022)

VIO-LENCE (Estados Unidos)
“Let the World Burn” – EP 2022
Metal Blade Records – Importado
9,5/10

Eu sou suspeito para falar do velho VIO-LENCE. Eu sempre tive o clássico “Eternal Nightmare” com um dos melhores álbuns de thrash de todos os tempos e mesmo sabendo que muita gente não gosta da banda por causa do vocal, para mim essa era uma das características que mais me chamavam a atenção devido à estranheza e originalidade da performance de Sean Killian. Tendo sido formado em 1985 e lançado seu último disco de estúdio em 1993, a expectativa para um novo lançamento dos caras era altíssima.

A performance da banda nos palcos depois de sua volta mostrava que a qualidade continuava lá em cima. “Let the World Burn” é uma pequena mostra do quando o thrash metal oitentista era outro nível e é quase impossível ser emulado. Muita gente tenta, mas essa pegada aqui parece que está no DNA daquela geração. Cinco músicas é pouco, muito pouco, mas teremos que nos contentar com isso até que a banda lance um novo álbum de estúdio. “Flesh from Bone” abre o EP e foi a música escolhida para ser o carro chefe do trabalho, ganhando um vídeo recente. Essa foi a primeira que ouvi e já pude reconher a sonoridade tão característica da banda.

O som tem, obviamente, algo mais atual, mas a essência do VIO-LENCE está lá, totalmente visceral. O vocal do Killian não está tão agudo, o que é totalmente compreensível, já que quase 3 décadas se passaram desde o último material da banda foi lançado. Mas ainda assim é o que eu esperava. “Screaming Always” também é porradona, com riffs secos e uma vocalização contundente. A pesadíssima “Upon their Cross” vem na sequência e faz você voltar no tempo. Essa pegada é totalmente características dos velhos tempos, mas mesmo assim não soa datada. Isso aqui ao vivo deve quebrar pescoços. A faixa seguinte “Gato Negro” desce a paulada na orelha com uma rifferama pesadíssima. A outra faixa de trabalho é a última do EP, “Let the World Burn” não tira o pé do acelerador e continua a bater se dó no ouvinte.

O que mais me fez gostar desse material é que a banda não soa datada, mas também não abraça o modernismo que tanto descaracteriza que várias bandas veteranas tem seguido e que as fazem lançar um álbum atrás do outro, mas que no fim são trabalhados totalmente burocráticos. Espero que um novo álbum dos caras não demore a tomar forma. “Let the World Burn” é um retorno certeiro. E vale lembrar que o EP ganhou dias atrás sua versão nacional lançada pela Hellion Records, que ainda vem com um pôster exclusivo para a edição brasileira.

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