CD/EP/LP

TARDUS MORTEM – Armageddon (Adv. 2021)

TARDUS MORTEM (Dinamarca)
“Armageddon” – CD 2021
Emanzipation Productions – Importado
9/10

DATA DE LANÇAMENTO/RELEASE DATE: 17/09/2021

Dificilmente alguém de fora do metal iria entender um estilo como o death metal. Até mesmo quem ouve metal pode não saber lidar com a intensidade do estilo. O death metal lida com diversos elementos, desde a técnica musical apurada até uma interpretação musical que para muitos seria apenas puro barulho, mas quem é um death metal maníaco entende o estilo a partir de uma ótica onde a brutalidade, a cacofonia musical é pura arte. Uma arte baseada em uma visão fora do convencional, mas ainda assim arte.

O TARDUS MORTEM, banda dinamarquesa que lança no próximo dia 17 de Setembro esse “Armageddon” entende essa lógica muito bem e criou aqui um álbum de respeito, trazendo um metal da morte com personalidade, brutal e extremamente pesado. Tem uma ótica própria, mas ainda assim rende seus respeitos aos ancestrais criadores do pútrido poço de imundície e música caótica como Autopsy, Cancer, Incantation, Grave. “Armageddon” tem apenas cinco faixas, três novas composições, uma regravação da música “Nun of the Pyre”, que é uma composição da demo tape de 2017 e finalmente um cover para a atemporal “Into the Grave”, dos suecos do Grave.

A faixa que abre esse material é “Condemned to the Halls of Infernal Sin”, longa e diversificada, onde as diversas influências surgem naturalmente. É uma faixa bastante agressiva e carregada. A gravação joga combustível nessa fogueira e deixa tudo mais underground possível. São mais de 11 minutos de caos musical sem concessões, apenas death metal e força bruta. “From Heaven´s Throne Thee Bring Forth Death” é absurdamente brutal. Riffs e mais riffs, sujos e grudentos, se sucedem de forma orgânica. Há algo aqui que traz à mente o trabalho do Incantation. Músicas com a duração de “Gust of Armageddon (Suicidal Winds)” são um desafio e um risco. São mais de 23 minutos de agressão musical. A voz de uma criança chorando ao fundo é angustiante e soa como uma sessão de tortura. Musicalmente eu achei o início hipnótico, como nas músicas mais antigas do Inquisition. Logo que essa parte é ultrapassada, tudo foge do controle e temos uma música realmente brutal. Surpreende o fato de uma música tão longa não se perder.

Honrando os veteranos do Grave temos um cover matador e ultra sujo de “Into the Grave”, mais sujo até do que a original. Ficou destruidor esse cover. Encerrando o álbum a regravação de “Nun of the Pyre” ficou mais pesada e executada de forma ainda mais energética do que a original e após ouvir o cover do Grave dá para perceber que os suecos realmente são uma influência dos TARDUS MORTEM. Um lançamento realmente sólido do estilo e uma banda que vai dar ainda do que falar.

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