CD/EP/LP

SWALLOW THE SUN – The Morning Never Came  (2022 – Reissue)

SWALLOW THE SUN (Finlândia)
“The Morning Never Came” – CD Reissue 2022
Cold Art Industry Records – Nacional
9,5/10

Originalmente lançado em 2003 pela Firebox Records, “The Morning Never Came” é o primeiro álbum oficial do hoje gigante SWALLOW THE SUN. Na verdade, temos nele uma das melhores estreias dos últimos tempos — elegantemente melancólico, atmosférico, sombrio e portador de doses emocionais épicas.

Profundo e carregado de múltiplas texturas, o álbum entrega todos os elementos que fizeram da banda uma das principais representantes Doom/Death Metal (Melódico) da atualidade. Os vocais poderosos e comoventes de Mikko Kotamäki, que entrega atuações brilhantes tanto nos guturais quanto nos “cleans”. Os arranjos ricos e meticulosos; as melodias imersivas, os riffs poderosos e dilacerantes, e os teclados sublimes — ora hipnóticos e noutras paisagísticos de Aleksi Munter.

A arte, belíssima, soturna e convidativa é criação de Tuomo Lehtonen (Grave Flowers, Pantheist, Mar De Grises). A produção, estupenda, ainda mais se pensarmos num registro inaugural, foi assinada por Sami Kokko (gravação, engenharia de som e mixagem), e Minerva Pappi (masterização). O instrumental foi integralmente beneficiado pelos “artífices” de estúdio. As composições fluem com uma naturalidade absurda, o peso é absoluto (quando assim convém), e mesmo nos momentos de maior caos tudo soa discernível e limpo. Magistral, diga-se de passagem, ainda mais se concebermos que o SWALLOW THE SUN sempre confeccionou obras com muitas camadas e nuances.

The Morning Never Came” dilata-se em “Through Her Silvery Body”; composição majestosa, que desabrocha em teclados elegantes e logo em seguida em riffs extremamente poderosos. Mikko liberta seus vocais únicos sobre bases opressivas — colossais e imponentes. As melodias ganham terreno, assim como as teclas, que conferem arabescos surreais conforme a música se desenvolve. “Deadly Nightshade” dá sequência ao desfile de clássicos. Mais dinâmica e um tanto mais veloz. Amparada por guitarras crescentes, harmonias sutis e pelas ambientações pontuais criadas por Aleksi Munter. O solo, ainda que curto soma mais potencia e beleza a mesma. “Out Of This Gloomy Light” é um labirinto sensorial — pungente e melodiosa à moda dos habitantes da Terra Dos Mil Lagos.

Swallow (Horror Pt. I)” é o primeiro capítulo da Quadrilogia Horror, cuja continuação está nos álbuns “Hope” (2007), “New Moon” (2009) e “Emerald Forest And The Blackbird” (2012). Luzes e sombras — suavidade e agressão — progressões contemplativas e sobriedade melódica. “Silence Of The Womb” é praticamente uma continuação da faixa anterior, embora mais climática e aflitiva (por vezes). Totalmente envolvente. “Hold This Woe” e sua sucessora, “Under The Waves”, são duas provas irrefutáveis da genialidade e da paixão do guitarrista Juha Raivio (um dos maiores compositores, em termos de Doom Metal, dos últimos anos). Seus oito álbuns estão aí, como testemunhas de seus préstimos. O tema título encerra o trabalho de maneira épica — cinematográfica e dramática. Seus mais de nove minutos são integralmente preenchidos por sutilezas, por ambientações envolventes e gradativas sensações de pesar e angustia. Em duas palavras: brutalmente melancólica. Um primeiro (e magnifico) álbum, com toda a classe, inteligência e sensibilidade que muita banda queria (e deveria) ter, incluindo as veteranas, que há muito devem lançamentos realmente dignos da trajetória que possuem.

Necessário à coleção de todo bom fã de Doom Metal — e indispensável a todos os aficionados pelo trabalho dos finlandeses. “The Morning Never Came” está disponível aos “doomsters” brasileiros através da sempre competente Cold Art Industry. Limitado a 300 cópias em caixa acrílica, slipcase envernizado, Obi (e claro, um belíssimo pôster). Mais um relançamento imperdível, marcado por todo o charme e esmero que já são tradicionais ao selo.

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