O press-release enviado com o álbum para resenha se inicia com a seguinte frase: “O TORTURE RACK existe por uma razão, pulverizar crânios e moer ossos atrás da depravação de um death metal encharcado em sangue.” Não poderia descrever de melhor forma o que esses americanos de Portland executam com absoluta maestria. “Primeval Onslaught” é o terceiro álbum de estúdio dos caras e para mim é o cartão de visitas de uma banda que vomita metal da morte com cheiro de enxofre e brutalidade sem rodeios.
O background dos músicos que compõem a banda é suficiente para criar interesse em qualquer um que aprecie death metal: Witch Vomit, Skeletal Remains, Aenigmatum, Weregoat, etc… Já é possível afirmar que algo muito podre vai sair desse caldo pútrido. A primeira impressão vem da arte da capa, um espetáculo sanguinolento criado pelo Rok, do lendário Sadistik Exekution, da Austrália.
Musicalmente o TORTURE RACK é aquilo que nós, verdadeiros fãs de death metal, queremos ouvir. Tudo é tradicional, direto, com feeling, podridão e uma atmosfera oriunda de uma musicalmente clássica.
É puro metal da morte americano, sem concessões ou meias palavras. Com 10 composições que não passam dos três minutos e meio, quando o álbum começa a tocar você imediatamente range os dentes e pensa que o apocalipse já tem uma boa trilha sonora para qualquer um de seus momentos.
“Ceremonial Flesh Feast” é aquele death metal seco e direto, típico de bandas como Cannibal Corpse, Deicide e Broken Hope. A produção do álbum reforça essa impressão. Tudo está na cara e o peso das guitarras é perfeito. O solos são belamente caóticos. Essa música apresenta de forma inegável o nível de qualidade do grupo.
“Decrepit Funeral Home” é mais cadenciada, pesada e uma pequena obra-prima de brutalidade. O riff principal é DEATH “FUCKING” METAL em sua essência. Tudo vem abaixo com a audição desse som. Perfeito. Na mesma linha vem a podre “Forced from the Pit”.
Uma das músicas que eu realmente adorei foi “Morning Star Massacre”, com sua pegada quase punk em meio à imundície. 50 segundos de pura diversão sonora que irá derreter seus tímpanos.
Outra grande faixa é “Victims of Inquisitors”. Isso aqui ao vivo deve criar as condições bélicas perfeitas para explodir os mais incautos. Quando a bateria entra em modo bate estaca com a guitarra solo fritando por baixo, tudo fica mais selvagem. “Bone Snare” é groove e brutalidade em um mesmo nível. Acho que um dos pontos altos desse álbum é o fato de que não há música ruim ou “mais fraca” aqui. Todas tem uma qualidade de composição de alto nível.
“Fucked by Death” assume de vez as influências punk e hardcore dos caras. Pouco mais de um minuto de uma marreta batendo em sua cabeça sem descanso. O baixo estalando aqui ficou matador. “Impalement Storm” tem um riff de início que paga o álbum e serve de ponte para a agressão técnica e direta que vem a seguir. Um dos melhores riffs (entre dezenas que são foda) está nessa faixa. Soa complexo e fora do eixo como algo do Immolation.
A pancadaria retorna com “Descent to Infernal Chasms” e se funde com um groove maldito e podre. Lindo de se ouvir e a perfeita ponte para a faixa que encerra esse álbum, “Rotting Insignificance”. A faixa reune tudo de mais fudido nesse álbum e fecha o caixão com a vítima ainda viva dentro dele.
“Primeval Onslaught” foi lançado hoje pela gravadora 20 Buck Spin e eu garanto a todos vocês que merece uma audição mais do que cuidadosa. Com certeza entra na minha lista de melhores do ano, pois o TORTURE RACK traz em seu bolso tudo aquilo que faz o death metal ser o estilo mais foda que existe. Ouça no máximo volume !
Tracklist:
- Ceremonial Flesh Feast
- Decrepit Funeral Home
- Forced from the Pit
- Mourning Star Massacre
- Victims of Inquisitors
- Bone Snare
- Fucked by Death
- Impalement Storm
- Descent to Infernal Chasms
- Rotting Insignificance